Aquisição da Linguagem

Introdução

A comunicação através da fala foi vista por e diversos prismas e por diversos teóricos, que abordaram o tema a fim de entender como o ser humano parte de um estagio onde não é possível o domínio de uma linguagem estruturada numa gramatica, para a vocalização e compreensão das regras que regem a língua falada, não só de sua língua materna, mas também de qualquer outra a que se dispõe a aprender.

A capacidade de comunicação precede a fala, mesmos antes de começar a falar a criança já utiliza outros recursos para comunicar-se, como o olhar, os gestos e a expressão facial, além de sua capacidade precoce de distinguir os sons da fala. O desenvolvimento que parte de uma comunicação primitiva e culmina na fala é o que buscamos compreender através dos teóricos a serem citados neste trabalho. Considerado ora como simples aprendizado, outras vezes como capacidade inata e fruto da interação com o ambiente, o aprendizado da fala é um tema que gerou um legado de conhecimento que serve de ponto de partida para que os futuros pesquisadores produzam ainda muito mais conhecimento.

Justificativa

Observar as crianças em seu ambiente natural interagindo com seus cuidadores proporcionou aos observadores a oportunidade de ver alguns aspectos das teorias estudadas em sala exemplificada através dessas crianças.

Objetivos

Observar crianças em diferentes estágios de desenvolvimento da linguagem falada, a fim de estabelecer uma relação entre as principais teorias de aquisição de linguagem e o estágio atual dos indivíduos observados.

Aquisição da fala

Existem variadas teorias para explicar a aquisição da linguagem falada, cada qual abordando um ponto de vista particular, porém independente de suas diferenças todas concordam que a habilidade de se comunicar é de extrema importância para qualquer ser vivo, aqui em particular será abordado a construção da fala relacionando com alguns teóricos que escreveram sobre o tema.

Behaviorismo, Skiner e a aprendizagem operante

Começaremos com a abordagem comportamental, o Behaviorismo, onde Skiner diz que a as crianças aprendem a falar através da “modelagem” que consiste em serem gratificados por sons específicos que se aproximam da fala normal.

No que respeita ao mecanismo da aquisição da linguagem Skinner considera que, como para todo o comportamento, é o condicionamento operante que tem um papel importante: em presença de certo estímulo (referência – objeto), o indivíduo emite uma certa resposta (uma palavra) que o ambiente reforça ou não (incompreensão das outras pessoas, correção pela mãe, obtenção do objeto....) (FRANÇOISE PAROT, 1978).

Para Tourinho (1994, p 223), a visão de conhecimento e de conhecimento científico de Skinner pode, em alguma medida, ser interpretada como pragmática. Segundo este autor, para Skinner, conhecer é “comportar-se discriminativamente diante de estímulos”, ou seja, o conhecer é ação e não uma cópia interna de algo que se usa para agir. É importante ressaltar aqui que, para Skinner, a forma como os indivíduos se comportam diferentemente diante dos diversos estímulos foi modelada e mantida por contingências de reforçamento. Assim como na visão pragmatista, Skinner não compreende a linguagem (chamada por Skinner de comportamento verbal) como uma representação do mundo, concebendo também a importância da interação para o estabelecimento da mesma, já que entende que o comportamento verbal é aquele mantido por consequências sociais, portanto, dependente da interação.

Teorias construtivistas: Jean Piaget e Lev Vygotsky

Outros aspectos que esperamos notar são os construtivistas abordados pelos teóricos Jean Piaget e Lev Vygotsky. Apesar de ambos serem construtivistas as diferença entre esses dois autores se mostram evidentes diversos pontos, não sendo diferente quando se trata aquisição da fala.

Jean Piaget

A teoria piagetiana da aquisição da linguagem centrada na capacidade cognitiva busca entender o desenvolvimento natural da criança. Tendo como base e finalidade a inteligência, que começa a se organizar por meio de uma ação lógica sobre o biológico, isto é, os atos biológicos são adaptados ao meio físico.

É visível que, para Piaget, o papel da linguagem é acessório na construção do conhecimento, pois as raízes do pensamento estão na ação e nos mecanismos sensório-motores, mais do que no fato linguístico; da mesma maneira que o jogo simbólico faculta a possibilidade de se representar individualmente o mundo, “a linguagem transmite ao indivíduo um sistema todo preparado de noções, de classificações, de relações, enfim, um potencial inesgotável de conceitos que se reconstroem em cada indivíduo, apoiados no modelo multissecular já elaborado pelas gerações anteriores” (Piaget, 1967:170 ).

Piaget considera a linguagem como algo simbólico e que por isso o conceito sobre algo é distinto a cada ser, logo a representação do mesmo também será, em grande maioria diferente se comparado com as demais representações.

A teoria piagetiana de aquisição da linguagem ressalta que todo ser humano passa a desenvolver suas habilidades a partir da interação, e o ambiente é o principal impulso para desenvolver o conhecimento da criança. Afirmando assim que a aprendizagem acontece através do que ela aprecia ao seu redor.

MARIA VILANI SOARES, 2009 diz “Os verdadeiros mecanismos de passagem de um estado de desenvolvimento a outro são os processos de abstração empírica que se realizam sobre os objetos e, sobretudo, as abstrações via pensamento que se aplicam às ações e a suas coordenações”.

Porém existe a necessidade de estimular a criança para que a aprendizagem seja feita com maior êxito. Para Piaget, assim como para outros estudiosos sobre linguagem, a mesma é influenciada pelo ambiente. Portanto o ser humano nasce com a capacidade de aprender, necessitando apenas de estímulos externos, desenvolvendo assim a linguagem.

Lev S. Vygotsky

Lev S. Vygotsky diz que a linguagem é considerada como instrumento mais complexo para viabilizar a comunicação, a vida em sociedade. Sem linguagem, o ser humano não é social, nem