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A CURA DO HOSPITAL .

Por:   •  2/4/2015  •  Artigo  •  1.208 Palavras (5 Páginas)  •  167 Visualizações

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A CURA DO HOSPITAL

Bianca Calispto; Camylla Ferreira; Joziere Faislon; Levi Mello; Simone Medeiros; Thalita Martins.

RESUMO

Pela importância que o tema tem no processo de tornar saudável o ambiente hospitalar, fez-se necessário pesquisar na história do hospital, reconhecendo em tempos remotos, a falta de quem cuida. O estudo acabou rebelando a complexidade que existe nas relações hospitalares e exige dos envolvidos um olhar mais humano na forma de existir do hospital ontem e hoje. O estudo permitiu pesquisar como o envolvimento dos profissionais da saúde com os enfermos e entre si mesmos contribuiria para que o hospital cumprisse a sua missão de acolher a todos que necessitassem de seus serviços pudessem ser tratados com mais dignidade e receberem, na sua passagem por ele, um tratamento mais acolhedor.

Palavras-chave: Reforma Hospitalar, Caráter Terapêutico, Cura Hospitalar.

INTRODUÇÃO 

O objetivo desse trabalho é o de se conhecer, mesmo de maneira tímida, pela complexidade do tema, o processo de cura hospitalar. Sendo assim, não poderíamos nos furtar de tocar em pontos importantes, tais como: o surgimento do hospital na história, a reforma hospitalar, o papel do médico, o suporte ao profissional de saúde e o cuidado de quem cuida.

O artigo em questão pretende, ainda, provocar a discussão sobre a possibilidade de que o ambiente hospitalar tem o potencial adequado para se tornar mais humanizado no cuidado com as pessoas e suas interações sociais. O tema abordado ressalta a realidade onde estão inseridos os profissionais de saúde diante da vida, doenças, conflitos e frustrações. Alerta para os riscos, que todos os envolvidos com o hospital correm de adoecer no exercício de suas atividades.

Não se exclui, portanto, do estudo a importância da presença do trabalho psicológico no ambiente hospitalar. Embora os articulistas do referido do referido artigo estejam conscientes do processo longo e “penoso” que é “humanização do hospital”, acreditam que o cuidado de quem cuida nessas relações é fundamental para alcançar tal objetivo.

O PROCESSO DE CURA HOSPITALAR

Criado, inicialmente, com o objetivo de assistir aos pobres doentes, evitando possíveis contágios através da separação e exclusão dos mesmos, o hospital aparece na história com uma finalidade restritamente social, ou seja, não havia nessa época um tratamento terapêutico visando a cura do doente, antes se procurava “acolher” o pobre que estava morrendo e evitar a disseminação de sua doença.

Antes do século XVIII, o hospital era essencialmente uma instituição de assistência aos pobres. Instituição de assistência, como também de separação e exclusão. O pobre como pobre tem necessidade de assistência e, como doente, portador de doença e de possível contágio, é perigoso. Por estas razões, o hospital deve estar presente tanto para recolhê-lo, quanto para proteger os outros do perigo que ele encarna. O personagem ideal do hospital, até o século XVIII, não é o doente que é preciso curar, mas o pobre que está morrendo. É alguém que deve ser assistido material e espiritualmente, alguém a quem deve dar os últimos cuidados e o último sacramento. Esta é a função essencial do hospital. (pág101)

Decorrente desse papel à que se prestava o hospital surge à necessidade de anulação de seus efeitos nocivos e da desordem que ele acarretava. O ponto de partida para a reforma hospitalar foi o hospital marítimo, que se viu obrigado a fazer uma reorganização administrativa e política através da disciplina, por meio dos mecanismos disciplinares no hospital viabiliza-se sua medicalização.

A partir de então o poder médico instaura-se, através desse poder disciplinar que é confiado ao médico, que tem seu saber e práticas transformados dando origem ao hospital médico. Assim o hospital é concebido como instrumento de cura, de tratamento terapêutico.

É a introdução dos mecanismos disciplinares no espaço confuso do hospital que vai possibilitar sua medicalização. Tudo o que foi dito até agora pode explicar porque o hospital se disciplina. As razões econômicas, o preço atribuído ao indivíduo, o desejo de evitar que as epidemias se propaguem explicam o esquadrinhamento disciplinar e que estão submetidos os hospitais. Mas se esta disciplina torna-se médica, se este poder disciplinar é confiado ao médico, isto se deve a uma transformação no saber médico. A formação de uma medicina hospitalar deve-se, por um lado, à disciplinarização do espaço hospitalar, e, por outro, à transformação, nesta época, do saber e da prática médicas. (pág107)

Diante desse cenário atua o profissional da saúde; médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais que buscam atender a demanda que muitas vezes, foge às suas condições e possibilidades de atuação. Possibilidades que vão desde questões externas às internas, lidar com o sofrimento, como o ser humano doente, com seus conflitos, emoções e sentimentos, com o estresse e a falta de recursos.

Tais implicações exigem uma conscientização que nos parece óbvias: “os profissionais de saúde, tanto quanto os pacientes, demandam a necessidade de apoio e suporte”. Para que esse suporte seja oferecido, faz-se necessário a criação de um ambiente de cuidado recíproco entre os profissionais de saúde, ora como provedor ora como receptor. Quando este espírito de cuidado impera entre esses profissionais, surgem relações horizontais de confiança e de mútua cooperação, se superam os constrangimentos nascidos da necessidade de ser cuidado.

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