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A Teoria Centrada na Pessoa- ACP

Por:   •  21/5/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.719 Palavras (7 Páginas)  •  271 Visualizações

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 A teoria centrada na pessoa, de Carl Rogers, é uma forma bastante diferenciada de ver tanto o ser humano, quanto o processo terapêutico. Rogers foi um psicólogo estadunidense, graduado a principio em história, estudou também teologia e posteriormente acabou se interessando e dando ênfase a psicologia e consequentemente adotou esse caminho de propor essa nova forma de se ver o ser humano. Rogers viveu de 1902 a 1987.

Carl Rogers traz uma abordagem com uma nova forma de ver o ser humano, que a principio ele a chamou de psicologia não diretivo, posteriormente ele mudou para terapia centrada no cliente e por ultimo, onde julgou como mais coerente com a sua abordagem, a chamando de abordagem centrada na pessoa, o que é realmente bem dentro da característica do humanismo. Então, é uma forma de se ver a pessoa, o indivíduo por ela própria e não pelo ambiente, não pelas suas relações familiares, mas sim ela pela forma como ela se entende e se vê.

O pensamento de Carl Rogers parte do principio de que naturalmente a pessoa tem da saúde ao crescimento pessoal, sendo a função do terapeuta caminhar junto do cliente. Isso mostra uma nova face, onde Rogers quebra a ideia hierárquica do terapeuta , então essa ideia que nós temos do terapeuta estando em um outro degrau que não do paciente, é completamente quebrado dentro da abordagem dele.

Fazendo uma comparação com a psicanálise, dentro dos canais nós temos uma coisa chamada o sujeito do suposto saber, que é uma forma que a maioria dos psicanalistas se utiliza de referenciar aquela situação em que: "eu estou mal, eu não tenho certeza do que está acontecendo comigo, estou passando por um momento complicado, é difícil pra mim lidar com isso, eu não sei como lidar com isso", e a pessoa vai ao encontro a um sujeito que supostamente sabe o que fazer e sabe como lidar com isso, e é isso que é chamado de suposto saber na psicanálise. Ou seja, o paciente tem uma angústia e não sabe como manejar essa angústia, e então ela busca o seu psicanalista que é quem tem a resposta para ele. Sabemos que isso não reflete a realidade, pois são os próprios pacientes que trarão os aspectos da sua vida para o terapeuta, pois o psicanalista não sabe nada a respeito da vida daquele paciente. Porém há esse pressuposto por parte dos pacientes em achar que o terapeuta sabe mais a respeito da vida dele do que ele próprio. Já na abordagem de Carl Rogers, isso se desfaz logo no início, então não se cria nenhum tipo e nem se permite essa criação de uma ideia de um terapeuta em um degrau diferente do seu cliente. Ambos estão em uma mesma condição e ambos se desenvolvem juntos.

Nesse tipo de abordagem, o terapeuta está em processo terapêutico junto com o seu cliente. A ideia de Rogers é a de que se amadureça emocionalmente e isso ambos estarão fazendo em conjunto.

Além dessa quebra de hierarquia, existe a busca que o terapeuta e cliente desenvolvam suas potencialidades em conjunto, onde há interação terapeuta-cliente na construção de potencialidades de ambos. Rogers da ênfase nos aspectos afetivos existenciais do presente, então é uma abordagem que não da enfoque no passado. Ela da enfoque totalmente na forma como o sujeito se comporta ou como o indivíduo se comporta nos aspectos afetivos em relação a sua existência, em relação a sua condição. É uma abordagem humanista fenomenológica, onde o enfoque é no ser humano, na sua condição de consciência, onde na fenomenológica é o ser humano em relação aos seus fenômenos, ou seja, a forma como esse ser humano vivencia a sua vida. Nesse caso não é a forma como a sociedade estabelece,e nem como a família, mas sim como o indivíduo vivencia essa sua existência. Se assemelha muito ao existencialismo.

Sua teoria defende que o ser humano é dotado de uma natureza essencialmente positiva e que nos movemos constantemente em busca da auto realização. Rogers era fenomenologista , por isso entendia que cada indivíduo percebe o mundo de maneira única.

As percepções que o indivíduo tem sobre o mundo, formam o seu campo fenomenal. Esse campo é formado tanto pelas percepções conscientes quanto pelas percepções inconscientes. As percepções conscientes são aquelas sobre as quais podemos pensar e refletir objetivamente, ou seja, se eu vejo uma flor, sou capaz de pensar sobre a sua cor, sua textura, seu perfume, algum sentimento ou lembrança que evoca em mim. Já as percepções inconscientes são aquelas que escapam a minha capacidade de pensar sobre ela de forma objetiva, como por exemplo, determinados valores e ideais que se incorporam ao longo da vida pelo fato de conviver com pessoas que vivem de acordo com esses valores e ideais.

Apesar de termos percepções conscientes e inconscientes, Rogers considera que são as percepções conscientes e as que são capazes de se tornar conscientes que são determinantes no comportamento de um indivíduo psicologicamente saudável. Ou seja, quanto mais saudável psicologicamente mais o meu comportamento é consciente, mais o meu comportamento é determinado por aspectos sobre os quais eu tenho capacidade de pensar objetivamente e se necessário trabalhá-los.

O campo fenomenal, que é formado pelas percepções conscientes e inconscientes, que temos sobre a realidade,  é o nosso mundo privado. Cada pessoa tem o seu próprio campo fenomenal, inacessível aos outros de forma integral, mas Rogers afirma que é possível fazermos um esforço para tentar enxergar o mundo da forma como ele é percebido por outras pessoas e entender o significado psicológico que esse mundo tem para elas.

O Self é uma parte do campo fenomenal. Nessa parte estão as percepções que formam nosso alto conceito, ou seja, a forma como nos vemos. Ao longo da vida o self se modifica, afinal aprendemos coisas novas, passamos por novas experiências e tudo isso interfere na forma como nos vemos. Apesar disso, o processo de mudança do self é gradual e guarda relação com outras percepções que fazem parte do campo fenomenal, em outras palavras, existe uma coerência entre a forma como eu me vejo, a forma como eu vejo o mundo e a forma como eu me vejo no mundo. Essas percepções não estão descoladas uma das outras.

O self, que é esse conceito sobre mim, é formado por percepções e experiências que são conscientes ou que podem se tornar conscientes. O self não é formado por material que não possa ser acessado pela consciência ou seja, ao contrário de outras teorias que consideram que uma parte do meu eu é inconsciente, Rogers defende que somos capazes de ter total consciência do nosso auto conceito se nos propusermos a investiga-lo.

Já o self ideal é o alto conceito que cada pessoa gostaria de ter e ele é constituído por aqueles aspectos que são altamente valorizados por cada individuo. Em termos simples, o self ideal é a idealização que cada um faz de si mesmo. A pessoa que gostaríamos de ser.

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