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A Psicologia Social Comunitária

Por:   •  12/3/2022  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.308 Palavras (14 Páginas)  •  98 Visualizações

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  1. REFERENCIAL TEORICO

1.1 Definição de Psicologia Comunitária e Trabalho do Psicólogo comunitário

A atuação do psicólogo social comunitário representa uma referência para as práticas sociais com diretrizes teóricas e metodológicas. Essa área enfatiza que a construção do conhecimento deve estar fundamentada na interação do Psicólogo com os indivíduos da comunidade. O termo comunidade utilizado hoje em dia na Psicologia Social, matriz da psicologia comunitária, é bastante elástico e capaz de incluir em sua base, desde um pequeno grupo social, um bairro, uma vila, uma escola, um hospital, um sindicato, uma associação de moradores, uma organização não governamental, até abarcar os indivíduos que interagem numa cidade inteira. Por isso as definições de comunidade têm sido cada vez abrangentes, pois se destinam a cobrir toda a esfera social.

Partindo da mesma idéia de campos, Sawaia (2012), citando Nisbet (1974) enfatiza que Comunidade abrande todas as formas de relacionamento caracterizado por um grau elevado de intimidade pessoal, profundeza emocional, engajamento moral e continuado no tempo. Ela encontra seu fundamento no homem visto em sua totalidade e não neste ou naquele papel que possa desempenhar na ordem social. Sua força psicológica deriva de uma motivação profunda e realiza-se na fusão das vontades individuais. Enfim, comunidade é a fusão do sentimento e do pensamento da tradição e da ligação intencional da participação e da evolução. (NISBET, 1974 apud SAWAIA, 2012).

Dentre os possíveis campos de atuação do psicólogo na psicologia comunitária, destacamos os seguintes: da Saúde e da Educação. Vasconcelos (1987) mostra que o trabalho do psicólogo comunitário é interdisciplinar, realizado por turmas das mais variadas formações. No campo da saúde, esse profissional atua como autua como auxiliador e treinador de propulsores de Saúde Mental. Para o psicólogo comunitário, o saber científico se torna alusivo diante do saber popular e essencial para unificar as partes perante o trabalho.

Segundo Campos (2012), no campo da educação, procura-se trabalhar com os grupos populares para que eles assumam progressivamente se papel de sujeitos de sua própria história, conscientes dos determinantes sócio-políticos de sua situação e ativos na busca de soluções para os problemas enfrentados. Freitas (2012) tendo como referência os trabalhos e práticas em comunidade, verifica-se que inúmeros cursos têm sido realizados abordando as seguintes temáticas: a) Infância, Juventude e Violência Sexual e social; b) Tipos de Ações, Penas e Medidas Socioeducativas; c) Varas da Infância e Juventude, Conselhos Tutelares e Políticas Afirmativas e de Cidadania; d) relações no campo da saúde; e) o Sistema Único de Saúde - SUS, os Conselhos Gestores e as Formas de Gestão em Saúde; f) diferentes formas de intervenção psicossocial, participação e a gestão participativa em: instituições, comunidades, terceiro setor e ONGs; e a economia solidária, a Terra e as condições / relações de trabalho.

Dentre estes se destacam: a) as relações entre Comunidade, Escola e Família, enfocando as relações entre envelhecimento, família, trabalho e qualidade de vida; b) os efeitos da precarização das relações de trabalho; c) interfaces entre aspectos psicossociais ligados à criança, juventude e família; d) mulher, gênero, sexualidade e novas formações familiares; e e) relações e impactos da saúde – doença e diferentes formas de violência e discriminação sociais.

Segundo Miranda (2012), o serviço de psicologia na comunidade é feito a partir de visitas domiciliares, entrevistas, mapeamento da realidade comunitária local. Sendo que esta prática rompe com o modelo tradicional clínico e pretende estar mais próximo da situação em que o indivíduo está inserido, configurando-se um modo de fazer psicologia não-elitista.

Após o estudo do desenvolvimento da psicologia comunitária, percebe-se que o psicólogo que decidir atuar com essa prática enfrentará bastante dificuldade, pois o trabalho em Comunidade é bastante complexo, sobretudo porque deve-se considerar que a Comunidade possui um saber próprio, “saber comunitário”, que não é necessariamente científico, entretanto não deixa de ser um saber. O psicólogo deve atuar auxiliando a própria comunidade a identificar seus problemas e solucioná-los, razão do trabalho em grupo. Um ponto importante a ser destacado é a importância da devolutiva, após a conclusão dos trabalhos, levando em consideração que a opinião da Comunidade é necessária para percebermos como se configurou as intervenções e quais foram os resultados obtidos.

Pode-se afirmar que a psicologia comunitária se construiu a partir de um desejo de proporcionar autonomia para uma sociedade, e foi realizada a partir de movimentos políticos e sociais desenvolvidos ao longo dos anos, impulsionados, sobretudo pelo termo conscientização, que fomentou a formação da individualidade crítica de si e de uma nova realidade social que se espera ser alcançada pelo sujeito em seu grupo social. O termo Psicologia Comunitária ainda é bastante novo e amplo, sendo, por isso mesmo, de difícil conceituação. O termo em si é ambíguo e varia de acordo com o referencial teórico considerado e/ou a práxis do psicólogo que o define. São comuns os termos “Psicologia na Comunidade” (Bender, 1978); “Psicologia do Desenvolvimento Comunitário” (Escovar, 1979); “Saúde Mental Comunitária” (Berenger, 1982); “Psicologia Comunitária/na Comunidade” (Bonfim, 1992); etc.

 “Esta indefinição não decorre de insuficiência, mas é própria da constituição desse saber”. (Nascimento, 1990).D’Amorim (1980, p.104) chama a atenção para algumas vantagens dessa indefinição, diz ela: “Esta dificuldade de identificação está na base de duas implicações para o treinamento do psicólogo comunitário: a fragmentação do conceito de psicologia comunitária valoriza a criatividade e a flexibilidade no treinamento dos psicólogos e o respeito pelas diversas concepções neste domínio embora um esforço deve ser feito para valorizar os elementos comuns e manter os canais de comunicação”.

Outro conceito importante e necessário à compreensão da Psicologia Comunitária é o conceito de comunidade, seu objeto material e campo de atuação. O termo Comunidade, utilizado hoje em dia na Psicologia Social, é bastante elástico e capaz de incluir em seu escopo desde um pequeno grupo social, um bairro, uma vila, uma escola, um hospital, um sindicato, uma associação de moradores, uma organização não - governamental, até abarcar os indivíduos que interagem numa cidade inteira. E as definições de comunidade tem sido cada vez mais abrangente pois se destinam a cobrir toda está gama de habitats sociais.

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