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A Psicologia Social

Por:   •  9/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  667 Palavras (3 Páginas)  •  70 Visualizações

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         Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Sobral Pinto [pic 1]

Curso de Psicologia

Anny Vitória Dutra dos Anjos

Referências técnicas para a atuação do psicólogo

O cotidiano da escola se apresenta à (o) psicóloga (o) povoado de fatos a serem explicados e contradições que permeiam o ensinar

E aprender, interferindo na forma como o profissional executa seu trabalho.

Quase sempre escutamos que as(os) psicólogas (os) vêm se deparando com muitos impedimentos para desenvolver ações nas escolas, principalmente, quando se trata da rede pública de ensino por sua amplitude e complexidade.

Frente à demanda de resolução imediata de questões, qualquer proposição de pensar o que se passa nas salas de aula, nos conselhos de classe, nas reuniões com professores e familiares, nas atividades rotineiras implicadas com a formação, pode gerar um olhar de descrédito, o que vem fomentando nas (os) psicólogas (os) a percepção da escola como uma instituição fechada a mudanças.

Como acessar a dimensão de complexidade da escola, a qual não se constitui somente em um edifício, mas sim em um território existencial em que a diversidade de vínculos e de ações faz diferença facultando múltiplas possibilidades?

Como analisar as contradições presentes em uma escola que se propõe a ensinar ao mesmo tempo que, objetivamente, nem sempre tem condições para cumprir tal tarefa?

No período contemporâneo, as instituições sofrem mudanças e entram em crise e a escola não está longe das tensões sociais que apontam para um mundo de fluidez, instantaneidade e consumo.

Qual a importância da escola em meio a tantas tecnologias de informação e de comunicação?

A criança quer estar na escola?

Apostamos que sim, porém é importante criar indagações que nos remetam às polêmicas e conflitos de nossa sociedade presentes na escola.

Não é muito difícil encontrarmos certo saudosismo em relação às escolas de meados do século passado, quer em relação à formação moral, quer à qualidade do ensino de conteúdos, pois nelas a inquietação com o aprendizado, as mudanças aceleradas e a indisciplina pareciam não ser alvo de grandes preocupações.

Finalmente, a sociedade conta hoje com uma juventude menos temerosa de punições, sentimento por intermédio do qual a disciplina se impunha nos momentos precedentes e com instituições sociais mais fragilizadas frente às rápidas transformações que a educação não consegue acompanhar, acrescendo-se, há certo descrédito nos meios formais, como no caso da escola, para a ascensão social. A escola, hoje, como um sistema aberto, se constitui em um mercado de serviços, projetos e produtos para seus usuários. Frente a todas as incertezas produtoras de medos, indecisão e agitação, a medicalização tem sido um procedimento generalizado funcionando como mantenedor da ordem. Ela se apresenta como estrutura, previsibilidade, organograma que estabelece como deve ser o processo de ensino.

Uma escola, quando organiza seu cotidiano de trabalho, afirma referenciais de normalidade, de certo e errado, de quem sabe e de quem não sabe e deve aprender, de como se deve se comportar. Consolida valores, modos, tempos e marca lugares, classifica e impõe certa ordem ao mesmo tempo que cria o que escapa a esse padrão, o que é avesso, o que é desordem, seguindo preceitos de uma ideologia proposta pelo capital.
Quase nunca problematizamos isso na escola, dificilmente se dá visibilidade às instituições que estão em jogo nas relações escolares. As equipes da educação trabalham cada vez mais de forma acelerada, vivendo os efeitos das práticas coletivas que tecem as tramas, que sistematizam e naturalizam formas de agir, sem conseguir entender o que se passa e como criar alternativas às impotências cada vez maiores para muitos professores, estudantes, familiares e psicólogas .
Então, quando dizemos que a psicóloga quer trabalhar a favor da saúde mental, da formação e da melhoria de condições de trabalho, isso diz respeito ao acolhimento das imprevisibilidades, às tentativas de colocar em análise coletiva o que é produzido no cotidiano da sala de aula, da escola, favorecendo a experimentação de outro tempo menos acelerado, mas talvez mais inventivo, para dar conta do que não conhecemos, do que suscita problemas porque foge às expectativas e à ordem vigente.

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