TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Análise crítica do filme: 12 homens e uma sentença - A partir da técnica de grupos operativos

Por:   •  12/10/2018  •  Resenha  •  1.143 Palavras (5 Páginas)  •  1.000 Visualizações

Página 1 de 5

Análise Crítica do Filme: 12 homens e uma sentença - A partir da técnica de grupos operativos

        Doze jurados se reúnem em uma sala para decidir se um jovem porto-riquenho é culpado ou inocente do crime de ter assassinado o próprio pai. Os membros do grupo devem chegar a um consenso sobre qual será o veredito. Onze deles votam pela condenação do réu, porém, um deles passa a questionar a possível inocência do rapaz, e assim, tenta convencer os demais a mudarem seus votos, dando início a um conflito entre o grupo.

        O autor Pichon Reviéri empreendeu esforços na tentativa de analisar e compreender o funcionamento, a dinâmica e as diferentes funções dos grupos. Do mesmo modo, ele se interessa pelo estudo dos comportamentos e sentimentos dos homens ao se inserir nesses grupos. Como ocorre em todo grupo, a priori vemos discordâncias entre os membros: a maioria acredita na culpabilidade do jovem, entretanto, o jurado número oito causa a desintegração com a idéia de provável inocência do réu, dessa forma, agitando os ânimos dos demais integrantes e causando revolta e desconforto. Segundo Pichon, ao unir-se a um grupo o sujeito passa por três momentos divergentes, os quais ele denominou: pré-tarefa, tarefa e projeto.

        Na pré-tarefa os sujeitos exibem comportamento defensivo diante do desconhecido, de fuga, de luta, de passatempo e ansiedade. Em uma alusão ao filme, percebemos essa fase atuante entre os personagens número dois, número cinco, número onze, número doze e número sete. Isso fica explícito quando o número dois é impedido de expor sua opinião pelo número três e o mesmo se cala, exprimindo um comportamento de fuga da discussão. O número onze emite o mesmo comportamento, permanecendo calado por um longo período de tempo, denotando também um comportamento de fuga diante da situação estressante. Outro exemplo notório de fase pré-tarefa é o comportamento do número cinco, esse se mostrou visivelmente quieto, talvez ansioso e angustiado diante da perspectiva de mudar seu voto. Em contrapartida, o número doze apresentou-se desinteressado pela tarefa proposta, e passa a propor conversas paralelas e jogos, denotando um interesse apenas de passar o tempo. Nesse sentido, o jurado número sete também demonstra certo desinteresse pela tarefa solicitada, ao demonstrar que está mais preocupado em assistir uma partida de Basquete, pouco se importando com o veredito final.

        Na fase da tarefa se sucede o enfrentamento da ansiedade. Na tarefa podemos citar como exemplo o jurado número cinco, ao passo que, mesmo ansioso antes de expor sua opinião, ele enfrenta a maioria do grupo e muda seu voto mesmo a contragosto dos demais. O número onze enfrentou o clima inamistoso do grupo ao sugerir que a discussão não deveria transcorrer levando em consideração aspectos de cunho pessoal. Por fim, o jurado número nove também enfrenta a situação de ansiedade, se destacando por ser o primeiro a mudar seu voto; e dessa maneira, ele possibilita ao número oito a oportunidade de levantar e expor seus questionamentos.

        Porquanto, na fase denominada de projeto, ocorre a ação que interfere e se transforma em processo dialético. No tocante à fase de projeto, podemos mencionar a atitude do jurado número oito, que ao analisar e contestar de forma racional as provas apresentadas, dá-se uma ação transformadora no grupo.

        Segundo o conceito da Espiral Dialética, elaborada por Pichon, pressupõe-se que no meio de um grupo existem comportamentos explícitos e comportamentos implícitos. O comportamento explícito é representado pelo tipo de liderança, papéis exercidos pelos membros, tipo de comunicação reinante, entre outros fatores. Ademais, no que diz respeito ao comportamento implícito, são destacados sentimentos como ansiedade, angústia e medos vivenciados pelos integrantes de um determinado grupo. Por meio dos pressupostos da espiral dialética, é possível afirmar que o comportamento implícito e as razões internas de alguns integrantes estavam definindo o clima de hostilidade e tensão no grupo. É notório que os jurados números três, quatro, sete e dez em decorrência de seu status social se colocaram como superiores em relação aos jurados números dois, cinco, seis e nove, estes sendo alvos de atos discriminatórios por parte dos demais.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (6.9 Kb)   pdf (84.2 Kb)   docx (12.6 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com