A Comunicação Não Violenta

Faculdade IELUSC – Psicologia, 2021. 01

Disciplina: Práticas Integradas II

Comunicação Não Violenta

         A violência é algo recorrente e muito comum em nosso cotidiano, em um contexto mundial, desde uma simples palavra ou expressão até um ato de violência física, existem diversos graus para manifestar estes atos, sendo um dos mais comuns, por meio da comunicação ou, ainda, a falta de compreensão e utilização inadequada da mesma. A comunicação não violenta (CNV) é uma forma de interação– falar e ouvir- que possibilita um diálogo livre de julgamentos e que conecta as pessoas de forma profunda. A proposta da CNV é produzir um meio alternativo na construção das relações baseada em um diálogo pautado na empatia e no cuidado com o outro, que se faça entender de forma compreensível e clara daquilo que necessito ou quero compartilhar. Para colocar a CNV em prática, existem três pilares fundamentais, que são: o exercício da empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro levando em consideração todo o seu contexto; com autenticidade, expressando suas necessidades de forma clara e específica, mas tomando cuidado para não ferir ao outro e, por fim, ter a autocompaixão necessária para trabalhar a forma como nos enxergamos e, dessa forma, podermos refletir em sociedade esse olhar cuidadoso para com o outro também.

Para aplicarmos a comunicação não violenta devemos seguir os quatro componentes que moldam essa prática, a primeira delas é a observação, ou seja, devemos observar o que os outros estão fazendo que é enriquecedor ou não para nós, mas, sem empregar nossos julgamentos moralizantes sobre aquelas atitudes. Em segundo lugar, devemos fazer uma autoanálise sobre que sentimentos essas atitudes nos trazem. Depois, devemos associar quais necessidades estão ligadas a estes sentimentos e concluir, por fim, com um pedido claro e específico, expondo todo o nosso ponto de vista. Mudar a perspectiva pela qual nos relacionamos socialmente é fazer uma troca de nossas atitudes e pensamentos repetitivos e automáticos por atos responsáveis e conscientes. Vale ressaltar que para utilizarmos essa técnica, a pessoa com quem estramos nos comunicando não precisa, necessariamente, conhecê-la, a proposta é que tal mudança qualitativa em nossas atitudes permitam que a nossa compaixão natural floresça, tanto para conosco quanto para com os outros.

A CNV é utilizada na resolução de disputas e conflitos de toda natureza, dentro das famílias, dos relacionamentos íntimos, das escolas, organizações e instituições. Utilizar a CNV é reconhecer que somos todos violentos e estarmos dispostos a nos comunicar com afeto e amor. A utilização de uma comunicação compassiva e humanizada é papel crucial de um psicólogo, em qualquer âmbito em que esteja atuando, inclusive em suas relações pessoais, deve analisar para além daquilo que se verbaliza, as verdadeiras necessidades do outro. Esta forma de comunicação deve ser algo intrínseco a ser compartilhado em todas as suas relações, trazendo benefícios para o bem estar emocional, melhora no clima organizacional e a promoção da cultura da paz.

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