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Cognição social

Artigo: Cognição social. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  17/11/2014  •  Artigo  •  4.181 Palavras (17 Páginas)  •  199 Visualizações

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COGNIÇÃO SOCIAL

O que formar impressões, explicar o comportamento dos outros e sentir atração interpessoal têm em comum?

Parte do processo de ser influenciado por outras pessoas implica organizar e interpretar informação sobre elas para formar primeiras impressões, tentar compreender seu comportamento e determinar em que medida somos atraídos por elas. Essa reunião e avaliação de informações sobre os outros é denominada cognição social. A cognição social é uma área de grande interesse para os psicólogos sociais.

Formando impressões

Como formamos nossas primeiras impressões sobre as pessoas?

Formar as primeiras impressões sobre as pessoas é mais complexo do que você pode pensar. Você deve dirigir sua atenção para vários aspectos da aparência e do comportamento da pessoa e então fazer uma avaliação rápida do significado dessas características. De que maneira esse processo ocorre? Que pistas você segue? E em que medida as impressões que você forma são precisas? O conceito de esquema ajuda a responder a essas perguntas.

Esquema - Quando conhecemos alguém, observamos várias coisas nessa pessoa — roupas, gestos, maneira de falar, a constituição corporal, traços faciais. Então nos guiamos por essas pistas para encaixar a pessoa em uma categoria. Não importa se temos muito poucas informações ou se estas são contraditórias, não importa quantas vezes nossas impressões iniciais tenham sido erradas, mesmo assim classificamos as pessoas após conhecê-las em um encontro breve. Associado a cada categoria há um esquema — um conjuntoo de crenças e expectativas baseadas na experiência anterior que, presume-se, aplica-se a todos os membros daquela categoria (Fiske e Taylor, 1991) . Os esquemas reforçam nossas impressões depois de termos classificado as pessoas em categorias. Por exemplo: se uma mulher está usando um avental branco um estetoscópio em volta do pescoço, seria razoável classificá-la como médica. Associado a essa categoria há um esquema de várias crenças e expectativas: profissionais altamente treinados, que entendem de doenças e suas curas, qualificados para prescrever medicamentos e assim por diante. Ao aplicar esse esquema, você espera que essa mulher tenha esses traços.

Mas os esquemas também nos fazem cometer equívocos. Eles podem nos levar a "ver" coisas em uma pessoa que não observamos de fato. Por exemplo: quase todos nós associamos os traços de timidez e tranquilidade e a preocupação com os próprios pensamentos com o esquema introvertido. Se observamos que Melissa é tímida, é provável que a classifiquemos como introvertida. Mais tarde podemos nos "lembrar" que ela também parecia concentrada em seus próprios pensamentos. Em outras palavras, considerar Melissa introvertida nos isenta do problema de levar em conta todas as nuances sutis de sua personalidade. Mas esse tipo de pensamento pode levar facilmente a erros, se atribuímos a Melissa qualidades que pertencem ao esquema, mas não a ela.

Com o tempo, à medida que continuamos a interagir com as pessoas, acrescentamos novas informações sobre elas aos nossos arquivos mentais. Nossas experiências posteriores, no entanto, em geral não nos influenciam tanto quanto nossas primeiras impressões. Esse fenômeno é chamado de efeito de primazia. Por exemplo: se você já gosta de uma pessoa que conheceu recentemente, pode desculpar algo que o incomodará mais tarde. Por outro lado, se alguém lhe provoca má impressão inicial, evidências subsequentes das boas qualidades daquela pessoa terão pouca influência na mudança de seus sentimentos. O efeito de primazia reflete um desejo de diminuir nosso esforço mental. Nós humanos temos sido chamados de "avarentos cognitivos" (Fiske e Taylor, 1991). Em vez de nos esforçar para interpretar cada detalhe que descobrimos em uma pessoa, somos avarentos em nossos esforços mentais: uma vez que formamos a impressão de alguém, mantemo-na, mesmo que essa impressão tenha sido formada por conclusões precipitadas ou preconceituosas (Fiske, 1995).

Se as pessoas são especificamente aconselhadas a ter cautela com as primeiras impressões, ou se são estimuladas a interpretar informações sobre outras de maneira lenta e cuidadosa, o efeito da primazia pode ser enfraquecido ou mesmo eliminado (Luchins, 1957; Stewart, 1965). No entanto, em termos gerais a primeira impressão é a que fica, e pode influenciar nosso comportamento até quando é imprecisa. Em um estudo, participantes disputaram uma competição em duplas (Snyder e Swann, 1978). Os pesquidores disseram a um membro de cada dupla que seu (sua) parceiro(a) era hostil ou receptivo(a). Os participantes que foram levados a acreditar que seu parceiro era hostil se comportaram de modo diferente em relação a ele(a), se comparados aos participantes levados a acreditar que o parceiro era receptivo. Por sua vez, aqueles tratados como hostis começaram realmente a demonstrar hostilidade. De fato, essas pessoas continuaram a demonstrar hostilidade mais tarde, quando formaram pares com novos jogadores, que não tinham expectativas sobre elas. A expectativa de hostilidade, ao que parecia, produziu agressividade real, e esse comportamento persistiu. Quando provocamos o comportamento esperado de outra pessoa desse modo, nossa impressão se torna uma profecia auto-realizadora.

Pesquisas científicas consideráveis têm mostrado em que medida as expectativas do professor podem assumir a forma de uma profecia auto-realizadora e, assim, influenciar o desempenho do estudante na sala de aula (Cooper, 1993; Harris e Rosenthal, 1985; Osborne, 1997; Weinstein, Madison e Kuklinski 1995). Esse resultado tem sido denominado efeito Pigmalião, em homenagem ao escultor que criou a estatua de uma mulher e então deu vida a ela. Embora a pesquisa não sugira que expectativas elevadas do professor possam transformar um estudante "F" em um estudante "A", ela mostra que tanto expectativas altas quanto baixas podem exercer uma poderosa influência no progresso do aluno. Por exemplo: um estudo comparou o desempenho de estudantes "em risco" encaminhados a classes regulares com o desempenho de estudantes encaminhados a classes experimentais que receberam uma intervenção durante um ano, destinada a aumentar as expectativas dos professores. Depois de um ano, os estudantes das salas de aula experimentais obtiveram notas mais altas em inglês e em história que o outro grupo. Dois anos depois, os estudantes experimentais tinham, também, menos probabilidade de abandonar a escola (Weinstein et al., 1991).

Estereótipo - Assim como os esquemas modelam as impressões

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