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As Vantagens Da Auto- Hipnose

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Por:   •  30/4/2014  •  9.595 Palavras (39 Páginas)  •  407 Visualizações

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Como os pensamentos podem ser uma fonte potenciadora ou sabotadora do rendimento AS VANTAGENS DA AUTO-HIPNOSE NOS ESPORTES

Como os pensamentos podem ser uma fonte potenciadora ou sabotadora do rendimento esportivo? Muitas vezes, somos capazes de muito mais do que julgamos conseguir, mas no entanto na maioria das vezes limitamo-nos pelas nossas crenças. Você consegue identificar todos os pensamentos que estão funcionando como um obstáculo à obtenção dos resultados desejados? Através do treino da hipnose clínica ou auto-hipnose é possível implementar crenças mais funcionais ou adaptativas na mente para que o corpo as siga automaticamente.

Num estudo, os participantes hipnotizados (colocados num elevado estado de concentração) foram incapazes de levantar uma caneta depois de ter sido dito que era demasiado pesada para ser levantada. É evidente que eles eram fisicamente capazes de levantar a caneta, mas por algum motivo não foram capazes de executar a tarefa. Os Psicólogos estudaram a actividade eléctrica nos seus bíceps e tríceps e descobriram que os participantes contraíram inconscientemente os seus músculos tríceps que trabalharam contra os bíceps para restringir o movimento. Parece existir um forte impulso inconsciente (não voluntário) para que o nosso corpo reaja de forma coerente com as nossas crenças.

Na implementação dos meus programas de preparação mental a atletas, um dos tópicos a trabalhar chama-se: “o corpo está à escuta de mente”. Aquilo que se acredita conseguir fazer, é considerado como uma função executiva de 1ª ordem, ou seja na escala de hierarquia de prioridades vem em 1º lugar, sendo que aquilo que desejaríamos fazer, ou achamos que temos de conseguir fazer, está suportado por aquilo que acreditamos. É isto que importa nos processos automáticos, é a este processo que o corpo vai dar prioridade e organizar uma resposta, seja ela positiva ou negativa.

Por exemplo, em competição se um atleta focar o seu objectivo no desejo de não competir contra adversários fortes, e depois acontecer o inverso, vai existir uma leitura de falta de confiança, a interpretação vai ser de dificuldade o que diminuiu as expectativas de um bom resultado, assim sendo e visto que este estímulo de incapacidade foi enviado para o corpo, a resposta será de incapacidade, afetando o desempenho e consequentemente o resultado desejado.

No seu livro ao Encontro de Espinoza, António Damásio, o célebre neurocientista Português, refere: “O mecanismo do como-se-fosse-o-corpo, requer uma simulação interna que ocorre no cérebro e que consiste numa modificação rápida do mapeamento do corpo. Esta simulação ocorre quando certas regiões cerebrais, tais como os córtices pré-frontais/pré-motores enviam sinais diretos para as regiões somatossensitivas. A existência e a localização de neurónios capazes de realizar esta tarefa está hoje bem estabelecida. Esses neurónios, cuja presença foi identificada no córtex frontal tanto de macacos como de seres humanos – os Neurónios espelho.”

Esta simulação interna que Damásio refere, permite-nos accionar o poder que a auto-hipnose tem na performance esportiva. A capacidade de estimularmos estados internos que nos colocam num estado ótimo e favorável para execuções esportivas de máximo rendimento, o que se verifica ser uma vantagem competitiva.

Importa levantar a seguinte questão: Até que ponto as crenças podem ser positivamente manipuladas para a melhoria do desempenho esportivo?

O facto de que as expectativas influenciam o desempenho tem sido demonstrada em experiências controlados e estudos de caso. Na prática clínica, dar aos pacientes um comprimido de açúcar (placebo) e dizer-lhes que é morfina, na grande maioria dos casos, o placebo produz o mesmo efeito do comprimido real. O efeito placebo tem sido utilizado de forma similar em estudos realizados nos esportes. Num desses estudos, foi testado a 24 participantes a sua força de braço e depois fizeram braço de ferro contra um oponente. Antes de cada competição, os investigadores faziam crer a ambos os participantes que o oponente mais fraco era na verdade o mais forte, e 10 em 12 confrontos, o “mais fraco” ganhou.

Com toda a certeza podemos concluir que o resultado não estava dependente da força física, mas sim pela crença. Um investigação similar foi feita com levantadores de pesos. Neste estudo, os investigadores testaram o máximo de peso que cada participante conseguia levantar em (1RM) no exercício de supino (bench press). Depois de um período de descanso, os participantes executaram mais levantamentos, onde foram levados a pensar que o peso total que levantavam era menos do que na realidade era. Espantosamente, em todos os três estudos, os participantes levantaram mais peso quando julgavam que estavam a levantar menos.

O efeito placebo ou engano induzido, permitiu que os participantes melhorassem o peso levantado em (1RM), um feito que provavelmente se atribuiu à sua crença (falsa/induzida) de que eles já tinham sido capazes de levantar o peso em questão. No entanto é de realçar, que apesar do engano induzido (efeito placebo) ser menos efetivo em atletas mais experientes, ainda assim o aumento da performance faz-se notar.

A Reter: Entende-se auto-confiança como uma crença em que você consegue com sucesso desempenhar um determinado comportamento desejado. Atletas confiantes esperam ter sucesso e têm um elevado nível de auto-crença, o qual parece ser crucial na determinação do quão longe conseguem ir na persecução das suas metas.

CONSTRUIR A AUTO-CONFIANÇA

É sobretudo a confiança que determina se as pessoas desistem ou ficam comprometidos com os seus objetivos na sequência de uma série de contratempos. Para simplificar, podemos considerar aauto-confiança como conceptualmente oposta à ansiedade cognitiva (crenças negativas e as preocupações de desempenho). Ambas estão relacionadas com as nossas crenças e ambas, em última análise, influenciam o nosso desempenho.

Os treinadores verificam algumas vezes flutuações no equilíbrio entre estes dois estados opostos (auto-confiança e ansiedade cognitiva) que se refletem no comportamento dos atletas. Enquanto atletas confiantes não têm receio de cometer erros, por vezes correm alguns riscos calculados, no sentido de terem controlo sobre uma situação. Os atletas com uma baixa auto-confiança, na grande maioria das vezes evitam a responsabilidade, tornando-se demasiado conservadores paralisando com o medo de poderem vir a falhar. Pense no futebolista que não marcou numa série de jogos consecutivos e está cheio de dúvidas. Quando apresentado com uma boa chance que geralmente resultam

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