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EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE - JORGE VISCA

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Por:   •  25/11/2014  •  1.782 Palavras (8 Páginas)  •  8.264 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Epistemologia significa ciência, conhecimento, é o estudo científico que trata dos problemas relacionados com a crença e o conhecimento, sua natureza e limitações. É uma das principais áreas da filosofia, compreende a possibilidade do conhecimento, ou seja, se é possível o ser humano alcançar o conhecimento total e genuíno, e da origem do conhecimento.

A Epistemologia convergente é uma linha teórica, criada pelo psicopedagogo argentino Jorge Visca (1935-2000), que propõe um trabalho clínico utilizando-se da confluência das três linhas: A Psicogenética (Piaget), a Psicanálise (Freud) e a Psicologia social (Enrique Pichon Riviere) onde, apresenta uma dimensão clássica da clínica, propondo diagnóstico, tratamento corretor e prevenção.

Para Visca (1987), a aprendizagem depende de uma estrutura onde envolva o cognitivo/afetivo/social, nas quais estas sejam indissociavelmente ligadas a alguns aspectos desses três elementos. Sendo assim, a inteligência vai se construindo a partir da interação do sujeito e as circunstâncias do meio social (Enrique Pichon Riviere), onde apresenta uma dimensão clássica de clínica, propondo diagnóstico, tratamento corretor e prevenção.

Na visão de Visca (1987), a aprendizagem depende de uma estrutura onde envolve o cognitivo/afetivo/social, nas quais estas são inseparavelmente ligadas a alguns aspectos desses três elementos. Dessa forma, a inteligência iria se construindo a partir da ação mútua do sujeito e as particularidades do meio social.

No seu ponto de vista bastante clínico, e aludindo-se muito a Piaget, Freud, Pichon e suas Epistemologias, Visca é capaz de mostrar que a aprendizagem é vital na edificação das ideias. Que para aprender a pensar socialmente é indispensável à orientação do condutor e o contato do aprendiz com outros de si.

BIOGRAFIA

Jorge Visca, argentino, foi professor de graduação em escolas comuns, o que lhe proporcionou o conhecimento e a vivência cotidiana da sala de aula e uma compreensão realista dos problemas de aprendizagem. Graduou-se como professor em Ciências da educação na Universidade de Buenos Aires em 1966.

Formou-se como psicólogo social pela Escola de Psicologia Social fundada por Enrique Pichon, e fundador do Centro de Estudos Psicopedagógicos de Buenos Aires (CEP) e da chamada “Epistemologia Convergente” (TEKOA, 2003). “Visca”, 1987, foi um dos primeiros psicopedagogos que se preocupou com a epistemologia da psicopedagogia e propôs estudos baseados no que se chamou de epistemologia convergente, resultado da assimilação recíproca de conhecimentos fundamentados no construtivismo, estruturalismo construtivista e no interacionalismo.

Jorge Visca é considerado pela literatura dos profissionais da área, como sendo “o pai da psicopedagogia”. Em 1979, este professor introduziu no Rio de Janeiro seus ensinamentos formando a primeira geração de psicopedagogos. Ofereceu cursos e supervisões em vários pontos do país ajudando na formação e especialização de psicopedagogos brasileiros. Fundou CEPs no Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba.

Ainda em 1980, criou-se a Associação de Psicopedagogos de São Paulo, e, 1985, a Associação Brasileira de Psicopedagogia. Faleceu em 2000, deixando sua marca inconfundível no que diz respeito à teoria da prática pedagógica clínica, bem como diversos livros sobre sua teoria na prática (TEKOA, 2003 e ROCHA, 2000-2005).

As ideias do professor Jorge Visca influenciaram o meio acadêmico a partir de uma “base epistemológica” da teoria e técnica psicopedagógicas que contribuíram para o desenvolvimento da psicopedagogia no Brasil. Para este autor, a procura da psicopedagogia em sua vida partiu de situações vivenciadas no seu cotidiano, seu trabalho e seu meio acadêmico (VISCA, 1991).

Em várias situações ele se perguntava por que existem pessoas que recebem facilmente uma informação e outras não compreendem a mesma informação, ou as interpretam de uma maneira totalmente diferente, ou erroneamente. Outro ponto que também despertou o interesse do professor Jorge Visca foi o fato de olhar além do produto, ou seja, o sujeito, e perceber o processo que o mesmo faz na sua aprendizagem, o interesse pela mesma, valorizando dificuldades de caráter cognitivo para melhor entender e saber o que acontece nesse processo.

O seu interesse era a aprendizagem, educação, o que o fez abandonar a advocacia e se ingressar em Ciências da educação (VISCA, 1991). Uma característica que pode ser atribuída ao Professor Jorge Visca é a emoção. Seu lado emotivo de perceber o sentimento e o modo de agir das pessoas, suas dificuldades cognitivas, ser ator enquanto observador, espectador das situações, o ajudou durante esta busca da psicopedagogia em sua vida. Começou com a psicopedagogia clínica (consultório), no sentido de perceber o sujeito como ele é, diagnosticando-o com ele, mesmo que seja um grupo ou uma comunidade, aceitando-o como são.

No que se refere à aprendizagem, o professor defendia que a melhor forma de transmiti-la é na escola, porém não só na mesma. A aprendizagem, para ele acontece no sujeito (VISCA, 1991). Eu acho que a aprendizagem, para uma pessoa, abre caminho da vida, do mundo, das possibilidades até de ser feliz... (VISCA, 1991. pág. 18).

AS TRÊS TEORIAS CONDUTORAS DA EPISTEMOLOGIA CONVERGENTE

TEORIA PSICOGENÉTICA

De acordo com a teoria psicogenética (Piaget), a ideia de aprendizagem é construída nas estruturas cognitivas onde esta é como um mapa mental interno no qual os conceitos são construídos pelo individuo para compreender e responder às experiências que decorrem dentro do seu meio envolvente. Piaget dividiu o desenvolvimento humano em quatro estágios que são vividas de acordo com cada sujeito:

1. Estágio da inteligência sensória motora (até os dois anos) – A criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que as rodeia.

2. Estágio da inteligência simbólica ou pré-operatória (de 2 a 8 anos) – A criança busca habilidades verbais.

3. Estágio da inteligência operatória concreta (de 7-8 a 11-12 anos) – A criança lida com conceitos abstratos, números e relacionamentos.

4. Estágio da inteligência operatória formal (12 anos a 14-15 anos) – A criança começa a raciocinar lógica e sistematicamente.

Reportando-se a

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