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A BELA E A FERA – Uma Análise Junguiana

Por:   •  20/4/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.574 Palavras (11 Páginas)  •  2.606 Visualizações

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Unirb

Aila Meireles de Jesus Bispo

A BELA E A FERA – Uma Análise Junguiana

Salvador

2017

Aila Meireles de Jesus Bispo

A BELA E A FERA – Uma Análise Junguiana

Trabalho apresentado no curso de

Graduação em Psicologia da

Universidade Regional da Bahia, na

Disciplina Teorias e Técnicas Junguianas.

Professor: José Augusto Neto

Salvador

2017

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO ...............................................................................
  2. OS CONTOS DE FADAS E OS SIMBOLOS .................................
  3. ANIMA, ANIMUS E COMPLEXO PATERNO ................................
  4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................
  5. ANEXO ..........................................................................................
  6. REFERÊNCIAS .............................................................................

INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata-se de uma analise do filme A Bela e a Fera. A escolha do filme ocorreu por uma identificação com o mesmo, com a protagonista e sua postura com relação à vida. O desejo de conhecer mais sobre o filme e explorar mais a história através de uma ótica psicológica também foi um grande incentivo.

A análise psicológica será feita através de referenciais teóricos da Psicologia Analítica de Jung, tais como pesquisas bibliográficas, uso de materiais eletrônicos e artigos. O objetivo geral do trabalho em questão é explorar o conteúdo do filme e toda sua riqueza, explanando assuntos como Anima, Animus, Símbolos e Complexo Paterno.

O trabalho será dividido em duas partes, sendo elas um breve apanhado sobre os contos de fada e a importância deles no desenvolvimento, símbolos, a análise do filme e a relação da anima e animus nos protagonistas e o complexo paterno existente no filme.

OS CONTOS DE FADA E OS SÍMBOLOS

Inconscientemente o homem sempre esteve ligado ao inconsciente coletivo e seus arquétipos. Os contos de fadas são expressões do inconsciente coletivo e os arquétipos, são nossos sonhos e fantasias. Segundo Von Franz, os contos são a expressão mais pura e mais simples dos processos psíquicos do inconsciente coletivo, pois eles representam os arquétipos na sua forma mais simples, plena e concisa. (Von Franz, 1990).

Apesar do foco dos contos de fadas atuais serem voltados para as crianças, eles são carregados de uma série de significados e conteúdos, trazendo referência a iniciação, a passagem da imaturidade infantil para a maturidade adulta.

Von Franz diz que para ela os contos de fada são como o mar, e as sagas e os mitos são como ondas desse mar; um conto surge como um mito, e depois afunda novamente para ser um conto de fada. Aqui novamente chegamos à mesma conclusão: os contos de fada espelham a estrutura mais simples, mas também a mais básica — o esqueleto — da psique.

É por essa questão que os contos e seus personagens mostram um pouco de nós, ainda que não consigamos perceber e/ou aceitar, eles estão através de nossas sombras, medos e conflitos internos.

Como a Psicologia Junguiana trás sempre o simbólico, tais interpretações também são feitas através dos símbolos, afinal, o que é mais encontrado nos contos de fadas são referências a símbolos.

O símbolo é o que está dentro de cada um de nós, não é isso ou aquilo, porém, pode ser isso e aquilo, e aquilo outro e aquilo outro. O símbolo é basicamente o significado de algo para uma e para outra pessoa, ainda que pareça conter o mesmo significado, a maneira de sentir não será a mesma pois há uma variedade de sentidos.

O espelho é um exemplo de símbolo encontrado em vários contos de fadas, inclusive no filme em questão. Algumas culturas falam a respeito de propriedades mágicas tidas no espelho, e outras falam sobre a possibilidade do objeto ser um portal para outros mundos.

A rosa vermelha é mais um símbolo presente em muitos contos de fadas, inclusive, no conto a ser trabalhado, ela se torna um elemento essencial. Na Idade Média, estudos da alquimia faziam uma associação da rosa com o órgão sexual feminino. Em poesias, na literatura, eram encontradas essa analogia apontando para as características da flor. Em algumas pesquisas feitas sobre os contos, fica claro que quando uma rosa está presente, o personagem principal é uma que está prestes a descobrir o desejo masculino.

Geralmente quando isso ocorre, a moça é cheia de potencialidades das quais nem ela mesma tem consciência, o encontro com o masculino é que desperta nela o ser mulher.

ANIMA, ANIMUS E COMPLEXO PATERNO

O conto “A Bela e a Fera” tem como origem o mito Eros e Psique. Atualmente existem várias versões do conto, as mais conhecidas são a da Walt Disney e a versão resumida da obra de Madame Villeneuve. As duas histórias tem contrapontos diferentes, apesar de conter um viés parecido. A analise do conto também não sofre alteração, já que o objetivo e o fundamento do conto continua o mesmo no trabalho em questão.

Trazendo o foco para o filme da Walt Disney, o conto mostrado fala de amor e das aparências, a visão sobre a aparência do outro, sobre a alma do outro e seus valores. A Fera tinha um comportamento arrogante e ríspido, mas no fundo precisava de alguém que pudesse lhe mostrar que a vida não era tão ruim como aparentava ser e que ele poderia mudar.

De acordo com Jung, todo ser humano é dividido entre anima, que é o lado feminino no homem e animus que é o lado masculino na mulher. No caso da Fera, pode-se dizer que ele não tinha uma boa relação com a anima, ele era rígido, inflexível, durão, arrogante, era literalmente uma fera. A Bela, por outro lado, mostrava ter um equilíbrio entre seu lado mulher e o animus.

Na época em que o filme é passado, as mulheres eram destinadas ao casamento, vida de obediência e dependência, porém, Bela caminhava na contra mão desses costumes. Era corajosa, criativa e gostava de ler, algo que para aquele tempo não era “coisa para mulher”. Uma frase que deixa isso claro na animação da Disney é quando o Gaston, mostrado como um homem desejado pelas mulheres da vila, diz Não é certo uma mulher ler. Logo ela começa a ter ideias, a pensar”, mas em uma coisa ele estava certo, ela passou a desenvolver nela liberdade de pensamento, criatividade e força interior, coisa a qual muitos homens (como o próprio Gaton) não haviam desenvolvido, como fica claro em uma cena que ele diz “Como pode ler isso? Não tem figuras” e Bela responde “Só precisa usar a imaginação”. 

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