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A TRANSFERÊNCIA: ABORDAGEM FREUDIANA

Por:   •  24/4/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  607 Palavras (3 Páginas)  •  269 Visualizações

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TRANSFERÊNCIA: ABORDAGEM FREUDIANA

Transferência é um dos fenômenos que Freud observou nos primórdios da psicanalise, esse termo foi utilizado por ele pela primeira vez em 1900 no livro a interpretação dos sonhos. Nesse livro ele afirma que partes dos acontecimentos que se desenrolam ao longo do dia são transferidos para os sonhos e retrabalhados pelo inconsciente, muitas das imagens e situações experimentadas em sonhos são simplesmente frutos da transferência, ou seja, o inconsciente aquela parte submersa da mente.

Além dessa transferência diária que retrabalhamos nos sonhos, Freud também percebe que assim como o inconsciente transfere os restos das experiências diurnas para os sonhos, ele também faz outro tipo de transferência, nesse outro tipo o inconsciente dos pacientes transferem sentimentos vividos em relacionamentos do passado para a pessoa do analista.

Segundo Freud todas as vezes que tratamos psicanaliticamente um paciente neurótico, surge nele o estranho fenômeno chamado “transferência”, isto é o doente consagra ao médico uma série de acontecimentos afetuosos, mesclados muitas vezes de hostilidade, não justificados em relações reais e que, pelas suas particularidades, devem provir de antigas fantasias tornadas inconscientes. Aquele trecho da vida sentimental cuja lembrança já não pode evocar, o paciente torna a vivê-lo nas relações com o médico; e só por este ressurgimento na “transferência” é que o doente se convence da existência e do poder desses sentimentos sexuais inconscientes.Ou seja, ele percebeu que todas as emoções e sentimentos que os pacientes estavam vivenciando no consultório na análise com ele, não eram dirigidos na realidade a ele, mais sim as primeiras figuras da infância daqueles pacientes, daí vem o nome transferência pois como a própria palavra traz o significado é transferir do passado para o presente, das figuras do passado para a figura atual.

Mais quando falamos em afeto falamos também em desafetos, ou seja tudo que envolve o universo da afetividade como amor, ódio, antipatia, e os medos são elementos que estão implicados no processos de transferência. Por exemplo aquela pessoa que briga com todos os chefes nos empregos que consegue; aquela outra que fica esperando admiração de todo mundo. Enfim é no dia a dia que podemos perceber facilmente esse fenômeno da transferência, pois surge espontaneamente em todas as relações humanas.

Pois bem, da mesma forma que a transferência é a mola propulsora para dissolver essas projeções recalcadas, ela pode ser também uma arma contra o desenvolvimento na psicanalise, ou seja, uma pessoa que se apaixona loucamente pelo analista está transferindo sentimentos da sua tenra infância para o analista e essa pessoa não quer saber mais de analise, não quer saber de si mesma e nem da sua subjetividade. Sempre que nos deparamos com um paciente que se comporta como se estivesse fora do tratamento, estamos diante de uma resistência.Nestes casos, a situação precisa ser esclarecida, do contrário o próprio processo analítico estará em risco.

Na medida que isso vai sendo trabalhado na análise, essa neurose de transferência vai se dissolvendo e os sentimentos fora e relacionamentos fora da análise também vão ficando menos permeados dessas projeções do passado.

Por fim transferência é a capacidade humana por excelência, presente não somente na relação analítica, mais em inúmeras outras situações de interação social. Segundo Freud, “todos os sintomas do paciente abandonam seu significado original e assumem um novo sentido que se refere à transferência (...). Mas dominar essa neurose nova, artificial, equivale a eliminar a doença inicial trazida ao tratamento – equivale a realizar nossa tarefa terapêutica. Uma pessoa que se tornou normal e livre de ação de impulsos instintuais reprimidos em relação com o médico. Assim permanecerá em sua própria vida, após o médico haver-se retirado dela”. ( Freud, 1916-1917ª, pp.517-518 )

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