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A SAÚDE MENTAL NO HOSPITAL GERAL

Por:   •  12/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.172 Palavras (5 Páginas)  •  271 Visualizações

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SAÚDE MENTAL NO HOSPITAL GERAL

OBJETIVO: APRESENTAR O LUGAR DO HOSPITAL GERAL NO TRATAMENTO DISPENSADO À SAUDE MENTAL NA ATUALIDADE

ROTEIRO DE FALA:

CONCEITUAR O LUGAR DO HOSPITAL NA HISTÓRIA

APRESENTAR O LUGAR DA SAÚDE MENTAL NESSE CONTEXTO

PROBLEMATIZAR O ATUAL CENÁRIO DAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO A SAÚDE MENTAL

Na história da humanidade o hospital geral (HG) traz em seu processo histórico-social diferentes características que são convergentes com os conceitos de saúde/doença/doença mental que se originaram e evoluíram em cada época (Paes, Silva, Chaves & Maftum, 2013).

Percebemos então a passagem de uma finalidade com características caritativas e religiosas presente no século XVIII, para um espaço medicalizado com a função de curar doenças sob a ação do médico. Neste sentido, a clínica médica baseada na observação dos sinais e sintomas das enfermidades e dos doentes surgiu com o intuito de classificar as doenças e, assim, conhecê-las, propondo formas de tratamento padronizadas, tornando o hospital um instrumento importante na evolução das ciências médicas (Paes, Silva, Chaves & Maftum, 2013). Neste processo de classificação e padronização do adoecimento humano, a loucura passou a ser concebida como doença e, dessa forma, passível de ser tratada e curada, tal como as doenças físicas.

Temos em Phillipe Pinel (1745-1826), reconhecido como pai da psiquiatria moderna, a presença do conceito de ‘alienação’, que de qualquer forma, avança no sentido de oferecer possibilidades de tratamento para àqueles que eram considerados incuráveis e, portanto segregados da sociedade. Baseado nesta concepção, os manicômios foram criados como espaços próprios para o tratamento e cura da loucura, dando origem a uma importante delimitação nosográfica entre HG e manicômio, que durou muito tempo e ainda hoje se faz presente na forma de reconhecimento das intervenções possíveis a serem realizadas com os ditos ‘loucos’.

Vemos surgir um divisor preocupante entre mente e corpo, sendo o HG visto como detentor do papel de promover a cura das doenças orgânicas, enquanto que os manicômios se encarregariam de tratar as doenças psíquicas. Esse paradigma contribuiu para fortalecer o modelo hegemônico de tratamento dos transtornos mentais nos últimos séculos.

No período pós 2ª guerra mundial devido à incidência de soldados apresentando sofrimento mental, esse panorama começou a se modificar, inicialmente nos EUA, com iniciativas isoladas de atendimento a esses pacientes em alas psiquiátricas específicas no interior do próprio hospital (Paes, Silva, Chaves & Maftum, 2013).

No Brasil, os primeiros leitos psiquiátricos em HG só iniciaram suas atividades na década de 1960, mesmo assim, o modelo manicomial e hospitalocêntrico foram fortemente mantidos. Com a reforma psiquiátrica em 1970, este modelo ineficaz passou a ser questionado e criticado por parte da sociedade brasileira, o que exigiu estratégias governamentais que subsidiassem a implantação de um modelo de assistência favorável à ressocialização e à garantia dos direitos das pessoas com transtorno mental (Paes, Silva, Chaves & Maftum, 2013).

A mudança do atendimento psiquiátrico hospitalar para a assistência comunitária tem sido a grande meta das equipes de saúde mental de vários países, assim como no Brasil, apesar das resistências. Pressupõe a transferência do eixo hospitalar para atendimento nos serviços diretamente vinculados à comunidade, aproveitando toda a rede de assistência pública e do setor privado, uma vez que todos prestam serviços de relevância pública (Marchewk, 2007).

A partir desse movimento, a Política Nacional de Saúde Mental propôs a criação de serviços de caráter extra-hospitalares para a assistência às pessoas com transtorno mental como, por exemplo, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Hospital Dia (HD), Serviço de Residências Terapêuticas (SRT) e ambulatórios, se caracterizando por uma rede de atendimento embasada na atenção primária.

Vale salientar que estes serviços, devem funcionar em uma rede ampla, na qual estão incluídos também os serviços de urgência e emergência psiquiátrica, leitos e enfermarias psiquiátricas no HG. Observa-se que o HG passa a ter importante papel na rede de atenção em saúde mental, superando a visão dicotômica doença mental/doença orgânica construída histórica e socialmente.

Os serviços psiquiátricos em HG necessitam ter caráter complementar e tem como função dar suporte no atendimento de emergências psiquiátricas para o manejo de pacientes em crise ou com sintomas psíquicos agudizados. Trata-se de um serviço em que se tem a facilidade de acesso a exames laboratoriais e de imagem, importantes no cuidado integral às pessoas com transtornos mentais graves, e assim, auxilia na minimização do estigma e do preconceito contra estes indivíduos. Portanto, as unidades psiquiátricas em HG não devem ter características asilares como os antigos internamentos em manicômios.

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