A Psicologia Social

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como intuito apresentar a psicologia social como uma linha psicológica, apontando sua história, sua base de argumentação, seu campo de atuação e a forma como profissional de psicologia entende o mundo e age diante do mesmo.

2. A PSICOLOGIA SOCIAL

Segundo Lane (2006) a história da Psicologia Social passou por inúmeras mudanças, tanto em áreas teóricas quanto práticas, até aos dias atuais, um “perfil” que se adequa a realidade da América Latina, visto que até a década de 60 e 70 a Psicologia Social ainda reproduzia uma linha contínua a importada dos Estados Unidos.

A partir de Bock (2002), durante o passar dos anos a psicologia social passou por algumas dificuldades quanto a aceitação, até que as associações começaram a serem criadas, como por exemplo, a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) criada em 1980, que teve origem através de diversos pesquisadores da área, dentre eles tiveram destaque, Silvia Lane e Wanderley Codo.

A psicologia social é uma entre diversas áreas que a psicologia possui, e nela existem inúmeros conceitos e instrumentos de estudo. A partir de BOCK (2013) pude observar que a psicologia social é a intersecção da psicologia e a sociologia, pois visa auxiliar o sujeito não anulando que ele é membro de um grupo social ou de vários e tendo assim uma visão mais ampla, sem deixar de focar no indivíduo, já que o papel do psicólogo nessa área é fazer com que o indivíduo não só altere o seu interior, mas sim também o seu ambiente e meio social a partir das próprias demandas.

A Psicologia Social, apesar de apresentar um longo passado, sua história como disciplina científica ainda é curta. As preocupações sobre a relação entre sujeito e sociedade tiveram início com o desenvolvimento do pensamento filosófico. No entanto, os antecedentes da Psicologia Social como disciplina científica remetem à segunda metade do século XIX, momento em que a Psicologia e a Sociologia estão se estabelecendo como disciplinas científicas, independentes da Filosofia, influenciadas, assim como as demais ciências humanas, pelo desenvolvimento do positivismo. É neste contexto de reflexão acerca destas duas disciplinas que se manifestará uma perspectiva psicossocial. (ALMEIDA, 2018, p.2)

Logo a psicologia social faz o papel de mediação entre o indivíduo e o meio que ele está inserido, ela se localiza entre os dois assim melhorando o processo psicossocial (JOVCHELOVITCH, 2004). A psicologia social tem como forte analisar as pessoas de acordo com seu contexto social, pois todos são moldados através do meio e suas ações e expectativas são baseadas nele.(RODRIGUES, 2009).

A Psicologia Social tem o papel de mostrar as diferentes conexões que existem na relação indivíduo e sociedade (na qual ele pertence), assim, desfazendo o conceito de sujeito contrario ao grupo social. Uma verdade inevitável desta área é que todos os seres humanos, por mais diferentes que sejam um do outro, demonstram em sociedade ações diversas que quando isolado/sozinho não apresentariam, visto que dentro das grandes massas este sujeito se encontra em uma mente coletiva. É este o ponto central das questões envolvidas na psicologia social, tal indivíduo age de certas formas não só porque pensa assim, por seus próprios princípios, mas sim através de suas vivências em determinado meio inserido.(CAIAFFO, 2007).

3. A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO SOCIAL

A atuação do psicólogo social é, geralmente, relacionado a atendimentos em grupo, uma vez que no campo social, a interação entre os indivíduos é tanto um ponto de análise quanto forma de intervenção uma vez que a interação torna-se muito mais evidente ao olhar-se in loco como o grupo interage, promovendo identificações e um maior diálogo, afinal, a luz da psicologia social é o diálogo onde as características sociais, históricas e culturais se expressam e divergem-se.

Todavia a psicologia social, uma vez que advém da sociologia, não se prende a uma visão apenas clínica do tratamento, uma vez que de o profissional pode utilizar de outras ferramentas de comunicação para efetivar sua função como elaborando textos reflexivos que podem interferir na visão de mundo das pessoas. Nesse ponto a psicologia social se aproxima da comportamental uma vez que o mundo te interfere e a pessoa interfere no mundo.

Dentro desse campo da psicologia social, outros campos de atuação e estudo se formam como a psicologia social comunitária que por sua vez utiliza-se tanto da psicologia social como a psicologia comunitária para promover vivências e formas de análise do contexto do grupo em questão.

Sendo assim, uma vez que se olha tanto para pessoas quanto para grupos, a parcela social altera de forma exacerbante como o indivíduo entende-se dentro do meio, fazendo assim a ponte necessária para que uma prática mais específica ocorra, como no trabalho do professor doutor Alex Pessoa onde entre os anos de 2009 e 2011 onde atuou como psicólogo em uma instituição de acolhimento de jovens vítimas de abuso sexual e lá estudou a relação entre o risco e a proteção dos jovens. Hoje é professor de psicologia histórico-cultural (ou sócio-histórica) na Universidade Federal de São Carlos, onde concilia sua função de professor com a de pesquisador no Laboratório de prevenção à violência (LaPreV).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como em toda a área de atuação encontramos dificuldades tanto na teoria quanto na prática, na psicologia social as dificuldades abrangem todas as suas sub-áreas. As questões referentes à entrada do psicólogo na Comunidade pressupõem necessariamente uma relação que se estabelece entre o psicólogo e a Comunidade, essa relação é essencial para se pensar em um modelo de intervenção.

Pode-se se dizer que o psicólogo social tem sua atuação voltada a comunidade, sem deixar de lado o indivíduo e questões que as envolvem. O psicólogo não trabalha sempre com os mesmos tipos de grupos sociais, por isso faz o papel de orientador para que aqueles que nela inseridos deem continuidade. Fazer a mediação entre os sujeitos, suas comunidades e ainda ter um olhar para sua individualidade sem dúvida é a maior dificuldade que o psicólogo social enfrenta.

Em nível pessoal, a identidade/individualidade, ou o conceito