A SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Resenha Crítica de Caso

Luana Lima Guedes Garcia

Trabalho da disciplina Saúde Mental E Atenção Psicossocial

                                                       Tutor: Prof. Rosane de Albuquerque Costa

Juiz de Fora

2020

Saúde Mental na Atenção Básica

Introdução:

        A partir da desospitalização da reforma psiquiátrica, realizada com a força da luta antimanicomial, é trabalhado a melhor maneira de desinstitucionalização, devolver ou apresentar a autonomia ao indivíduo, garantindo seus direitos, integrando na sociedade e buscando a melhor forma de tratamento. Em paralelo, a saúde também passou por reformas com a criação do SUS, várias mudanças em relação ao direito à saúde, bem como a ampliação do conceito de saúde. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) faz parte dessa inovação, ele se enquadra na Atenção Primária que seria a porta de entrada da saúde no Brasil.

        Um dos desafios é incluir o indivíduo com transtorno mental dentro do atendimento primário, tendo em vista que seu cuidado não se resume a sua patologia. O acompanhamento em relação a saúde mental é realizado no CAPS, que é todo estruturado, dividido em especialidades e apropriado para receber os indivíduos com transtornos mentais, todavia os demais dispositivos de saúde são preparados para a população em geral e pode faltar o entendimento do melhor manejo para esses casos.

        A estratégia do Apoio Matricial (AM) veio em direção a essa dificuldade, promovendo a articulação entre os dispositivos, disponibilizando suporte técnico e dividindo a responsabilidade. No caso da saúde mental, o suporte à equipe de referência, seja ESF ou de residência terapêutica, vem do CAPS, pois, se trata da referência central da reforma psiquiátrica.

Desenvolvimento:

        Dentro do tema proposto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, com um questionário semiestruturado e audiogravadas, no município de Guarujá-SP, visando observar e discutir dentro da perspectiva de enfermeiras e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da ESF a estratégia do matriciamento em relação a Saúde Mental.

        O hospital antes era visto como a porta de entrada para o atendimento à saúde mental, porém hoje, esse atendimento primário é realizado no CAPS, totalmente pensado para o atendimento aos pacientes com transtorno mental. A atenção básica também tem esse papel de porta de entrada e por vezes fará um atendimento ao indivíduo com um transtorno mental que estará tratando de outra condição, como diabetes e hipertensão.

        O matriciamente visa conceber o suporte especializado entre a equipe de referência e a equipe de apoio matricial, que na saúde mental, é o CAPS. O cuidado em rede vem como uma forma de ligar os dispositivos de saúde, traçando um cuidado mais integral, com maior abrangência. A intenção é que haja uma interação das instituições envolvidas no tratamento, um acompanhamento com o paciente, porém também entre as equipes.

        No estudo em questão, foi observado a importância dada pelos participantes em relação ao trabalho em rede, ao matriciamento, porém também ficou evidente a falta de conhecimento sobre os processos realizados no CAPS e uma falta de pró-atividade de ambos os lados em manter o contato em relação aos pacientes em comum. Nesse caso, se faria necessário uma mudança na forma de contato entre as equipes, tentar de alguma forma uni-las e facilitar a interação. Poucos são os profissionais da equipe de referência que ficam responsáveis por esse contato com a equipe matricial, isso pode diminuir o entendimento da equipe da importância dessa interação, pois a maioria não tem o contato, não fica palpável os benefícios vindos desse processo.