ABA - Tratamento de crianças com autismo

O objetivo do trabalho e a metodologia empregada -

O objetivo do estudo foi de através de procedimentos baseados no método ABA (Applied Behavior Analysis) instalar e modificar comportamentos em uma criança diagnosticada com autismo. Visa-se instalar comportamento considerado adequado – brincar funcional e diminuir a frequência de comportamentos inadequados classificados como birra. A instalação destes comportamentos teve como objetivo melhorar a interação social com outras crianças.

O comportamento escolhido para ser instalado à criança M.(sexo feminino, oito anos e diagnosticada com autismo) foi o de brincar funcional, este definido como o sujeito manipular brinquedos de forma adequada, como por exemplo, seguir corretamente as regras de um jogo. No caso, o brinquedo escolhido foi o Jogo da Memória.

Foram 13 sessões de 60 minutos cada. Em duas sessões foram utilizados apenas três pares. A partir da oitava sessão a pesquisadora inseriu-se no jogo e introduziu mais 17 pares de figuras de uma vez para o sujeito. Antes de jogarem juntas, a pesquisadora realizou um novo pareamento onde as figuras eram divididas em quatro categorias (Zoológico – já conhecido pelo sujeito -, casa, circo e frutas). Com isso, ocorreram mais cinco sessões, dentre ela, em duas M. jogou com outras crianças. A modelagem dos comportamentos adequados foi realizada com base no método ABA. Cada resposta correta de M. durante o pareamento e o jogo era seguida de um reforço no qual a criança poderia escolher brinquedo de maior preferência. Concomitantemente aos procedimentos utilizados, o experimentador bloqueou as birras apresentadas pela criança. Os comportamentos classificados como birra foram gritos, choro, deitar no chão, falar não, reclamar, se recusar a fazer. Os procedimentos utilizados foram a punição negativa e a extinção. Portanto, quando a criança apresentou algum dos comportamentos considerados birras, a pesquisadora retirou a atenção, ou seja, não olhou para o sujeito e não falou com ele. Além disso, retirou o que havia com M., no caso, os brinquedos.

Como ocorreu a intervenção propriamente dita –

Inicialmente, foi apresentado ao sujeito o Jogo da Memória onde a pesquisadora realizou um pareamento para que a criança conhecesse as figuras. Elas eram colocadas lado a lado em cima da mesa. A experimentadora apontava a figura do hipopótamo e pedia para que o sujeito colocasse a figura. Após o pareamento ser estabelecido, na segunda sessão foi dada instruções para que M. procurasse a figura igual àquela apresentada pela pesquisadora, sendo que todas as cartas estavam viradas para cima. Toda vez que a criança emitia o comportamento desejado, este era reforçado.O reforço da resposta correta tinha função de aumento de frequencia da mesma para Skinner (1974).

Ao final dessa sessão, foi mostrado o jeito correto de jogar para o sujeito, com as figuras viradas para baixo. Na terceira sessão, em que houve o acréscimo de mais um par de figuras (leão), e assim como na situação anterior, foi feito um pareamento propondo que o novo par fosse identificado.A experimentadora deu a instrução para que a criança encontrasse os pares iguais, porém as figuras estavam viradas para baixo, por iniciativa do próprio sujeito e novamente, a resposta correta era reforçada através da possibilidade do sujeito brincar com o quebra-cabeça. Quando a criança não conseguia a pesquisadora desvirava as duas que estavam para cima, virava outra e dava a instrução para que a criança encontrasse à igual. Esse procedimento era repetido até M. emitir a resposta correta.

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