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A Critica de Foucault a Razão

Por:   •  11/8/2018  •  Resenha  •  452 Palavras (2 Páginas)  •  171 Visualizações

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A crítica de Foucault à razão ocidental tem base nas pesquisas arqueológicas, porém este método não se limita a formação dos saberes como a psiquiatria, a biologia, não se restringe apenas a uma análise epistemológica.  A obra História da Loucura na idade Clássica pode ser compreendida como uma crítica da razão ocidental. Ao preconizar uma história da loucura, Foucault entende como uma história do silêncio. Enquanto a Renascença acolhia a loucura com certa cordialidade, o classicismo silenciou à proporção em que foi consolidada a hegemonia progressiva da razão no Ocidente, se tornando esta parte constitutiva da natureza humana, pois a razão consolida-se como um único caminho para a busca da verdade na ciência.

Foucault aduz que a loucura é localizada, por Descartes, paralela ao sonho e a todas as maneiras de erro, sendo que para alcançar uma verdade inquestionável seria necessário rejeitar tudo que fosse duvidoso, ou seja, rejeitar tudo que não se apresentasse de forma clara e distinta. Descartes procurava uma verdade inquestionável até pelos céticos. Se existia dúvida, é prova que existe o pensamento proveniente de um ser pensante.

A verdade absoluta se localizaria no domínio da razão e o ato de pensar só seria possível aos que percepciona a verdade.  Ao indicar a frase “penso, logo existo”, Descartes considerava a impossibilidade de uma incerteza no refletir, pois os pensamentos reflexivos descartam a possibilidade da loucura. A partir disso, Descartes corta a relação entre razão e loucura, deixando a insensatez como o lado oposto da razão. O louco é visto como quem não pensa, como alguém que não possui consciência que existe.

Foucault então indica como a razão se tornou soberana durante a Idade Clássica, sendo este fato um marco no pensamento clássico. Esse pensamento, através da prática de internamento asilar, teria silenciado a experiência trágica da loucura. O louco se distanciava da certeza e da natureza humana já que o homem é visto como um ser racional sem ter consciência de sua própria existência, ou seja, sua verdadeira essência estaria fundada em uma ideia de racionalidade historicamente construída pela épistémè clássica.

A crítica de Foucault se funda a partir do ponto que o autor objetiva quebrar o silêncio imposto à loucura por uma ideia de razão entendida como privilégio daqueles que são ditos normais. Para isso, o mesmo retoma os discursos que se relacionam com a loucura e as práticas sociais associadas a ela. Pode-se perceber que os discursos e práticas sociais relacionadas à loucura, interligam, em algumas situações, o saber psiquiátrico com o saber jurídico. O conceito de louco é concebido numa visão sócio-jurídica da normalidade definindo assim a personalidade do louco. A experiência jurídica da alienação se correlaciona com a conceituação da loucura como doença mental.

 

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