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A História da Psiquiatria e da Reforma Psiquiátrica

Por:   •  29/8/2019  •  Resenha  •  1.067 Palavras (5 Páginas)  •  143 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Resenha Crítica de Caso

Yêda Pereira Santos

Trabalho da disciplina: História da Psiquiatria e da Reforma Psiquiátrica

                                                Tutor: Prof. Cristiane de Carvalho Guimaraes

Teófilo Otoni

2019

O ALIENISTA

ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II. Disponível em: < http://pos.estacio.webaula.com.br/Biblioteca/Acervo/Basico/PG0072/Biblioteca_40412/Biblioteca_40412.pdf>. Acesso em 26 de agosto de 2019.

O conto começa quando Simão Bacamarte, um renomeado médico, convence a cidade de Itaguaí a fundar um manicômio como lócus de investigação. Simão ambicionava desvendar os mistérios da "mente" humana, descobrindo a fronteira entre a razão e a loucura, classificar os seus tipos e graus e, a partir deste mapeamento, investigar a cura dos ‘’anormais’’.

 Visto que os doentes mentais não eram tratados, apenas ficam trancados em suas casas, está iniciativa, inicialmente, se apresenta como uma ''salvação'' para essas pessoas.

Simão dividiu os doentes mentais em duas classificações: os furiosos e os mansos, e em subclasses: monomanias, delírios e alucinações diversas. O conceito de saúde mental que se é apresentado no conto está ligado ao conceito de loucura e sua classificação, origem e apresentação de uma ciência exploratória.

 Simão não tratava a doença mental como delírios de ordem religiosa, o mesmo busca explicação para as doenças mentais na ciência, assim passa a observar e analisar os doentes mentais ao mesmo tempo que estudava as substâncias medicamentosas, meios curativos e os palitivos.

O conto não retrata apenas como o cientificismo foi absorvido na sociedade brasileira, mas também fala sobre a disputa de poder entre o discurso científico representado por Simão e o discurso religioso representado pelo Padre Lopes. Enquanto o Simão preocupa-se conhecer as fronteiras entre a razão e a loucura através de um estudo cientifico, Padre Lopes objetivava escandalizar suas teses sobre a loucura, desautorizando suas pesquisas e mantendo a cidade sob o julgo do discurso teológico.

Se no início a criação da casa verde era vista como o progresso, logo essa ideia cai por terra. Ao observar os cidadãos da cidade de Itaguaí e perceber suas singularidades, Simão então passa a enxergar patologia em qualquer pessoa que não tivesse comportamento, que dentro da sua percepção, fugisse do normal. Como não havia nenhuma legislação que amparava os doentes mentais, a decisão de quem seria internado naquela época era unicamente do médico.

A casa verde se remete ao movimento higienista que representava uma nova perspectiva que possuía uma falsa ideia de cuidar da população fazendo que crie novos hábitos. Falsa ideia pois os doentes mentais eram apenas retirados da sociedade e postos em um lugar fechado, não eram ouvidos ou/e tratados, mas apenas exilados.

 Simão não foi capaz de reconhecer a falha em suas percepções sobre o normal e o patológico, passando a explicar a loucura em quatro categorias: A primeira tipificação da loucura, a mais simplista, determinava como louco aquele com comportamento anormal em relação à maioria. A segunda teoria parte do princípio de que a razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades, "[...] fora daí, insânia, insânia e só insânia (Assis, 1994, p 08)". A terceira teoria qualificava a loucura em tipologias que se restringem a quatro categorias: os leais, os justos, os honestos, os imparciais. O equilíbrio dessas qualidades implicaria em lucidez, sendo o desequilíbrio o contrário

A população revoltada com as internações incabíveis de Simão, sob a liderança do barbeiro, Porfírio organizaram um protesto contra o cientista. Ao chegar no poder que almejava, Porfírio, para a surpresa da população ao invés de despedir Simão, junta-se a ele e assim as internações continuam na cidade. Dias depois, alguns apoiadores da revolução são internados. Então outro barbeiro, João Pina, organiza novos protesto e Porfírio é deposto. Mas a história se repete e o novo governo também não derruba a Casa Verde, pelo contrário, fortalece-a.

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