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A Percepção da Psicopatia

Por:   •  9/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.452 Palavras (18 Páginas)  •  376 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

A personalidade inclui em seus vários traços a percepção e a cognição, e pode ser entendida como a totalidade das emoções e do caráter do indivíduo. Um transtorno de personalidade desencadeia diversos sintomas, entre eles estão a disfunção no funcionamento cognitivo, disfunção de afetividade, no funcionamento interpessoal ou no controle dos impulsos.

A psicopatia é um transtorno de personalidade antissocial, onde o indivíduo é incapaz de ter sentimentos pelo outro, ele tem o cognitivo preservado, mas tem problemas no campo dos afetos e das emoções, não tem compromisso com as regras sociais, e não tem responsabilidade com as ações praticadas.

Segundo Silva (2008, p.16) quando pensamos em psicopatia logo nos vem à mente um sujeito com cara de mau, com aparência descuidada e pinta de assassino, que reconheceríamos facilmente, porém isso é um grande equívoco.

Dessa forma, Silva (2008) afirma que reconhecer um psicopata não é uma tarefa simples, pois os indivíduos portadores desse transtorno são bons atores, eles têm um grande poder de persuasão, um estilo interpessoal enganador e desinibido, trabalham, estudam, se casam, ou seja, vivem uma vida aparentemente normal, mas definitivamente podem arruinar empresas e destruir famílias.

Esse tipo de transtorno específico é capaz de levar o indivíduo a adotar um comportamento criminal recorrente, pois o psicopata além de ser desprovido de remorso, é capaz de violar as regras sociais para obter benefício próprio.

As pessoas boas com sua generosidade podem se transformar em uma folha de papel em branco, assinada nas mãos de um psicopata. A pena que uma pessoa de boa índole sente, pode a colocar em um estado vulnerável, e pode ser a maior arma que o psicopata usará para chegar no seu objetivo, independente de qual seja, pois para o psicopata o sentimento alheio não tem importância. (SILVA, 2008)

Os psicopatas não levam em consideração as regras sociais, porém eles têm consciência que elas existem, e sabem muito bem como utiliza-las a seu favor. (SILVA, 2008)

As vezes o psicopata finge sentir remorso, podendo verbalizar isso, mas se contradiz com suas atitudes e até mesmo com palavras, porém é mais comum o indivíduo portador do transtorno te desculpas prontas para o próprio comportamento, ou negar o fato que causou desgosto a outra pessoa que segue as regras sociais. (HARE, 2013)

Hare (2013, p. 50) aponta os psicopatas como pessoas que as vezes falam demais e contam histórias improváveis de terem acontecido, querendo deixar a impressão que conhecem bem as ciências, visto que eles não têm preocupação com o risco de serem descobertos.

        Os psicopatas possuem níveis variados de gravidade: leve, moderado e severo. Independente do grau da gravidade, possuir o transtorno já é suficiente para deixar marcas de destruição por onde passam. (SILVA, 2008)

        De acordo com o DSM-5 (2014, p. 659), a principal característica do transtorno de personalidade antissocial é um padrão difuso de indiferença e violação dos direitos dos outros, que tem inicio na infância ou no começo da adolescência e permanece na vida adulta, e o diagnóstico só pode ser feito na fase adulta, após os 18 anos de idade.

        Silva (2008), afirma que os psicopatas, mentem com competência, olhando nos olhos das pessoas. São tão habilidosos em suas mentiras, que podem enganar até mesmo os profissionais mais experientes do comportamento humano. Para os psicopatas, a mentira é como se fosse um instrumento de trabalho, que é utilizado de forma sistemática e motivo de grande orgulho.

        A mentira e a manipulação são os talentos principais dos psicopatas. Possuem uma imaginação fértil, buscam o benefício próprio a todo custo, e se forem flagrados mentindo, raramente ficam constrangidos ou perplexos.

        O presente estudo irá abordar o comportamento dos psicopatas na sociedade e como reconhecer tal personalidade diante das situações enfrentadas na vida cotidiana.

  1. PERSONALIDADE

A personalidade é algo adquirido pelo ser humano, de acordo com as circunstâncias, pode ser modificada quase por completo, pode perder-se ou deteriorar-se. (OUSPENSKY, 2013)

Para Bastos (2000) personalidade é o conjunto de traços psíquicos, a totalidade das características individuais em sua relação com o meio, conjugando tendências inatas e experiências que são adquiridas no curso da existência. Sua estrutura, portanto pode ser mutável, sem ser necessariamente instável, e pode encontrar-se em constante desenvolvimento.

Os traços de personalidade, são conceituados no DSM 5 como padrões persistentes de percepção, de relacionamento, de pensamento sobre o meio e si mesmo, que são exibidos em um amplo conjunto de contextos sociais e pessoais. Somente quando os traços de personalidade são mal adaptativos, causam prejuízos funcionais ou sofrimentos significativos, são constituídos transtornos de personalidade.

Holmes (1997) aponta três fatores que separam as pessoas que possuem transtorno de personalidade das que não possuem. Primeiramente o portador do transtorno usará comportamentos de forma consciente, em segundo o nível do comportamento dele se mostrará em nível mais extremo, e em terceiro o comportamento resulta em sérios problemas de funcionamento ou de felicidade.

De acordo com o DSM 5 (2014, p 645)

Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo.

O DSM 5 (2014) reúne em três grupos (A,B,C) os transtornos de personalidade com características semelhantes, sendo que no grupo A estão os transtornos da personalidade paranoide, esquizoide e esquizo-típica, no grupo B os transtornos da personalidade antissocial, borderline, histriônica e narcisista, e no grupo C os transtornos da personalidade evitativa, dependente e obsessivo-compulsiva.

Os transtornos de personalidade produzem inúmeras consequências para o indivíduos, familiares e pessoas próximas, e não são facilmente modificáveis por meio das experiências de vida, tendem a permanecer estáveis durante toda a vida do portador. (DALGARRONDO, 2008)

  1. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL

Os indivíduos portadores do transtorno de personalidade antissocial podem ser comumente referidos como psicopatas ou sociopatas. (HOLMES 1997)

Segundo Silva (2008, p 32):

A palavra psicopata literalmente significa doença da mente (do grego, psyche = mente; e pathos = doença). No entanto, em termos

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