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BRINCAR COISA SÉRIA

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Por:   •  17/5/2014  •  2.058 Palavras (9 Páginas)  •  261 Visualizações

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“Brincar é coisa séria”

Será que brincadeira é coisa só de criança? Qual é a importância do brincar para o desenvolvimento psicológico? E quando a brincadeira vira coisa séria? Essas são apenas algumas dúvidas quando nos debatemos diante do tema “brincar”. A partir disto, abordamos o assunto fundamentado na teoria histórico-cultural de Vygotsky, a fim de responder essas e muitas outras perguntas que envolvem a promoção do desenvolvimento psicológico na criança. Com efeito serão destacados conceitos chaves, como por exemplo: zona de desenvolvimento proximal e a plasticidade cerebral.

O brincar é um grande fator de promoção do desenvolvimento psicológico, em que envolve regras, isto é, vai avançar no seu processo psicológico. Aquilo que passa despercebido na vida da criança, na brincadeira ela se dá conta e torna isto uma regra de comportamento. Assim, a criança acaba atuando como uma esfera cognitiva.

Entre a criança e o objeto há um significado. Ao brincar, a criança atua articulando o campo perceptual com situações produzidas na imaginação. O significado é mais importante que o objeto porque ele que conduz a brincadeira.

Para a criança, brincar é importante e sério, como o trabalho é para um adulto. Ou até mais, porque dificilmente encontramos um adulto tão dedicado ao seu trabalho como a criança é com a sua brincadeira. O trabalho é dirigido de fora, pelas necessidades e metas dos adultos. Brincar brota de dentro da criança. Brincando, a criança imita o trabalho, os gestos do adulto e assim, ela descobre o mundo.

A brincadeira desenvolve papel fundamental na formação do individuo. É através dele que a criança começa a conhecer o mundo. O processo de socialização favorece a interação com o meio, com os outros indivíduos, transmitindo valores e costumes do grupo social à que pertencem.

As primeiras interações das crianças com o mundo geralmente se dão através da brincadeira, seja por meio de mímicas, expressão corporal e facial. Dessa forma, o corpo é entendido como um instrumento lúdico, que ganha a forma adequada à brincadeira. Para Montardo (2004), as crianças aprendem através da brincadeira o que ninguém pode ensinar-lhe. É a partir delas que experienciam o seu mundo, lidando assim com um ambiente de objetos, tempo, espaço, conceitos, estruturas, pessoas e pessoas.

Brincadeiras enriquecem a identidade da criança, porque ela experimenta outra forma de ser e de pensar; amplia suas concepções sobre as coisas e as pessoas, porque a faz desempenhar vários papéis sociais ao representar diferentes personagens.

Para Vygotsky, quando brinca, a criança elabora hipóteses para a resolução de seus problemas e toma atitudes além do comportamento habitual de sua idade, pois busca alternativas para transformar a realidade. Os seus sonhos e desejos, na brincadeira podem ser realizados facilmente, quantas vezes o desejar, criando e recriando as situações que ajudam a satisfazer alguma necessidade presente em seu interior.

Silva (2002) refere que para a criança o brincar pode abrir caminhos para o estabelecimento de um espaço entre ela e o outro, de “dentro para fora”, entre o “real e o inexistente” e entre “seu próprio corpo e o mundo”. Desde a primeira infância, a conquista “psicomotora” é seguida pela brincadeira. O brincar é a prova de que essa criança é ativa em suas relações e que pode transformar, ou seja, modificar sua própria realidade.

Conforme Fantim (2002) os brinquedos, além de serem mediadores no processo de socialização da criança, são objetos específicos da infância, podendo ser definidos tanto em relação a brincadeira como a uma representação social. E a brincadeira, além de ser uma forma de interpretação de significados contidos no brinquedo, permite que a criança se aproprie de códigos culturais.

Para Lerner (1972), brincar é a forma natural da criança auto expressar-se. Isso permite um contato com a realidade, mas sem provocar as conseqüências reais. O brincar desenvolve papel fundamental na formação do indivíduo. É através dele que a criança começa a conhecer o mundo.

Quando Vygotsky discute o papel do brinquedo, refere-se especificamente à brincadeira de "faz-de-conta", como brincar de casinha, brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. Faz referência a outros tipos de brinquedo, mas a brincadeira "faz-de-conta" é privilegiada em sua discussão sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento.

As crianças evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das invenções das brincadeiras feitas por outras crianças e adultos. Nesse processo, ampliam gradualmente sua capacidade de visualizar a riqueza do mundo externamente real, e no plano simbólico procuram entender o mundo dos adultos, pois ainda que com conteúdos diferentes, estas brincadeiras, possuem uma característica comum: a atividade do homem e suas relações sociais e de trabalho. Deste modo, elas desenvolvem a linguagem e a narrativa e nesse processo vão adquirindo uma melhor compreensão de si próprias e do outro, pela contraposição com coisas e pessoas que fazem parte de seu meio, e, que são portanto, culturalmente definidas também.

Mas além de ser uma situação imaginária, o brinquedo é também uma atividade regida por regras. Mesmo no universo do "faz-de-conta" há regras que devem ser seguidas. Ao brincar de ônibus, por exemplo, exerce o papel de motorista. Para isso tem que tomar como modelo os motoristas reais que conhece e extrair deles um significado mais geral e abstrato para a categoria "motorista". Para brincar conforme as regras, tem que esforçar-se para exibir um comportamento ao do motorista, o que a impulsiona para além de seu comportamento como criança.

Vygotsky postula a existência de dois níveis de desenvolvimento: real e proximal. O nível de desenvolvimento real, diz respeito à capacidade de a criança realizar tarefas de forma independente. Já o nível de desenvolvimento proximal, caracteriza-se por ser a capacidade de uma criança realizar tarefas com a ajuda de adultos ou pessoas mais capazes. Desta forma, Vygotsky define zona de desenvolvimento proximal como sendo a distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial.

Essa possibilidade de alteração no desempenho de uma pessoa por interferência de uma outra é fundamental na teoria de Vygotsky. Em primeiro

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