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A Pedagogia Waldorf

Por:   •  16/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.252 Palavras (18 Páginas)  •  261 Visualizações

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HISTÓRIA

Aprendizagem Waldorf

       Rudolf Steiner, fundador da pedagogia Waldorf, nasceu em 1861, numa região da Croácia, filho de um funcionário da estrada de ferro, passou a infância e juventude em várias cidades da Áustria. Estudou graduação na Escola Politécnica de Viena, estudo profundo de Goethe, e doutorado em Filosofia. Foi professor particular dos quatro filhos de uma família de Viena, principalmente de um que era hidrocéfalo, e que mal sabia ler; conseguiu ajudá-lo a ponto de ele terminar seus estudos, ingressar e formar-se médico, tendo morrido na 1ª Guerra Mundial. Em 1900, iniciou a atividade de conferencista sobre temas antroposóficos na Sociedade Teosófica em Berlim. Em suas palestras dava as indicações para uma renovação em muitas áreas da atividade humana: arte, pedagogia, ciências, vida social, medicina, farmacêutica, terapias, agricultura, arquitetura, teologia.

No outono europeu, em 1919, fundou a Escola Livre Waldorf, em Stuttgart, na Alemanha, dirigida por ele até sua morte; essa escola existe até hoje.

       Inicialmente era uma escola para os filhos dos operários da fábrica de cigarros Waldorf-Astória (daí seu nome), a pedido dele. Distinguindo-se desde o início por ideais e métodos pedagógicos até hoje revolucionários, ela cresceu continuamente, com interrupção durante a 2ª guerra mundial, e proibição no leste europeu até o fim dos regimes comunistas. Existem atualmente mais de 1092 Escolas Waldorf no mundo e cerca de 1857 jardins infância, localizados em mais de 64 países, sendo assim um dos maiores movimentos educacionais independentes do mundo.

Escolas no Brasil

       O Brasil possui 95 Escolas Waldorf, oficialmente licenciadas pela A Federação de Escolas Waldorf do Brasil (FEWB), sendo 63 na região Sudeste, 11 na região Sul, 07 na região Centro Oeste e 13 na região Nordeste, num total de 9726 alunos em todo país.

       A mais antiga existe desde 1956, que é a escola Waldorf Rudolf Steiner de São Paulo, que possui cerca de 850 alunos e 75 professores. Agregada a ela possui o curso mais antigo de formação de professores Waldorf no Brasil que é reconhecido oficialmente.

       No Brasil é natural que os alunos formados no ensino médio ainda façam um semestre de cursinho preparatório para engressar nos cursos superiores mais concorridos, se bem que tem havido muitos casos de aprovação no vestibular nas melhores universidades sem preparo adicional.

        A primeira Faculdade Rudolf Steiner no Brasil, foi autorizada pelo Ministério da Educação no final de 2017, iniciando suas aulas em fevereiro/2018, localizada na cidade de São Paulo, onde desde 1956, funciona no local a primeira escola Waldorf no Brasil.

         O curso é de pedagogia e soma ao ensino tradicional a metodologia Waldorf. Define-se também pelo nome de Faculdade Waldorf de pedagogia. A grade curricular associa disciplinas como danças brasileiras, experiências poéticas e educação do corpo às regulares, exigidas pelo MEC.

Formação do professor

        O primeiro curso de formação de professores para atuar em escolas Waldorf precede a inauguração da primeira escola em Stuttgart, em 1919. Durante três semanas Rudolf Steiner preparou os futuros professores que desejavam atuar naquela escola. Assim como no modelo de formação em vigência, o curso está dividido em etapas: inicia com a introdução à perspectiva antroposófica e termina com a elaboração prática das disciplinas específicas para trabalhar em sala de aula.

       Muito embora na primeira escola os professores não fossem pedagogos (em virtude do contexto da época em que a primeira escola Waldorf foi criada, na Alemanha), atualmente, essa é uma exigência prevista por lei no Brasil e também solicitada pela Escola Waldorf: o professor precisa ter cursado pedagogia ou curso de licenciatura para atuar em escolas. Somente com o diploma de um desses cursos superiores é que o professor pode fazer o curso de fundamentação antroposófica. O primeiro seminário de pedagogia Waldorf no Brasil surgiu da necessidade de renovação do corpo docente da primeira escola brasileira, a Escola Rudolf Steiner (SP). De acordo com informações do site da escola, a mesma não queria buscar profissionais na Europa, pois isso não atenderia as necessidades da escola e nem permitiria desenvolver a Antroposofia no Brasil.

       Existe um grupo de formadores Waldorf no Brasil que se reúne, anualmente, para organizar o currículo dos cursos de formação para professores. Nessas reuniões eles preparam o que consideram importantes e quais cuidados precisam ter para lidar com o lado anímico (psicoemocional) e espiritual dos alunos. Os seminários não estão destinados apenas para professores iniciantes, muitas vezes eles são voltados para professores que já estão lecionando em escolas Waldorf. De acordo com a Federação das Escolas Waldorf no Brasil (FEWB), atualmente existem centros que oferecem o seminário de pedagogia Waldorf.

       O professor que atua nas séries iniciais da educação básica brasileira, conforme a LDB 9.394/96 foi denominado pela literatura como “generalista”, “polivalente”, “alfabetizador” ou “regente de classe” (BELLOCHIO apud CAVALCANTTI, 2014, p. 27). Esse sujeito equivale ao “professor de classe” das escolas Waldorf, no entanto, nessas escolas o professor polivalente/generalista não acompanha os estudantes apenas nas séries iniciais, mas também durante todo o ensino fundamental.

O professor de classe é o responsável pela aula principal, a primeira aula do dia, e tem a incumbência de acompanhar a turma do 1º ao 8º ano do ensino fundamental, ministrando as disciplinas principais.

Para os seguidores de Rudolf Steiner, o papel do professor de classe tem um ideal de missão: tornar-se um guia, um exemplo. Esse professor é o ponto de referência entre as famílias, os alunos e a escola, visto que estará ao longo de oito anos em contato com essa comunidade escolar específica. Portanto, posso afirmar que, nessa pedagogia, o foco está mais na relação professor-aluno do que no conteúdo das disciplinas, embora elas também tenham importância no processo de ensino e aprendizagem. Para além do conteúdo disciplinar, há o cuidado com o lado afetivo, emocional, social e psicológico dos estudantes, a relação olho no olho.

       Os alunos do ensino médio contam com a presença de um professor tutor, referência de cada classe tanto para pais quanto para alunos; não mais o abraçar de um professor de classe, o tutor serve de ponte e elo entre todos os demais docentes e acompanha os alunos pelos 4 anos de ensino médio Waldorf. O tutor estabelece com a classe projetos e iniciativas que promovam o seu crescimento sadio como grupo, trabalhando com intensidade a responsabilidade coletiva, aprofundando um relacionamento que pode ganhar contornos de imensa importância para os jovens.

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