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ANALISE DO FILME "MINHA VIDA SEM MIM"

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Por:   •  2/11/2014  •  2.267 Palavras (10 Páginas)  •  1.272 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA

CURSO DE PSICOLOGIA

ANÁLISE DO FILME

“MINHA VIDA SEM MIM” DE ISABEL COIXET

ALEXANDRE LUIS

RA 9902001498

SÃO PAULO

2014

Sumário

1 INTRODUÇÃO 3

1.1 FENOMENOLOGIA E EXISTENCIALISMO 3

2 RESUMO DO FILME MINHA VIDA SEM MIM 6

3 ANÁLISE 7

4 REFERÊNCIAS 22

1 INTRODUÇÃO

1.1 FENOMENOLOGIA E EXISTENCIALISMO

Fenomenologia, conceito desenvolvido por Edmund Husserl (1859-1938) no final do séc XIX a partir das idéias de Franz Brentano, é um método de estudo da essência das coisas, descrevendo a experiência das coisas tal como ela se mostra a nós. O termo deriva do grego phainesthai (aquilo que se mostra) e logos (palavra, pensamento). Seu postulado básico é a noção de intencionalidade: quando dizemos que algo se mostra, dizemos que se mostra a nós, seres humanos. Nós estamos voltados intencionalmente para as coisas e buscamos significado para elas; antes de fazermos isto, estas mesmas coisas sequer existem para nós. Tudo aquilo que se mostra a nós é chamado de fenômeno e buscamos seu significado através de operações intelectuais, sensoriais e subjetivas. O pensamento fenomenológico busca descrever a experiência tal como ela se processa ou se apresenta à consciência. Deve ser desconsiderada toda indagação sobre uma realidade separada do sujeito que a experimenta. A consciência é a provedora de sentido e realidade para o mundo. A intencionalidade unifica sujeito e mundo; e toda verdade é provisória.

Pode-se dizer que a fenomenologia, no início do séc. XX, renovou o pensamento e fez com ele se buscasse de forma mais profunda e radical – ela mostra a superação das tendências racionalistas e empiristas do séc. XVII, afirmando que não há consicência pura, separada do mundo; mas sim, que toda consciência tende para o mundo, e que, na relação do conhecimento, o objeto só existe para o sujeito que lhe dá significado. (ABBAGNANO, 1970). Ela passa a influenciar toda a filosofia e a ciência contemporânea no sentido que busca reconstruir a própria maneira de se pensar o mundo. Na psicologia e psiquiatria, por exemplo, começou-se um movimento de investigação fenomenológica da experiência subjetiva do paciente, ao invés de apenas aplicar uma teoria ou enquadrá-lo dentro de um corpo de conhecimentos pré-conhecidos.

O existencialismo, como vertente filosófica, teve seu primórdios com Kierkegaard, Nietzsche e Schoppenhauer, em meados do séc. XIX. De forma geral, ele apresenta a idéia de que o sujeito é o único responsável em dar significado à sua vida e vivê-la de forma sincera. No existencialismo, o homem é livre, age no mundo, cria, pensa, sente – ele não tem liberdade, ele é a liberdade. Já os objetos no mundo, apenas serão alguma coisa se alguém lhes der significado. Tudo o que existe é gratuito, ocasional, poderia não existir. O método de conhecer do existencialismo é a fenomenologia.

Numa Europa destruída por uma crise social, moral, financeira e política depois da Segunda Guerra, esta visão do homem responsável por si mesmo passou a ser a ordem do dia. Havia um ambiente pesado de desânimo e desespero, principalmente entre a juventude, que não acreditava mais nos valores tradicionais e na capacidade dos grandes sistemas filosóficos, religiosos ou políticos de resolverem as questões da sociedade. O existencialismo vai se preocupar, então, não com especulações metafísicas ou postulados científicos sobre a realidade, e sim, com a moral da ação do ser humano na mesma.

A partir dos trabalhos de Heidegger (1889-1976) é que a filosofia existencial ganha força na Europa (onde vai ter seu principal expoente em Sartre, a partir dos anos 40). Heidegger, desenvolvendo o método fenomenológico, cria uma teoria ontológica do Dasein, a existência do ser humano. Seus principais conceitos, resumidamente, são:

1- Dasein (o ser-no-mundo) - Uma maneira de estar envolvido com e cuidar do mundo em que se vive, de se construir e construir juntamente com o outro. O mundo não tem existência independente do ser humano e o ser humano não existe independentemente do mundo.

2- Disposição para emotividade - O ser humano pode entender e sentir o mundo e a si mesmo. Ele se abre para o mundo por meio dos estados de humor e as coisas ganham significado a partir de sua disposição afetiva. Compreender e interpretar são estados existenciais básicos do Dasein, do seu ser-no-mundo, quer dizer, é um modo do homem ser e existir no mundo. Para Heidegger, não há compreensão sem interpretação. (SODELLI, 2010).

3- Possibilidade de ser – O Dasein nunca é acabado, completo. Ele é sempre um conjunto de possibilidades, sendo livre para escolher seus caminhos e responsável por estas escolhas.

4- Ser-para-morte – A possibilidade da qual não se pode fugir. É a condição que nos permite um olhar crítico sobre nossa existência. Não é possível alguém morrer nossa morte. Nós temos que lidar com nossa própria finitude. O Dasein é o único ser que sabe que um dia vai deixar de ser, e por isto tem que ter essa perspectiva em mente durante suas escolhas na vida.

Ao contrário da filosofia tradicional, que tem como ideal supremo a felicidade e o fim do sofrimento, o existencialismo vê a angústia, a solidão e o tédio como as características inerentes à existência. Aqueles que procuram fugir disso, segundo Sartre, estão agindo de má-fé – adotam uma atitude mentirosa e repressora em relação a si e aos outros. Para Heidegger, do sentido que o homem imprime à sua ação, decorre a autenticidade ou a inautenticidade de sua vida. O homem inautêntico se degrada vivendo de acordo com verdades dadas; fazendo com que ele mergulhe no anonimato, longe de qualquer originalidade (ARANHA e MARTINS, 1986).

A consciência despida de grandes pretensões, sabendo-se pequena, limitada, finita, mas única e original, deve ser o ponto de partida para o Dasein inserir-se no mundo, respeitando esta singularidade para criar suas próprias possibilidades. Sem se anular nem se degradar, nem ao próximo, ao contrário, buscando a parceria e amizade com o mundo para transformar-se naquilo que deseja.

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