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ADOÇÃO TARDIA, SENTIMENTOS NEGATIVOS DESENCADEADOS NAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ENQUANTO AGUARDAM: CONTRIBUIÇÃO DA PSICOTERAPIA PARA RESSIGNIFICAÇÃO DESSES SENTIMENTOS

Por:   •  12/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  5.580 Palavras (23 Páginas)  •  152 Visualizações

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ADOÇÃO TARDIA, SENTIMENTOS NEGATIVOS DESENCADEADOS NAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ENQUANTO AGUARDAM: CONTRIBUIÇÃO DA PSICOTERAPIA PARA RESSIGNIFICAÇÃO DESSES SENTIMENTOS[1][pic 1]

Valmir José Simm[2]

Fabiana dos Santos Demico Pires[3]

Bruna Pereira da Silva[4][pic 2]

Daniella Zanco Costa[pic 3]

Pollianne Schumann Cardoso

Everton Cordeiro Mazzoleni[5]

RESUMO

Nos últimos anos foi possível perceber um acréscimo significativo no número de adoções tardias. Embora esse fato mereça ser celebrado, evidencia-se que os possíveis adotantes têm como preferência, bebês e crianças mais jovens, demonstrando menor interesse por crianças maiores e adolescentes. O objetivo da pesquisa foi identificar quais sentimentos negativos estão mais presentes em crianças e adolescentes abrigados enquanto esperam pela adoção, e, como a psicoterapia pode contribuir para ressignificação desses sentimentos. Esses fatores levaram a buscas de materiais bibliográficos nos bancos de dados Pepsic, SciELO, Ebsco, Capes e Lilacs, utilizando-se os descritores Adoção, Adoção Tardia e Psicoterapia. A pesquisa qualitativa descritiva apontou 42 referências bibliográficas, sendo descartados através da leitura dos resumos os que não possuíam um contexto semelhante ao objetivo, os que estavam fora do período de 2009 á 2019 e os de língua estrangeira, analisando-se ao final cinco artigos. As análises demonstraram que os sentimentos como raiva, tristeza, medo, frustração foram os mais presentes tanto em meninos como em meninas, cujos sentimentos negativos dificultavam o relacionamento com as equipes e outros menores abrigados. Conclui-se que, a Psicoterapia tem fundamental importância para entender os menores sob o ponto de vista deles; ressignificar seus sentimentos negativos e sensibilizar os futuros pais adotantes para as diversas questões presentes na filiação, com conflitos e adversidades característicos da paternidade.

Palavras-chave: Adoção. Adoção Tardia. Psicoterapia.

LATE ADOPTION, NEGATIVE FEELINGS UNLEASHED IN CHILDREN AND ADOLESCENTS WHILE WAITING FOR: CONTRIBUTION OF PSYCHOTHERAPY TO RESSIGNIFY THESE FEELINGS

ABSTRACT


In recent years it has been possible to notice a significant increase in the number of late adoptions. Although this fact deserves to be celebrated, it is clear that potential adopters prefer babies and younger children, showing less interest in older children and adolescents. The objective of the research was to identify which negative feelings are more present in sheltered children and adolescents while they wait for adoption, and how psychotherapy can contribute to the reframing of these feelings. These factors led to searches for bibliographic materials in the Pepsic, SciELO, Ebsco, Capes and Lilacs databases, using the keywords Adoption, Late Adoption and Psychotherapy. The descriptive qualitative research pointed out 42 bibliographic references, and those who did not have a similar context to the objective were discarded by reading the abstracts; those who were out of the period from 2009 to 2019 and those with a foreign language, in the end only five studies were analyzed. The analyzes showed that feelings such as anger, sadness, fear, frustration were the most present both in boys and in girls who were sheltered, whose feelings made it difficult to deal with teams and other sheltered minors. It is concluded then that; Psychotherapy is fundamentally important to understand minors from their point of view, to re-signify their negative feelings and to sensitize future adopting parents to the various issues present in the affiliation, with conflicts and adversities characteristic of paternity.

Keywords: Adpotion. Late Adoption. Psychotherapy. 

1 INTRODUÇÃO

Crianças e adolescentes que se encontram em abrigos provisórios, normalmente levam consigo as marcas do abandono, da rejeição e da violência, causadas por seus pais ou responsáveis e pelos mais variados motivos tais como carência econômica da família, abandono, doença, dependência química ou reclusão dos pais, abuso sexual, violência doméstica, dentre outros (Ramos, 2009). Portanto, enfatiza-se que: profissionais que integrem equipes interdisciplinares devem atuar com prioridade absoluta na proteção integral da dignidade da pessoa humana, ou seja, superando os preconceitos da adoção tardia, tendo como norte a garantia do direito do infante a uma convivência familiar de confiança.

O respeito a individualidade dos menores institucionalizados é essencial para a identificação dos desejos, frustrações e angústias, a partir dos seus pontos de vista e expectativas, que envolvem sua vivência. Identificação essa realizada através da terapia, meio de suporte capaz de estimular a externalização dos mais variados sentimentos reprimidos que podem afligir o adotando tardio - com a finalidade de amenizar os impactos psicológicos sofridos. Além disso, servirá também para facilitar a compreensão dos adotantes sobre o processo geral de adoção, principalmente quanto a importância da convivência familiar para constituição de cidadãos bem desenvolvidos profissional e intelectualmente, entendendo que os efeitos da adoção tardia vão muito além da questão legislativa de direitos e garantias, merecendo uma análise sob a óptica social. O sentimento de abandono pode ser responsável pela angústia, e subsequente revolta, experienciada pelos jovens que estão a espera de um lar, porque não se sentem integrados a sociedade devido a sua condição de institucionalização. Os problemas relativos a marginalização poderão influenciar negativamente a qualidade do convívio com a família adotiva, então conhecer e entender a profundidade dessa questão poderia auxiliar futuros adotantes ao retratar a realidade da capacidade de adaptação de um adotando tardio ao meio, bem como, influenciar, através da conscientização, o sistema normativo brasileiro no que tange a proteção do menor, tornando mais efetivo o respeito a dignidade da pessoa humana e garantindo das prerrogativas individuais dos infantes.

Pretende-se, então, estabelecer um olhar mais focado na fragilidade da situação dos adotantes tardios, devido a carência de informações quanto a esse viés, ampliando, ao mesmo tempo, o campo óptico sobre os efeitos psicológicos ocasionado nas crianças e adolescentes pelo tempo de espera pela adoção. Assim, analisando quanto a origem dos problemas e a condição social em que essa população se encontra, através da tomada de consciência quanto a relação entre idade de adoção e capacidade de adaptação ao meio, apontando o papel de seus valores e as consequências que sequelam a formação e desenvolvimento desses indivíduos.

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