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Depressão Segundo Aaron T. Beck

Por:   •  11/12/2018  •  Resenha  •  1.203 Palavras (5 Páginas)  •  252 Visualizações

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2. Desenvolvimento

 Segundo Aaron T. Beck, a  depressão  um dia talvez venha a ser compreendida em termos de seus paradoxos. Existe por exemplo um contraste entre a imagem que a pessoa deprimida tem de si mesma e os fatos objetivos. Uma mulher rica lamenta-se por não ter recursos financeiros para alimentar seus filhos. Um ator de cinema amplamente reconhecido implora por uma cirurgia plástica por acreditar ser feio. Uma física eminente repreende-se “por ser burra”.

Apesar do sofrimento vivenciado em decorrência dessas ideias autodepreciativas, os pacientes não são facilmente demovidos por evidencias objetivas ou por demonstrações lógicas da natureza insensata desses pensamentos. Além disso, os pacientes com freqüências praticam atos que parecem aumentar seu sofrimento. Atitudes e comportamentos como esses são muito intrigantes- superficialmente-, pois parecem contradizer alguns dos axiomas mais fortemente estabelecidos da natureza humana.

PREVALENCIA DA DEPRESSÃO

A importância da depressão é reconhecida por todos no campo da saúde mental. Segundo Kline, a depressão tem causado mais sofrimento humano que quaisquer outras doenças que afetam a humanidade, ficando atrás apenas da esquizofrenia, e estima-se que a prevalência da depressão fora dos hospitais é cinco vezes maior que a da esquizofrenia.  Segundo Murray e Lopez, a depressão unipolar foi a segunda maior causa de invalidez em 1990.

De acordo com a quinta edição do Manual de Diagnósticos e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-V) O transtorno depressivo maior (TDM) apresenta uma incidência ao longo da vida de 20% em mulheres e 12% em homens nos Estados Unidos da América do Norte (EUA), concordando com dados estatísticos de outros países. O TDM pode surgir em qualquer idade, porém as chances aumentam com o início da puberdade.

É clássica a relação de 2:1 entre mulheres e homens com TDM, porém estudos recentes têm questionado tal fato. Um estudo apresentando XXIII Encontro Anual da Sociedade de Medicina Comportamental nos EUA demonstrou que homens são menos propensos a relatar sintomas depressivos quando questionados sobre depressão, acabam relatando um número maior de sintomas depressivos quando questionados sobre bem-estar. Não é raro que na atenção primária, os pacientes com TDM apresentem predomínio de queixas com sintomas físicos em vez de queixas emocionais. Este fato pode justificar o fato de 50% a 60% dos casos de TDM não serem detectado na atenção básica. Apenas 10% dos pacientes no primeiro nível de atenção e somente 15% dos hospitalizados recebem assistência adequada para o TDM.

SEMÂNTICA DA DEPRESSÃO

Para Beck, uma das dificuldades de se conceituar a depressão é essencialmente semântica: o termo tem sido aplicado para designar um determinado tipo de sentimento ou sintoma, um complexo de sintomas (ou síndrome) e uma patologia bem definida.

É muito comum pessoas dizerem que estão deprimidos quando sentem indisposição e humor mais rebaixado que o normal. O indivíduo que vivencia a tristeza ou solidão transitória pode dizer que está deprimido. É discutível se essa disposição de ânimo normal equivale ao sentimento vivenciado na condição anormal da depressão ou mesmo se tem alguma relação com ela.

O termo depressão muitas vezes é usado para designar um complexo padrão de desvios nos sentimentos, na cognição e no comportamento, não representando como um transtorno psiquiátrico distinto. Nesse caso a depressão é representada como um transtorno ou complexo de sintomas. O aglomerado de sinais e sintomas ás vezes é conceituado como uma dimensão psicopatológica cuja intensidade (ou grau de anormalidade) varia de leve a grave. Quando a depressão é conceituada como uma entidade clínica específica, presume-se que possui alguns atributos consistentes além dos sinais e sintomas característicos; esses atributos incluem um tipo especificável de início, curso, duração e resultado.

SINTOMAS

Os pacientes geralmente podem apresentar queixas como: fadiga, fraqueza, sensação de peso em uma parte do corpo, tonturas, palpitações, disfunção gastrointestinal, falta de ar, mudanças no padrão do sono e apetite, cefaléia, dores articulares e lombalgia. Tais sintomas físicos, muitas vezes, não bem caracterizados quando melhor explorados podem levar ao diagnóstico de TDM.

Os atuais critérios utilizados para o diagnóstico e classificação dos estados depressivos se encontram no
Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, em sua quinta edição (DSM-V, lançado em maio de 2013). Os critérios diagnósticos para o TDM, de acordo com o DSM-V, são: 

A. Cinco ou mais dos sintomas seguintes presentes por pelo menos duas semanas e que representam mudanças no funcionamento prévio do indivíduo; pelo menos um dos sintomas é: 1) humor deprimido ou 2) perda de interesse ou prazer:

1. Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias (p. ex.: sente-se triste, vazio ou sem esperança) por observação subjetiva ou realizada por terceiros (Nota: em crianças e adolescentes pode ser humor irritável);

2. Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita por terceiros);

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