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A ORGANIZAÇÃO FAMILIAR E O ACONTECER DO TRATAMENTO DA CRIANÇA COM CÂNCER

Por:   •  4/11/2018  •  Resenha  •  1.591 Palavras (7 Páginas)  •  114 Visualizações

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PSICO-ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

Capítulos 1, 2 e 5

CAPÍTULO I – A ORGANIZAÇÃO FAMILIAR E O ACONTECER DO TRATAMENTO DA CRIANÇA COM CÂNCER.

Três distintos “fios evolutivos” – doença e os ciclos de vida do indivíduo e da família

Não deve ser entendido como um “enfrentamento do câncer”, como uma “visão de túnel”, de forma unidimensional, desconsiderando as peculiaridades das diferentes etapas da doença.

ROLLAND – três fases em que podem ser acessadas a história natural da doença crônica: crise, crônica e terminal.

CRISE: pré-diagnóstico até o esclarecimento da situação, seguido de algum delineamento do tratamento. Faz suscitar pensamentos de uma inversão da ordem natural da vida e rompimento do sentimento de invulnerabilidade (valorização do novo e incapacidade do velho). VALLE: medo da morte é pano de fundo para as ações dos pais. Forte conteúdo de negação do diagnóstico, em que os familiares podem procurar outros hospitais e refazer os exames para que seja desmentido o que fora informado-os. Dois tipos de negação: 1) tipo “saudável”, necessária para o enfrentamento da situação e que, com o passar do tempo, dissolverá à medida em que paciente e família tenham consciência de seus recursos; 2) tipo “prejudicial”, impedindo-lhes de assumir uma atitude responsável. A turbulência instalada contribui para a dificuldade da assimilação, sendo necessário a explanação das ações e informações da doença por diversas vezes ao paciente e familiares. Importante saber o grau de vulnerabilidade da família, sendo considerado como uma unidade de intervenção. Sentimento de culpa nos pais: fundamental o esclarecimento da etiologia da doença e reafirmação desse esclarecimento.

CRÔNICA: situa-se em ter o período relativo ao informe do diagnóstico até a última fase, que pode abranger a morte ou sobrevivência. Vivenciada por períodos de mais otimismo e de desestruturação (ameaça da perda). Consolidação de comportamentos familiares tornando-se mais estáveis. Momento de coesão ou ruptura no ambiente familiar, sendo a fase mais complicada para trabalhar. Frente as atitudes dos pais, o filho doente pode torna-se manhoso, quadros de difícil reversão mesmo após o término do tratamento – importante enfatizar a função parental de “pôr limites” (limites constituem noção de realidade). Os irmãos desta criança podem ter sentimentos de rejeição, alienação, raiva, culpa e medo. Essencial que os pais conversem sobre os acontecimentos com estes irmãos.

TERMINAL: pode ou não ocorrer. Momento em que a morte parecer inevitável até a morte propriamente dita. Predominam questões que envolvem separação, perdas, lutos e tristezas. Importante abordar o tema da morte com a criança através de palavras e experiências que ela compreenda. O ocultamento da verdade perturba o processo de luto da criança e sua relação com o adulto.

RIBEIRO – três etapas pela qual passam uma família de um paciente com câncer: aguda, crônica e resolução (morte ou sobrevivência).

FORGHIERI – duas modalidades básicas de existir se alternam continuamente em nossa existência: preocupação e sintonia.

HELLINGER (embasado na fenomenologia de Heidegger) – parentificação: filhos assumem a posição de pais de seus próprios pais.

CERVENY: a manutenção de um segredo, dentro de uma perspectiva sistêmica, pode estar a serviço da coesão e da proteção de um subsistema específico na família.

HEIDEGGER: relacionar-se com o outro de modo envolvente e significativo: “solici-tude”. Duas possibilidades extremas de solicitude: saltar sobre o outro (fazer tudo por ele) e saltar diante do outro (possibilitar que o outro assuma seu próprio caminho). O último é o autentico “cuidar”.

GIMENES – a Psico-oncologia começa a surgir como área sistematizada de conhecimento a partir do momento em que a comunidade científica passa a reconhecer que tanto o aparecimento quanto a manutenção e a remissão do câncer são intermediados por uma série de fatores cuja natureza extrapola condições apenas de natureza biomédica.

Ajudar a família é, também, ajudar a criança, e este processo é recíproco.

CAPÍTULO II – ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA A CRIANÇAS COM CÂNCER – OS GRUPOS DE APOIO

Para permear a prática, é necessário a presença de algumas questões: quem é a criança? Quais as características de sua doença e de seu tratamento? Quais as características de seu processo de adoecimento? Quais os significados atribuídos por ela às experiências vividas em decorrência de sua doença e de seu tratamento? Quais suas necessidades? Como atender suas necessidades?

SIMON: crise: gerada quando a pessoa se vê frente a uma situação nova e vitalmente transformadora, seja por perda (ou expectativa de) ou por aquisição (ou expectativa de) – pela redução ou aumento significativo do espaço no seu universo pessoal. Este é o conjunto formado pela pessoa (psicossomático), mais a totalidade de objetos externos – outras pessoas, bens materiais ou espirituais e situações socioculturais. Em ambos os casos há angústia diante do novo e do desconhecido. Os sentimentos recorrentes nos casos das crises por perda são a depressão e a culpa; nos casos das crises por aquisição são a insegurança, inferioridade e inadequação.

INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS INDIRETAS (desenvolvidas junto às pessoas que cercam a criança doente):

        A FAMÍLIA

  1. Acompanhamento psicológico de apoio: promoção do alívio de angústias e outros sintomas clínicos que surgem neste momento, visando a compreensão das próprias vivências e reorganização para o enfrentamento da nova realidade.
  2. Orientação: promover comunicação entre a criança e os familiares; familiares e profissionais.
  3. Grupo de apoio aos pais: facilitar a livre expressão e o compartilhamento de preocupações, possibilitando a elaboração das experiências vividas. Fornecer um espaço de troca e esclarecimento de informações junto à equipe de saúde.

A EQUIPE DE SAÚDE

  1. Orientação: promoção da comunicação dos profissionais com os familiares e o paciente. Construção de uma assistência humanizada.
  2. Discussão de casos clínicos: compartilhar uma visão compreensiva das problemáticas emergentes nos contextos assistenciais e esclarecer e desmistificar o papel do psicólogo.

INTERVENÇÕES PSICOLÓGICAS DIRETAS

        A CRIANÇA

  1. Acompanhamento psicológico de apoio: promoção de alívio da ansiedade e outros sintomas clínicos que podem emergir nesses momentos. Espaço para que ela possa compreender suas próprias vivências.
  2. Grupo de apoio psicológico: facilitar a livre expressão e o compartilhamento de preocupações, possibilitando a elaboração das experiências vividas. Fornecer um espaço de troca e esclarecimento de informações.

O atendimento psicológico deve iniciar no momento pré-diagnóstico, sendo possível todas as intervenções anteriormente descritas, com exceção das grupais – pois nestas, o diagnóstico é uma certeza. Após a definição do diagnóstico, o acompanhamento psicológico sistematizado descrito deve ser imediatamente iniciado.

Tipos de atendimentos psicológicos: de rotina, emergenciais (quando surgem demandas repentinas), preparação psicológica para procedimentos médicos (desde simples exames a cirurgias complexas) e em situações específicas, como o atendimento domiciliar e alta hospitalar (entender as significações deste momento que, geralmente, não estão em consonância entre criança, família e equipe profissional, podendo externalizar sentimentos de celebração/tranquilidade ou medo/angústia).

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