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A ESQUIZOFRENIA E PSICOSES: SINTOMAS

Por:   •  17/4/2017  •  Monografia  •  1.973 Palavras (8 Páginas)  •  736 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

A esquizofrenia e as psicoses são algumas das patologias mentais mais complexas que perfazem o rol de transtornos psíquicos atualmente conhecidos e catalogados. A classificação dessas doenças não possui limites bem delineados, sendo objeto de diferentes abordagens por autores e pesquisadores, hora tratando a esquizofrenia como um tipo de psicose e hora considerando as psicoses como parte dos sintomas da esquizofrenia.

Este trabalho não tem por objetivo a busca por uma convenção acurada quanto sua classificação e nomenclatura, uma vez que nem mesmo o DSM-V (manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais) separa com exatidão os limites entre essas patologias, discorrendo sobre ambas em diversos de seus textos sem o rigor de separá-las de maneira exata, o que evidencia a sobreposição de suas causas e sintomas, dificultando o estabelecimento de uma tratativa individual para cada uma delas. Antes, esse texto ater-se-á às causas e fisiologia cerebral destes transtornos que insistem em misturar-se e confundir-se entre si.

2. ESQUIZOFRENIA E PSICOSES: SINTOMAS

Os aspectos característicos do espectro da esquizofrenia e das psicoses são alucinações e delírios, transtornos de pensamento e fala, perturbação das emoções e dos sentimentos, comportamento motor desorganizado ou anormal, déficits cognitivos, expressão emocional diminuída e avolia. Expressão emocional diminuída inclui reduções na expressão de emoções pelo rosto, no contato visual, na entonação da fala (prosódia) e nos movimentos das mãos, da cabeça e da face, os quais normalmente conferem ênfase emocional ao discurso. A avolia é uma redução em atividades motivadas, autoiniciadas e com uma finalidade.  A pessoa pode ficar sentada por períodos longos e mostrar pouco interesse em participar de atividades profissionais ou sociais.  Outros sintomas negativos incluem alogia, anedonia e falta de sociabilidade. A alogia é manifestada por produção diminuída do discurso.  A anedonia é a capacidade reduzida de ter prazer resultante de estímulos positivos, ou degradação na lembrança do prazer anteriormente vivido. A falta de sociabilidade refere-se à aparente ausência de interesse em interações sociais, podendo estar associada à avolia, embora possa ser uma manifestação de oportunidades limitadas de interações sociais.

Os primeiros sinais e sintomas da doença aparecem mais comumente durante a adolescência ou início da idade adulta. Apesar de poder surgir de forma abrupta, o quadro mais frequente se inicia de maneira insidiosa. Sintomas prodrômicos – indicatvos de uma patologia clínica; conjunto de sinais e sintomas que prenunciam uma doença ou uma alteração da normalidade orgânica – pouco específicos, incluindo perda de energia, iniciativa e interesses, humor depressivo, isolamento, negligência com a aparência e higiene pessoal podem surgir e permanecer por algumas semanas ou até meses antes do aparecimento dos sintomas mais característicos, podendo ser percebidos por familiares e amigos.

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Figura 1 – Regiões cerebrais afetadas e respectivos efeitos

Fonte: http://vignette1.wikia.nocookie.net/infomedica/images/d/dd/Esquizofrenia_figura2.jpg/revision/ latest?cb=20101201223230&path-prefix=pt-br

3. CAUSAS

A esquizofrenia e as psicoses ainda não foram completamente compreendidas pela ciência, existem diversas correlações causais já identificadas e constantemente reforçadas através da pesquisa, contudo o conhecimento dessas patologias aponta para uma constelação de fatores, não podendo ser compreendida de forma unidimensional, mas sim reunindo um verdadeiro mosaico de causas de maior ou menor impacto, sendo alguns entendidos como fatores determinantes e outros como agravantes, um verdadeiro leque de natureza multifatorial intensificado pela ampla gama de abordagens teóricas e terminologias que variam imensamente de acordo com os diversos autores que se põem a compreender e explanar o assunto.

Algumas das causas mais aceitas são descritas em maiores detalhes na sequência.

3.1. Genética

A hereditariedade do transtorno é conhecida desde que a doença foi descrita por Kraepelin e Bleuler, há um século atrás. Há na família de pacientes adoecidos, outras pessoas com os mesmos sintomas ou quadros muito parecidos. A hereditariedade, entretanto, não parece ser o fator determinante, já que também é comum filhos de pais esquizofrênicos não desenvolverem a doença.

Alguns genes já foram relacionados à esquizofrenia e, provavelmente, outros também o serão. estes são responsáveis por regular etapas importantes do desenvolvimento cerebral, bem como a produção de neurotransmissores (substâncias produzidas no cérebro para transmitir impulsos elétricos de um neurônio a outro). Esses genes seriam ativados por fatores ambientais de risco, desencadeando uma cascata de eventos que culminariam em alterações sutis do desenvolvimento do cérebro, caracterizadas principalmente por um erro na comunicação entre neurônios de diferentes áreas cerebrais (desconexão neuronal).

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Figura 2 – Grau de parentesco X Risco de desenvolver a doença

Fonte: http://www.schizophrenia.com/sz.images/gengraph.gif

3.2. Ambiental

As pesquisas sobre fatores de risco do ambiente são muito difíceis de serem realizadas, pela alta complexidade metodológica. Algumas já conseguiram identificar fatores de risco mais associados aos transtornos, mas provavelmente existem muitos outros ainda desconhecidos.

Em linhas gerais, o ambiente pode influenciar o adoecimento nas etapas mais precoces do desenvolvimento cerebral, da gestação à primeira infância. É nesse período que o cérebro é mais sensível, por estar crescendo com rapidez e depender do ambiente para o aperfeiçoamento de suas funções. Esta etapa também é aquela em que os genes de regulação do desenvolvimento estão mais ativos e que, na presença de variáveis genéticas podem interferir em processos naturais do desenvolvimento.

Um fator que vem sendo relacionado a um risco maior de esquizofrenia e autismo é a idade avançada do pai no momento da concepção. A explicação para isso seria um aumento na frequência de mutações que ocorrem no momento da divisão celular para produção de espermatozoides. No momento de cópia do DNA, uma sequência do código genético pode ser duplicada ou subtraída por um erro conhecido como CNV (copy number variations) e este novo DNA é transmitido ao filho no momento da fecundação. Esse tipo de mutação é conhecido como mutações “de novo”, pois não são herdadas do DNA dos pais. A frequência de CNV parece aumentar com a idade do pai, o que não ocorre com a mãe. Nem todas as mutações “de novo” são maléficas, algumas estão relacionadas à evolução e à diversidade, porém alguns genes que sofrem este tipo de mutação têm sido relacionados a um risco maior de esquizofrenia e as psicoses. Este é mais um exemplo de como o ambiente pode interferir com a genética para predispor a doenças.

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