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Descrição e análise de um modelo familiar

Por:   •  16/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  532 Palavras (3 Páginas)  •  65 Visualizações

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DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE UMA ORGANIZAÇÃO FAMILIAR

Cameron Tucker foi criado por seus pais acolhedores em uma fazenda e ajudava a cuidar da mesma, sempre foi talentoso atlética e artisticamente. Mitchell Pritchett foi criado pelos pais conservadores em um contexto oposto, um meio urbano, com um pai pouco afetuoso, o que causa efeito no filho. Mitchell é um advogado ambientalista que, após a decisão de adotarem uma criança, assume papel de provedor da casa que compartilha com seu namorado Cameron, com quem cultiva um relacionamento de anos. O casal adota uma criança vietnamita, Lily, já que eles têm o sonho de constituir uma família, e Cameron assume o papel de cuidar da casa e da filha, já que, anteriormente, ele era professor de música. Eventualmente, com Lily mais velha, na escola e demandando menos cuidados, Cameron volta a trabalhar com a música, em uma escola fundamental local. Com o desenrolar do relacionamento, os dois se casam, logo após a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Segundo Bruschini (2000), uma das funções da família é a econômica, e na Europa do século XIX os membros tinham papeis definidos de acordo com gênero e idade. A mulher desempenhava a função de gerenciar e cuidar do ambiente doméstico, enquanto o homem era responsável por trabalhar fora, no meio público. Ao adotarem a filha Lily, Mitchell se coloca na posição “masculina” e continua a trabalhar fora advogando, já Cameron se coloca na posição “feminina” quando decide deixar seu trabalho de professor e virar “dono de casa”, como ele descreve, e dedicar-se à Lily, funções essas que lhe dão prazer. Tal posicionamento de Cameron faz, porém, com que pessoas fora da família o vejam como a mãe de Lily e não como pai, já que o adulto masculino é o líder “instrumental”, e o feminino, responsável pelos papeis de natureza “expressiva” (BRUSCHINI, 2000, p. 55).

A filha Lily, diferente do relatado por Aries (1978) sobre as crianças do século XV, não realizava quaisquer tipos de serviço dentro de casa. Após alcançarem certa idade, cerca de sete ou nove anos, as crianças passavam a realizar serviços pesados na casa de outras pessoas, o que ensinaria às crianças a noção de serviço e boas maneiras (ARIES, 1978, p. 226). Por outro lado, o método utilizado por Cameron e Mitchell para educar a filha foi o de mandá-la para a escola, por volta de seus 6 anos, bem como estimulá-la com brincadeiras dentro de casa. Quanto ao casal, assumidamente homossexual, observa-se um desejo para constituir uma família mais padrão, exemplificado pela adoção de sua filha e a cerimônia de casamento. As minorias, desejando a normatização, mostraram que “não é mais a contestação do modelo familiar que incomoda os conservadores de todos os lados, mas, ao contrário, a vontade de a ele se submeter” (ROUDINESCO, 2003, p. 10), já que dessa forma eles se integrariam melhor e ficariam menos visíveis.

REFERÊNCIAS

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1978.

BRUSCHINI, Cristina. Teoria crítica da família. In: AZEVEDO, Maria Amélia; GUERRA, Viviane. Infância e violência doméstica: fronteiras do conhecimento. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

ROUDINESCO, Elizabeth. A família em desordem. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

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