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Dependencia Quimica

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Por:   •  31/8/2013  •  411 Palavras (2 Páginas)  •  539 Visualizações

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Gerenciamento de Caso em Dependente de Cocaína

Dr. Sérgio de Paula Ramos - Psiquiatra e Psicanalista. Membro da equipe da Unidade de Dependência Química do Hospital Mãe de Deus de Porto Alegre. Presidente da ABEAD.

Introdução

Trabalho há exatos 33 anos com dependentes químicos. O que apresento a seguir é a tradução, na minha prática clínica, da medicina baseada em evidências, razão pela qual optei por um texto na primeira pessoa do singular. Esclareço preliminarmente que meus pacientes, tipicamente, advém das classes média e alta e que minha proposta de trabalho pode não se aplicar a outras realidades.

Acolhimento e Diagnóstico

Dependentes de cocaína demandam horário para a primeira consulta, ou incitam seu familiar a fazê-lo, em situações de crise. Portanto, sempre que possível, reservo um horário diário para este tipo de pedido, de tal forma que consigo marcar esta consulta para o mesmo dia, ou o mais tardar, para o dia seguinte. Na alternativa de já no primeiro telefonema ficar evidente ser um caso para hospitalização, prefiro marcá-la para o hospital com o objetivo de proceder imediatamente a internação. Com tais posturas o que pretendo transmitir é o reconhecimento da emergência e minha disponibilidade para assumir o paciente e sua rede social de apoio, no mais das vezes sua família.

Quando o paciente é jovem, a pergunta, ao telefone, é se os pais devem vir antes ou se prefiro que o paciente o faça. Invariavelmente sugiro que decidam sobre o que acharem melhor, uma vez que ainda não os conheço, e começo o atendimento por quem se apresentar. Esta regra também é aplicada quando a demanda partir do cônjuge.

Sou pontual e receptivo, tentando criar um clima acolhedor e de cooperação. Não ignoro a gravidade do relatado, mas trabalho demonstrando esperança, num olhar dialético. Significa isso que se me apresentam a situação de forma pessimista, tento sublinhar aspectos positivos, se, ao contrário, o otimismo irrealístico for a tônica, trato de criar dissonâncias perguntando mais sobre o relatado. Minha postura é a de um clínico que ouve, pergunta, pergunta mais ainda para melhor esclarecer-se e oportunamente opina.

Dependentes de cocaína que estejam intoxicados não são pacientes com indicação de psicanálise nem de psicoterapia psicanalítica, portanto não vejo nenhuma vantagem em uma atitude neutra por parte do terapeuta. Neutralidade é um instrumento que diz respeito a uma técnica que aqui não se aplica. Por isso, enfatizo, tento ser o mais caloroso e acolhedor possível, sem que isso implique, claro, em uma atitude sedutora.

Nas primeiras entrevistas estou interessado, pela ordem, em:

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