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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Por:   •  19/5/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.416 Palavras (6 Páginas)  •  2.890 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Perspectivas sobre a cognição adulta

Os cientistas do desenvolvimento estudaram a cognição adulta de uma variedade de perspectivas.

Alguns investigadores buscam identificar capacidades cognitivas características que surgem na idade

adulta ou formas características nas quais os adultos usam suas capacidades cognitivas em sucessivos

estágios de vida. Outros se concentram em aspectos da inteligência que existem durante toda a vida,

mas que tendem a vir para o primeiro plano na idade adulta. Uma teoria atual, que pode aplicar-se

tanto a crianças quanto a adultos, salienta o papel da emoção no comportamento inteligente.

ALEM DE PIAGET: NOVAS FORMAS DE PENSAR NA VIDA ADULTA

Embora Piaget tenha descrito o estágio operatório-formal como o apíce da realização cognitiva, alguns

cientistas do desenvolvimento afirmam que as mudanças na cognição se estendem para além daquele

estágio. Uma linha da teoria e da pesquisa neopiagetiana diz respeito aos níveis mais altos de pensamento

reflexivo, ou raciocínio abstrato. Outra linha de investigação trata do pensamento pós-formal,

que combina lógica com emoção e experiência prática para solucionar problemas ambíguos.

Pensamento reflexivo O pensamento reflexivo é uma forma complexa de cognição, definida

originalmente pelo filósofo e educador americano John Dewey (1910-1991) como “consideração

ativa, persistente e cuidadosa” das informações ou crenças levando em conta as evidências que as

sustentam e as conclusões a que elas levam. Pensadores reflexivos questionam continuamente os

fatos supostos, fazem inferências e conexões. Elaborando a partir do estágio operatório-formal de

Piaget, os pensadores reflexivos podem criar sistemas intelectuais complexos que conciliam ideias ou

considerações aparentemente conflitantes – por exemplo, reunindo várias teorias da física moderna

ou do desenvolvimento humano em uma única teoria geral que explica muitos tipos diferentes de

comportamento (Fischer e Pruyne, 2003).

A capacidade para o pensamento reflexivo parece surgir entre as idades de 20 e 25 anos.

Antes dessa fase, são as regiões corticais do cérebro que cuidam do pensamento de nível superior totalmente mielinizado. Ao mesmo tempo, o cérebro está formando novos neurônios, sinapses e conexões dendríticas. Um ambiente rico e estimulante pode impulsionar o desenvolvimento de conexões corticais mais espessas e mais densas. Embora quase todos os adultos desenvolvam a capacidade de se tornar pensadores reflexivos, poucos obtêm uma ótima proficiência nessa habilidade, e um número ainda menor sabe aplicá-la consistentemente a vários tipos de problemas. Para muitos adultos, a educação universitária estimula o progresso rumo ao pensamento reflexivo (Fischer e Pruyne, 2003). Pensamento pós-formal Trabalhos de pesquisa e teóricos a partir da década de 1970 sugerem que o pensamento maduro é mais rico e mais complexo do que Piaget descreveu. Ele é caracterizado pela capacidade de lidar com inconsistência, contradição, imperfeição e tolerância. É de certa forma tanto um estilo de personalidade quanto um modo de pensar: as pessoas diferem no quanto se sentem confortáveis com a incerteza. Este estágio superior da cognição adulta é chamado às vezes de pensamento pós-formal, e geralmente começa no início da vida adulta, com frequência pela exposição à educação superior (Labouvie-Vief, 2006). O pensamento pós-formal é flexível, aberto, adaptativo e individualista. Ele recorre à intuição e à emoção, bem como à lógica, para ajudar as pessoas a lidarem com um mundo aparentemente caótico. Ele aplica os frutos da experiência a situações ambíguas. O pensamento pós-formal é relativista. Como o pensamento reflexivo, ele permite aos adultos transcenderem um único sistema lógico (por exemplo, a geometria euclidiana ou uma teoria particular do desenvolvimento humano ou um sistema político estabelecido) e conciliar ou escolher ideias ou demandas conflitantes (por exemplo, a dos israelenses e palestinos ou as de dois parceiros afetivos), cada uma das quais, a partir de sua perspectiva, pode ter uma afirmação de verdade válida (Labouvie-Vief, 1990a, 1990b; Sinnott, 1996, 1998, 2003). O pensamento imaturo vê preto e branco (certo versus errado; intelecto versus sentimentos, mente versus corpo); o pensamento pós- -formal vê tons de cinza. Como o pensamento reflexivo, o pensamento pós-formal com frequência se desenvolve em resposta a eventos e interações que revelam maneiras inusitadas de enxergar as coisas e contestam uma visão simples e polarizada do mundo. O pensamento pós-formal frequentemente opera em um contexto social e emocional. Diferentemente dos problemas que Piaget estudou, que envolvem fenômenos físicos e requerem observação e análise isentas e objetivas, os dilemas sociais são menos estruturados e frequentemente são carregados de emoção. Nesses tipos de situação é que os adultos maduros tendem a recorrer ao pensamento pós- -formal (Berg e Klaczynski, 1996; Sinnott, 1996, 1998, 2003). As pesquisas encontraram um progresso rumo ao pensamento pós-formal durante o início e a metade da vida adulta, principalmente quando emoções estão envolvidas. Em um estudo, os participantes foram solicitados a julgar qual fora a causa de uma série de situações hipotéticas, como um conflito conjugal. Os adolescentes e jovens adultos tendiam a culpar pessoas, ao passo que as pessoas de meia-idade tinham mais propensão a atribuir o comportamento à interação entre pessoas e o ambiente. Quanto mais ambígua a situação, maiores eram as diferenças de interpretação considerando-se as idades (Blanchard-Fields e Norris, 1994). Discutiremos o pensamento pós-formal em mais detalhes no Capítulo 15.

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