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A Psicólogos do século XX e um pioneiro na pesquisa científica em psicoterapia

Por:   •  3/3/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.761 Palavras (12 Páginas)  •  213 Visualizações

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A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

A Abordagem Centrada na Pessoa-ACP, é uma abordagem das relações interpessoais desenvolvida pelo psicólogo americano Carl Rogers (1902-1987), um dos mais renomados psicólogos do século XX e um pioneiro na pesquisa científica em psicoterapia. A ACP insere-se na

corrente humanista-existencial da Psicologia com o intuito de trazer uma nova perspectiva acerca do que é o ser humano.

O pressuposto fundamental da ACP é que em todo indivíduo existe uma tendência atualizadora, uma tendência inerente ao organismo para crescer, desenvolver e atualizar suas potencialidades numa direção positiva e construtiva.

Neste aspecto, a ACP rejeita às ideias mecanicistas a respeito do homem, afirmando que o núcleo básico da personalidade humana era a tendência à saúde e ao crescimento, sendo assim, para se desenvolver uma compreensão acerca da evolução teórica desta abordagem, necessita-se contextualizar historicamente surgimento e evolução das bases da ACP.

6.1 Contextos históricos da Psicologia Humanista

O atributo mais extraordinário do movimento humanista europeu dos séculos XIII e XIV foi sem dúvida o começo de uma mentalidade filosófica tornando assim, plausível a edificação de um novo modo de refletir sobre uma nova perspectiva de imagem do mundo, buscando com isso modificar as concepções teológicas de épocas passadas, as quais tinham como verdade absoluta, o ser divino que comandava suas vidas, pois com essa nova forma de pensar foi se transformando aos poucos sofrendo modificações por um processo inconvertível de transformações no decorrer dos séculos. Portanto esse novo construto tornou possível torna o homem e a natureza como o centro. Aparte disso se tratava de pensar não mais a questão da humanização do divino, como havia sido feito em grande parte da Idade Média, mas sim aquela da divinização do humano (BOMBASSARO, 2000, p. 213-214).

Segundo o entendimento de Bombassaro (2000, p. 214), o Humanismo procurava tornar central a figura da pessoa humana, tal qual foi na antiguidade, uma vez que o período que compreende boa parte da Idade Média, a figura humana perdeu seu espaço ocupando seu lugar a figura do divino, imposto pelo Cristianismo, e que triunfou plenamente em longo período. O Humanismo como movimento intelectual, resgataria o humano como centro do universo.

O Humanismo distinguir-se pela retomada da leitura de autores clássicos tornando assim o interesse por investigação, observação, causando, portanto, um desenvolvimento para o conhecimento cientifica na medida em que se afastava de crenças unicamente religiosas, tendo seu

apogeu no Renascimento. O pensamento voltava-se para o homem enquanto um ser agente de sua própria vida, e não mais se voltava para Deus com suas leis que determinavam o destino do homem. Era o antropocentrismo em contraposição ao teocentrismo (CALDERONI, 2010).

Surgir então, por me ados da década de 1940 e 1950, a psicologia humanista, baseada nas hipóteses do humanismo, caracterizando a chamada “terceira revolução em psicologia”. A psicologia humanista surge a partir da tentativa de recolocar o homem no mundo no comando de sua vida, seu destino, pois, como tanto o Behaviorismo quanto a psicanálise selavam o homem num sistema determinado, visto sob a ótima cientifica natural. A terceira força, portanto, a psicologia humanista, tem como principal fundamento reagir às teorias psicológicas que determinam a existência humana inserida num sistema explicativo. Ao contrario, a psicologia humanista exalta, no homem, sua liberdade de escolha e responsabilidade pelo próprio destino, dessa maneira, impossível de ser determinado, tendo como referencia a fenomenologia existencial (BUY, 2007).

A psicologia humanista surgiu [...] nos Estados Unidos, num período de pós-guerra, marcado pela desesperança, crise moral e de valores. Amatuzzi (2002) esclarece que a designação „psicologia humanista‟ não se refere, pois, “a uma teoria específica, ou mesmo a uma escola, mas sim ao lugar comum onde se encontram (ainda que com pensamentos diferentes) todos aqueles psicólogos, insatisfeitos com a visão de homem implícita nas psicologias oficiais disponíveis” (p.19).

O Humanismo enquanto movimento, refletia o homem como individuo integrante da sociedade em que vive. Este movimento aristocrático e monarca buscou nos textos dos grandes autores da antiguidade o embasamento para edificar uma nova educação, que deveria privilegiar o desenvolvimento integral da pessoa humana, assegurando o desenvolvimento das potencialidades natas de todos os indivíduos. Segundo Amatuzzi (2002), esse novo modo de ver o homem, agora como responsável por suas ações e dono de seu próprio destino, o torna um sujeito ativo dentro dessa nova maneira de ver a si mesmo como autor coadjuvante de sua história; o fazendo ter outras perspectivas em suas escolhas e não, mas responsabilizando um ser divino, mas abrindo com isso novas possibilidades de sair do conformismo e fazendo se vê como um ser livre para fazer próprias escolhas.

À volta ao humano como objeto de estudo é uma das bandeiras do Movimento, importante a ponto de fornecer-lhe o título designativo. Qualidades e capacidades humanas por excelência, tais como valores, criatividade, sentimentos, identidade, vontade, coragem,

liberdade, responsabilidade, consciência, auto realização, etc., fornecem temas de estudo típicos das abordagens humanistas (Schultz, 1981, p 323).

A Psicologia Humanista é apontada por um compromisso de aliciação em favor da mudança social e cultural, em direção a uma sociedade de valores mais humanos, menos controladores, mais atentos às necessidades inerentes de autorealização, mais fecunda e lúdica, envolvendo relações pessoais mais abertas, autênticas, auto-expressivas e prazerosas, em que a exploração alternativa das dimensões humanas da intimidade corporal e emocional fosse admitida ao invés de reprimida; enfim, onde a pessoa, em sua liberdade e auto-determinação no desenvolvimento de suas possibilidades, fosse o valor supremo, contra todos os dogmas, valores e autoridades externamente constituídos ( Maslow em 1957).

Bombassaro (2001, p. 68-69), diz que os “principais expoentes do humanismo antigo e renascentista não conheceram a si mesmo como sendo humanistas”, mas eram humanistas pelo fato de tomarem o homem como centro de suas reflexões. Tomando como fio condutor este pensamento, se empregam as palavras de Bombassaro (2001, p. 69), quando este afirma que “o humanismo pode ser compreendido como uma determinada visão de mundo, uma forma de compreender o que há de humano no mundo, uma forma na qual transparece um conjunto de

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