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A Psicologia Social Crenças

Por:   •  3/12/2017  •  Ensaio  •  1.189 Palavras (5 Páginas)  •  719 Visualizações

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4.1 Crenças

O estudo das crenças em psicologia torna-se relevante nesta monografia, pois, através da estruturação das crenças e como as mesmas se estabelecem pode-se compreender de forma mais sólida o processo de formação de estereótipos e preconceitos que serão abordados também neste estudo.

 Deve-se atentar para as considerações do Prof. Helmuth Ricardo Krüger, quando o mesmo afirma que as crenças são teses, que em sua gênese, estabelece ou não uma relação entre dois objetos sendo concretos ou abstratos, ou ate mesmo do próprio objeto e uma qualidade deste. O autor segue sua explanação afirmando que as crenças são teorias ou declarações baseadas na fé, assim chamando a atenção ao interpreta-las devido a certas limitações que possam surgir ao longo do processo de interpretação, e segue chamando a atenção para o estudo das crenças, que o pesquisador não se preocupe em atribuir um sentido teórico ou filosófico de verdade as crenças, devido a subjetividade envolvida no processo de formação das mesmas.

Para o campo da psicologia social o autor afirma que interessa investigar e considerar as origens, na formação e aceitação subjetiva de tais teorias, além da influencia que as crenças exercem sobre o comportamento do individuo. O Autor continua afirmando que psicologicamente o que mais se tem mais relevância a um individuo no que diz respeito ao seu comportamento na verdade não é a realidade mais sim como ele imagina ou entende que a realidade seja, mais uma vez chamando atenção para questão da subjetividade em relação a formação e como o sujeito compreende a sua estrutura de crenças. (KRÜGER, Helmuth Ricardo, 1996. Pág. 32).

Para F. Brentano (op. cit. Helmuth Ricardo Krüger, 1996.) faz-se necessário diferenciar, processos e produtos psicológicos, desta forma permite que as crenças situam-se principalmente nos processos cognitivos que lhes dão origem. Um dos Teóricos mais bem sucedidos na Psicologia Social foi Rokeach (apud. Op. Cit. Helmuth Ricardo Krüger,1996. Pág. 33) onde o faz referencia a hierarquização das crenças em cinco niveis partindo do conceito de centralidade, ondo mesmo afirma que quanto mais centrais forem as crenças, quanto mais internalizadas estiverem as crenças, maior será a resistência a mudança, sendo assim mais significativa será a repercussão  no sistema de crenças do individuo. Seguindo a ideia de Rokeach em relação ao conceito de centralidade das crenças, e atuando com a hipótese de que existam pessoas pertencentes a um determinado grupo social, e que estas possuem em relação aos seguidores e praticantes de religiões de matriz africana uma crença equivocada em relação a suas praticas religiosas. Nesse grupo, desde que nascem os membros pertencentes a ele, recebem reforços das crenças distorcidas. Estas crenças ao longo da vida dos membros do grupo tornam-se reais, a medida que estas são confirmadas a partir do reforço das mesmas, e desta forma vão adotando um papel central em seu sistema de crenças, o que de fato como  o autor confirma faz com que uma mudança de atitude frente a crença distorcida em relação as praticas religiosas de seguidores de matriz africana adotada como verdadeira torna-se cada vez mais difícil.

Segundo Krüger (1996. Pág 33), o estudo acerca das crenças possibilitam que se obtenha elucidações a respeito de estilos interpretativos de realidade da sociedade e da cultura e das condutas sociais correspondentes a ela, pode-se desta forma dar como exemplo a sociedade brasileira e sua diversidade, nos campos étnico, econômico e politico ideológico. As crenças podem assumir papeis distintos e serem representadas como opiniões, boatos, dogmas, convicções, estereótipos (crenças amplamente generalizadas por um conjunto de pessoas) e preconceitos, entre outras possibilidades de classificação. As crenças assumem um papel atuante em uma relação quando há uma relação afetiva entre uma pessoa e algum objeto social, da atitude que aquela manifesta em relação a este (Krüger, Helmuth Ricardo, 1996. pág. 33).

Outros teóricos abordam as crenças e seus sistemas como Garzón (1989, pág. 75) que afirma que os sistemas de crenças são conjuntos de idéias que um grupo social utiliza para localizar-se e justificar as realidades físicas e sociais, como forma de contextualizar as ações propostas pelo grupo dessas realidades, levando em conta o sistema de crenças criado pelo mesmo. Assim o contexto histórico do negro e sua cultura em solo brasileiro, tem fundamental importância na formação da visão da sociedade diante da mesma, onde suas crenças e cultos eram demonizados e o negro era considerado uma sub-raça, sendo perseguido, escravizado, e dessa forma sendo obrigado a negar suas raízes, para sobreviver socialmente. A construção das crenças nesse caso é uma via de mão dupla, à medida que o regime escravagista se estabelecia em solo brasileiro, crenças eram construídas tanto por quem escravizava como por quem era escravizado.

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