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Depressao Pos Parto

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Por:   •  24/3/2015  •  2.102 Palavras (9 Páginas)  •  266 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Este projeto dedica-se em explorar a depressão pós-parto, procurando investigar quais as consequências psicológicas na relação mãe-bebê, e o papel do psicólogo frente a isso, se realmente as consequências podem se agravar na vida da criança, atrapalhando alguma fase de desenvolvimento, seja cognitivo e/ou psicológico, e se tem alguma forma de prevenir a DPP.

No senso comum aprendemos que a gravidez é uma parte muito importante na vida da mulher, é uma vida que vem para trazer felicidade e harmonia para um lar ou para uma mulher. No entanto, esse ciclo é determinado por uma mudança que deixa a mulher muito sensível, por esse motivo é que surgem alguns transtornos psicológicos. E, um deles, é a depressão pós-parto. E é desse tema que vamos falar: como esse transtorno age psicologicamente na vida da mãe e do bebê.

Pensaremos, sobretudo, nos manejos psicológicos a serem realizados com estas pacientes.

1.1 Olhares de Winnicott sobre a mãe suficientemente boa, dedicada e a mãe não suficientemente boa.

A base da estabilidade mental do bebê depende das experiências inicias com a mãe, principalmente do seu estado emocional, uma mãe dedicada que fornece amor ao seu bebê, que seja o suporte para conceder ao filho a energia vital, para que as condições inatas alcancem um ótimo desenvolvimento.

A mãe tem o papel de promover ao bebê um ego auxiliar, para que as experiências organizam-se em formas sensórias, integrando os estímulos ambientais e suas capacidades motoras, pois a presença da mãe é o self da criança, é por meio desse contato que a criança desenvolve seu self, que é a imagem de si, é a essência de cada um de nós desde o nascimento, possibilitando a uma realidade psíquica individual, nos permitindo sentir-se real.

Só é possível desenvolver o self verdadeiro, que é a integração do eu e a totalidade de si mesmo, se a mãe aceitar os gestos espontâneos do bebê, lhe proporcionando um ambiente “suficientemente bom”.

“O gesto espontâneo é o self verdadeiro em ação. Somente o self verdadeiro pode ser criativo e sentir-se real”. (Winnicott, Os bebês e as mães, 2013)

A mãe não suficientemente boa é aquela que é incapaz de promover um ambiente suficientemente bom para o seu bebê, que deixa de responder o gesto da criança, e coloca o seu próprio gesto, apresentando a incapacidade de interpretar as necessidades da criança, ocasionando a fase do self falso.

O self falso acontece quando há uma falha nas funções maternas de integração, os gestos e sensações do bebê, assim como seus estímulos ambientais e corporais. Quando essas necessidades falham o bebê se sente ameaçado, e oculta o seu self verdadeiro.

Geralmente, pode ocorrer essa falha maternal quando a mãe apresenta depressão pós-parto, pois ela não consegue criar o vínculo de interação com o seu bebê, privando o seu filho daquilo que ele realmente necessita, por isso que algumas crianças são atingidas antes mesmo de evitarem que sua personalidade seja ferida.

1.2 Olhares sobre a depressão pós-parto

A Depressão pós-parto é um quadro clínico que pode surgir nas mulheres nas quatro semanas após o parto ou durante os três primeiros meses, manifestam-se sentimentos de incapacidade de cuidar do filho e dificuldades para enfrentar o novo convívio sociofamiliar, os conjuntos desses sintomas prejudicam a relação mãe-bebê. (Klaus et al., 2000).

Dentre os sintomas da mãe, pode se elencar:

 sintomas psíquicos: humor depressivo: tristeza, desespero, culpa menos-valia; redução da memória e da concentração; redução do pragmatismo; pensamento lentificado; anedonia: incapacidade de sentir prazer, mesmo em coisas que sempre foram prazerosas.

 sintomas físicos: ausência ou diminuição intensa da energia, com um cansaço permanente; alterações do sono e apetite: tipicamente para menos, mas na depressão atípica o paciente pode ter mais sono e aumento de apetite; redução do interesse sexual; dores pelo corpo (cefaleia, fibromialgia, peso nas pernas, dores nas costas)

 sintomas comportamentais: afastamento das pessoas; crises de choro; lentificação ou agitação psicomotora; comportamento suicida

A depressão pós-parto pode acarretar consequências no laço da mãe com o bebe, podendo perder a ligação, gerando aquele sentimento de ambivalência de mãe para filho, talvez por ser uma gravidez não planejada, ou pelo filho não ser de acordo com a expectativa da mãe. (Kauffmann, 1999).

“Em condições normais, a subjetividade compartilhada pela díade serve como espaço para que estes e outros afetos sejam vinculados de forma construtiva”. (Kauffmann, 1999, p.295)

André Green (1980) denominou um estado emocional para as mães que sofrem depressão pós-parto como “Mãe Morta”, pois essa mãe não consegue criar vínculos com o filho, não quer amamentar, ela se torna introspectiva, retraída, tem dificuldades de exercer a maternidade.

“A mãe morta é, portanto, ao contrário do que poderia crer uma mãe que permanece viva, mas esta por assim dizer morta psiquicamente aos olhos da pequena criança de quem cuida” (Green, 1980, p.249)

O nascimento da criança traz o relacionamento entre mãe e bebê, a mãe pode desenvolver suas capacidades maternas, e para o bebe o vinculo é à base da saúde mental posterior.

“espiral transacional das trocas entre mãe e o bebe em que os dois são participantes ativos da díade e em que cada um exerce uma influência sobre as respostas do outro” (Lebovici & Solis-Ponton (2004, p.31)

O Winnicott (1975) considera a mãe como pessoa real, ela tem um papel muito importante no desenvolvimento cognitivo e psíquico da criança, seja pelo amamentar, pelo acariciar e pelo vínculo que forma com o bebê, gerando a base psíquica do mesmo.

“Não há isso se chama bebê Onde se encontre um bebê encontra-se cuidado materno, e sem cuidado materno não haveria absolutamente bebê.” (D.W. Winnicott, Os bebês e as mães 2013).

O nascimento de um bebe é um evento favorável ao surgimento de problemas emocionais nos pais, como depressões, psicoses pós-parto e manifestações psicossomáticas. (Klaus ET AL., 2000)

De acordo com Harvey (1999) a depressão pós-parto se manifesta após o nascimento do filho, pois a mulher tem uma serie de transformações, seja no cotidiano, nas relações

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