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Artigo Opinativo sobre o Texto Cuidados Paliativos

Por:   •  24/1/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.690 Palavras (7 Páginas)  •  426 Visualizações

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Artigo opinativo sobre o texto Cuidados paliativos: uma abordagem a partir das categorias profissionais de saúde

Pâmela Nandara Tonhão Arruda

Introdução

O presente texto faz uma retrospectiva histórica abordando o surgimento dos cuidados paliativos, observando todas as possibilidades de se trabalhar na área da saúde da melhor forma, prestando melhor atendimento e atendendo a demanda trazida pelos pacientes. Hermes e Lamarca (2013) trazem a definição da OMS sobre o que são os cuidados, sendo caracterizado por proteção e acolhimento àqueles a quem a cura não é mais possível, além de comparar ao termo Hospice que remete as casas de acolhimento de peregrinos doentes etc. Apontam ainda sobre o avanço e a informatização no campo da saúde, visto que assim o morrer torna-se um processo, que pode ser retardado ou apressado, o que então os Cuidados Paliativos (CP) vem em contraponto afirmando que tais tecnologias devem ser empregadas não mais para alterar o curso de tempo, mas sim a qualidade com a qual será vivida essa fase.

Os autores ainda fazem um levantamento sobre a diferenciação da vivência do luto ao passar dos tempos, sendo que há séculos tinha-se o velório/enterro como algo público e compartilhado, no qual o paciente morria cercado de seus familiares como uma forma de se despedirem para que este pudesse morrer “em paz”. Já na era “moderna” como foi caracterizado o século XX em diante, esse processo tornou-se algo muito discreto, escondido, no qual o paciente morre por vezes internado, sozinho, cercado de aparelhos e seu funeral feito de forma sutil, para não chamar atenção.

Traz-se a tona então uma filosofia contemporânea do morrer no qual os CP se baseiam, na qual se fala de proporcionar ao paciente uma boa morte, sem grande dor, sofrimentos e angústias, garantindo até seu ultimo suspiro o direito de escolha e dignidade humana, além de dar suporte àqueles que estiverem acompanhando este paciente. Analisando tudo isso, é importante ter em mente que quem realizará todos esses cuidados devem ser profissionais numa visão inter/multidisciplinar, na qual cada um irá oferecer o que tem ao máximo em prol de proporcionar tudo que é pregado por princípios de CP.

Desenvolvimento

As atividades relacionadas aos CP requerem necessariamente uma equipe inter/multidisciplinar, tendo em vista a diversidade de questões que uma doença envolve, sendo de aspectos além de físicos, emocionais, espirituais e sociais. Os profissionais abordados pelo texto são especificamente profissionais de psicologia, medicina, enfermagem e serviço social devido a maior proximidade destes com paciente e família. Para o bom funcionamento de um tratamento multidisciplinar é necessário que se faça observação, análise e orientação com objetivo de entender todas as variáveis envolvidas e atender da melhor forma suas necessidades. (Hermes e Lamarca, 2013)

Para uma melhor compreensão de como poderá ocorrer o desenvolvimento dos cuidados paliativos de forma interdisciplinar, é necessário conhecer o que cada profissional tema oferecer diante de tal proposta. Portanto, segue-se de forma breve algumas formulações básicas de quais possíveis papeis cada profissional desempenha nesse processo.

A começar pelo serviço social, esta tem como uma de suas responsabilidades a facilitação da comunicação entre família, paciente e equipe, em especial no que tange às questões socioeconômicas dos quais os cuidados dependem para acontecer, por exemplo. Segundo SIMAO ET. AL (2010):

 Cabe aos assistentes sociais, de acordo com Bravo e Matos (Bravo et al., 2007, p. 43), "formular estratégias que busquem reforçar ou criar experiências nos serviços que efetivem o direito social à saúde, em uma ação articulada com outros profissionais que defendam o aprofundamento do Sistema Único de Saúde". O assistente social deve, ainda, se mostrar disponível ao paciente e aos seus familiares, buscando conhecer suas reais necessidades e procurando assegurar os direitos e benefícios dos mesmos.

Quanto ao que cabe a enfermagem, entende-se que os enfermeiros são precípuos quanto a cuidados paliativos, já que se tem por base a arte do cuidar como referência para suas ações, devendo-se atentar sempre a habilidade tanto no sentido de prestar um serviço rápido e eficaz quanto técnica e eticamente correto além de prezar sempre a humanização  e as singularidades de cada individuo.( Rocha et. al 2015)  

Tal área de atuação destaca-se dentre as demais devido a sua maior e mais constante proximidade com a família e o paciente, sendo então que acabam por se desgastar muito nesse processo, tanto física quanto emocionalmente em decorrência de seu trabalho acompanhar cada evolução que ocorre (tanto para vida quanto para morte). Estes profissionais devem sempre lidar tanto com seu paciente considerando todas as variáveis que isso envolve, como também dar devido apoio, respaldo, explicação e consolo aos familiares que também estão sofrendo. Observando-se a importância da comunicação no processo de um bom estabelecimento de relações e de melhoria dos pacientes, os autores Andrade, Costa e Lopes (2013) destacam:

[...] a comunicação é uma das habilidades que devem ser empregadas pelo enfermeiro, para que ele possa expandir a habilidade de apreender as mensagens - implícitas ou explícitas - que permeiam sua relação com o paciente e os familiares.

Infelizmente, é percebido em muitos relatos destes profissionais que sua formação ainda carece muito de disciplinas que abordem mais profunda e diretamente sobre a tanatologia e os cuidados paliativos em si, que por vezes é falado de forma superficial, fato que prejudica muitas vezes no melhor desenvolvimento de suas funções no ambiente laboral, na lida direta com pacientes que necessitam desse tipo de cuidado.

Ainda que haja mudança de outras funções em geral, a necessidade e relevância da comunicação é notável em qualquer área de atuação, sendo que na profissão médica também é de suma importância que haja uma compreensão de modo verbal e não verbal entre os profissionais, entre estes e a familia e o paciente além de facilitar a conversa/relação entre a própria familia e o paciente. Cabe ao médico especificamente coordenar a comunicação entre os todos os envolvidos, que dependem das informações do médico sobre diagnóstico e prognóstico da doença, ficando impossibilitado de passar tal responsabilidade de conversar questões diretamente ligadas ao doente e sua doença à outros integrantes da equipe, além de visar a ideia de que falem a “mesma língua”, ou seja, um melhor entendimento entre profissionais entre si e para com o paciente e família. (Manual de Cuidados Paliativos, 2009).

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