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A Transformação da natureza pelo homem

Por:   •  4/6/2018  •  Dissertação  •  986 Palavras (4 Páginas)  •  258 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O trabalho como um movimento de transformação da natureza pelo homem, se desenvolve ao longo da história e ganha novos significados. O homem pode assim vender sua força de trabalho, ideia que hoje chamamos de emprego, permitindo assim, sua sobrevivência. Segundo Codo (1984):

“Tudo que compõe o ambiente que estou tem uma característica em comum, é o resultado do trabalho humano. Para que existisse qualquer um desses objetos, homens se reuniram, se organizaram, o trabalho foi dividido, realizado e vendido [...] Posso concluir que me comporto dessa forma porque os homens transformaram a natureza, colocaram-na a meu serviço, e que me comportaria de outra, se o trabalho humano produzisse outros resultados.”

 A partir dessa relação é possível que a psicologia exista como campo de atuação dentro das relações de trabalho, pois a partir desse estudo é possível entender muito do comportamento do homem. A psicologia do trabalho então assume abordagens, chamadas de “faces”, que foram se construindo historicamente.

No inicio do século XX, com a revolução industrial já consolidada, a psicologia buscava se distanciar cada vez mais da filosofia tendo em vista uma “radicalização do projeto cientifico nessa área do saber”. Visava somente o interesse das indústrias, a produção e o lucro, características centrais da primeira face, chamada de Psicologia Industrial. A prática da primeira face se resume no recrutamento e seleção de funcionários, e também da “lei do esforço”, emprestada do Taylorismo, que se resumia em determinar a partir de quando a fadiga começa a atrapalhar na produtividade dos funcionários (GOULART; SAMPAIO, 1998).

Temos então no período pós-guerra a atuação da psicologia industrial consolidada como “seleção (com base na psicometria), a classificação de pessoal, a avaliação de desempenho, as condições de trabalho, o treinamento, a liderança [...]” (GOULART; SAMPAIO, 1998).

Com a crise nos modelos de desenvolvimento e administrativos, começa então a surgir segunda face, chamada de Psicologia Organizacional. Buscava-se compreender não somente os postos individuais de trabalho, mas também as estruturas das organizações. Segundo Goulart e Sampaio(1998):

“A psicologia organizacional não foi uma ruptura radical com a psicologia da indústria. Foi uma ampliação do seu objeto de estudo, posto que os psicólogos continuavam atrelados ao problema de produtividade da empresa”

O caráter da psicologia organizacional acaba se relacionando com as abordagens comportamentais por dar valor a influencia do meio e não dar importância a referencias de ordem subjetiva. Há uma maior preocupação com o trabalhador comparado a face anterior, porém o objetivo final era a obtenção de lucro para a organização. Silva (1992), apresentando a seguinte proposta, dá ideia de alguns elementos da psicologia organizacional acrescentando também alguns pontos do que viria a ser a terceira face, denominada Psicologia do Trabalho:

“Desta forma, a tecnologia de seleção deve extrapolar a analise “perfil individual X adequação ao cargo” para verificar a adequação ao candidato aos valores humanos que vai compartilhar com o sistema social da empresa. As técnicas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos devem privilegiar as habilidades de perceber, compreender, sentir, cooperar, ao lado das habilidades de planejar, avaliar, operar, calcular. A dinâmica de grupo deve rejeitar abordagens que consistam em “fazer passar conflitos reais para o plano do brinquedo, logo imaginário” para ensejar o desenvolvimento de novos padrões de interação, a identificação do conjunto de valores representados e reproduzidos pelos grupos e na recomposição de um sistema de referencia que leve a uma linguagem mais clara”.

A terceira face como abordagem que visa a compreensão do homem que trabalha e não a obsessão pelos lucros, permite ao pesquisador alcançar temas que eram proibidos e amplia a área de atuação do psicólogo dentro das organizações. A psicanalise começa ganhar espaço dentro das organizações, pois, já não era mais tão importante estudar apenas as relações interpessoais e processos grupais, mas sim a saúde do homem como singular e dono de uma subjetividade. A terceira face preocupa-se com a compreensão do trabalho do homem, em primeiro lugar (GOULART; SAMPAIO, 1998).

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