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A SOCIOPATIA E SUAS VERTENTES

Por:   •  23/4/2017  •  Artigo  •  2.404 Palavras (10 Páginas)  •  500 Visualizações

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SOCIOPATIA E SUAS VERTENTES:

O sucesso e a destruição

Patrícia Kelly, Guilherme de Paula, Luíza Goulart, Regiane Manhães, Victória Bomtempo, Luciana Isabel

RESUMO

O comportamento humano é algo que vem sendo estudado há séculos e, ainda assim, não existe um consenso sobre o que desencadeia certos comportamentos como a sociopatia, por exemplo. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar, por meio de uma revisão teórica, as características básicas da Sociopatia, com foco na formação genética, implicações comportamentais e influência do meio como determinantes para que o indivíduo sociopata trilhe caminhos violentos ou pacíficos; dando ênfase à evolução do transtorno ao longo da vida do indivíduo. Constatou-se que o destino do indivíduo sociopata poderá e será determinado por sua parentalidade e pelo diagnóstico precoce do transtorno através de instrumentos psicométricos padronizados utilizados na avaliação clínica do indivíduo.

Palavras-chave: Sociopatia. Transtorno de personalidade Anti-social. Psicopatia.

  1. INTRODUÇÃO

Entender o funcionamento da mente humana em casos de Transtorno de Personalidade Anti-social sempre foi um desafio, mesmo para os estudiosos da Psicologia. Primeiro por se tratar de algo mutável, indômito e constantemente adaptativo ao meio. Segundo pela escassez de instrumentos de avaliação que respaldem as impressões clínicas que dão sustentação a tais diagnósticos (Widier & Rogers, 1989; Kosson, Forth, Steuerwald & Kirkhart, 1997). E, por fim, mas não menos importante, porque as pessoas com Transtorno de Personalidade Anti-Social (TPAS) e/ou traços psicopatas e sociopatas têm como característica a tendência a negar ou minimizar atributos pessoais socialmente inadequados (Klonsky, Oltmanns & Turkheimer, 2002; Bornstein, 2003).

Explicações poéticas, jurídicas, filosóficas, sociológicas demonstram que o indivíduo tem necessidade de coexistir com os demais, por ser sua natureza; em contrapartida a ciência tenta explicar as maldades e perversões humanas, e é aqui que nosso objeto de estudo se insere, pois o sociopata, com sua aparência normal, nível de inteligência elevado, charme é, por trás da superfície um indivíduo frio, sem empatia, focado em obter sucesso em cada um de seus projetos, sejam eles empresariais, políticos, religiosos ou homicidas e, para obter tal sucesso, não medirá consequências, não se importará com as regras, não terá remorso ou compaixão. Mas, por que alguns sociopatas se tornam assassinos violentos e outros empresários, políticos e líderes religiosos de prestígio na sociedade?

  1. A PERSONALIDADE SOCIOPATA NA SOCIEDADE

“A Psicologia conceitua a personalidade como “uma organização dos vários sistemas físicos, fisiológicos, psíquicos e morais que se interligam, determinando o modo como o indivíduo se ajusta ao ambiente em que vive. ” (FERREIRA, 1999, p.1)

Quando o comportamento das mais variadas pessoas extrapola das normas comuns e passa a criar problemas de convivência deve-se suspeitar que se trata de uma patologia mais ou menos severa que, porém, deve ser identificada e tratada se quisermos evitar que descambe para a prática de atos cada vez mais anti-sociais até por vezes de atos nitidamente criminosos.

No caso da sociopatia, todos os indivíduos acometidos sofrem do mesmo problema: uma total ausência de compaixão, nenhuma culpa pelo que fazem ou medo de serem pegos, além de inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está em volta. É comum chamar pessoas assim de monstros, gênios malignos ou coisa que o valha. Mas para a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles têm uma doença, ou melhor, deficiência. O nome mais conhecido é psicopatia, mas também se usam os termos sociopatia e transtorno de personalidade antissocial.

A revista Superinteressante publicou pelo menos 3 artigos sobre o tema portadores de TPAS (Transtorno de Personalidade Anti-Social). Um deles, de 2006, escrito por Leandro Narloch e intitulado “Seu amigo psicopata”, tinha como subtítulo: “Cinco milhões de brasileiros são incapazes de sentir emoções. Eles podem até matar sem culpa e estão incógnitos ao seu lado”.

Entre os psiquiatras, há consenso quanto a estimativas surpreendentes sobre a psicopatia. “De 1% a 3% da população tem esse transtorno. Entre os presos, esse índice chega a 20%”, afirma a psiquiatra forense Hilda Morana, do Instituto de Medicina Social e de Criminologia do Estado de São Paulo (Imesc). Isso significa que uma pessoa em cada 30 poderia ser diagnosticada como psicopata. E que haveria até 5 milhões de pessoas assim só no Brasil. Dessas, poucas seriam violentas. A maioria não comete crimes, mas deixa as pessoas com quem convivem desapontadas. “Eles andam pela sociedade como predadores sociais, rachando famílias, se aproveitando de pessoas vulneráveis e deixando carteiras vazias por onde passam”, disse à SUPER o psicólogo canadense Robert Hare, professor da Universidade da Colúmbia Britânica e um dos maiores especialistas no assunto.

Os sociopatas que não são assassinos estão em escritórios, ocupando os mais variados cargos, muitas vezes ganhando uma promoção atrás da outra enquanto puxam o tapete de colegas. Também podemos encontrá-los entre políticos que desviam dinheiro de merenda para suas contas bancárias, entre médicos que deixam pacientes morrer por descaso, entre “amigos” que pegam dinheiro emprestado e nunca devolvem, e ainda entre líderes das mais diversas religiões.

Independente do caminho que sigam em suas vidas, os sociopatas apresentam algumas características em comum, dentre elas: a surpreendente capacidade de mentir e convencer; a frieza mesmo diante de situações estressantes; sentem que sempre sairão impunes por seus atos; tratam o próximo como coisas e não seres humanos com sentimentos; são incapazes de enxergar emoções, em vez disso, eles só teriam o que os psiquiatras chamam de proto-emoções – sensações de prazer, euforia e dor menos intensas que o normal; ausência total de empatia; entre outros.

Para ilustrar melhor como funciona um sociopata nas empresas, a revista Superinteressante publicou o artigo “Psicopatas no trabalho”, por Maurício Horta:

“Até 3,9% dos executivos de empresas podem ser psicopatas, segundo uma pesquisa feita em companhias americanas. Uma taxa de psicopatia 4 vezes maior do que na população em geral. Eles não matam os colegas, mas usam o cargo para barbarizar. ”

Como os portadores de TPAS mais violentos, que acabam se tornando assassinos em série, os psicopatas de colarinho branco não pensam no bem-estar dos outros, nem sentem culpa por suas ações. Por isso passam por cima de regras, estejam elas formalizadas em leis ou somente estabelecidas pela ética e pelo senso comum.

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