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A Psicanálise e a Psiquiatria

Por:   •  18/5/2018  •  Artigo  •  518 Palavras (3 Páginas)  •  170 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A Psicanálise e a Psiquiatria são práxis que lidam com questões relacionadas ao sofrimento psíquico. Porém, suas diferenças se fazem presentes desde as bases epistemológicas de tais campos, até suas formas de concepção de sujeito e de atuação. Assim, cada perspectiva terá uma visão estruturalmente distinta do ser humano, do binômio saúde/doença e consequentemente, do sintoma. Desse modo, propõe-se através deste trabalho, delimitar as diferenças entre a abordagem do sintoma no campo psiquiátrico e no campo psicanalítico, sobretudo a partir da abordagem psicanalítica freudiana e lacaniana. Conforme Pereira (2011) retoma: “é por haver noções diferentes da doença mental que ocorre uma verdadeira torre de babel do campo da chamada psicopatologia” (p. 243). E mesmo desde Freud (1916-1917/1996) já era possível notar uma conflituosa relação entre a psicanálise e o saber proveniente da psiquiatria. O autor critica o fato dos médicos “prestarem tão pouca atenção ao que dizem esses pacientes” (p. 252), impossibilitando assim uma compreensão dos sintomas dos mesmos. A princípio, do ponto de vista freudiano, a psiquiatria trataria do diagnóstico baseado apenas em sintomas pré-estabelecidos como indicadores patológicos. Esses sintomas – para a psiquiatria– estariam associados a sinais objetivos, ou seja, a fatores passíveis de observação. Esse é um ponto notório de distinção entre os campos, pois cada paciente manifestará uma sintomatização baseada na estruturação do seu próprio psiquismo e, uma vez que o aparelho psíquico é constituído da história individual, a sintomatologia consequentemente também se apresentaria de maneira distinta.

De acordo com o DSM-5 (2014), a categorialização é uma forma de padronizar e compartilhar informações no cotidiano, mostrando a principal abordagem utilizada nos diagnósticos médicos. Frente a isso, visamos resgatar, por meio do estudo das ementas das disciplinas de psiquiatria, saúde mental e psicologia dos cursos de medicina do Brasil, a atribuição destinada à psicanálise e suas relações com o sintoma, nas bases da formação daqueles que, ao se tornarem profissionais da medicina, serão responsáveis pela administração dos psicofármacos. Portanto, no decorrer do primeiro capítulo deste trabalho iremos questionar e discutir qual o papel da psicanálise frente a ações medicamentosas que propõe o rebaixamento da tensão como resposta a demandas clínicas.

No segundo capítulo iremos discutir e argumentar o posicionamento psicanalítico frente ao sintoma e ao sofrimento em contrapartida as formas de tratamento classificatórias que visam a eliminação do sintoma. Partindo a princípio do texto O Seminário Livro 5: as formações do inconsciente (1957-1958/1999) de Lacan, iremos articular o conceito de sintoma como estruturante, bem como sendo uma realização de desejos inconscientes Concomitantemente a essa satisfação inconsciente, o sintoma traz consigo desprazer. Frente a esse sofrimento que o sujeito carrega, a psicanálise oferece uma escuta, uma possibilidade do sujeito se implicar, se reestruturar e fazer frente ao que o faz sofrer, já que, o intuito seria o da não eliminação desses sintomas – o que implicaria consequentemente na eliminação de suas formas de subjetivação – e de sua condição desejante, mas sim em um reconhecimento desses

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