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ESTÁGIO DE PSICOLOGIA SOCIAL

Por:   •  13/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  1.648 Palavras (7 Páginas)  •  342 Visualizações

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O TRABALHO DO PSICÓLOGO SOCIAL JUNTO AO DEPENDENTE QUÍMICO

O trabalho do psicólogo com dependente químico deve estar atrelado à idéia de co participação para o alcance de uma vida produtiva e socialmente construtiva pelo usuário, propondo a assunção de responsabilidades e de sua auto regulação. Ele precisa estar voltado para o resgate da saúde e por isso precisa atuar com uma equipe multiprofissional, tendo assim uma interação com profissionais de distintas áreas do conhecimento. Esses profissionais precisam conversar, trocar idéias entre si, para que cada um possa contribuir para um trabalho mais positivo junto ao sujeito.

O psicólogo deve evitar o lugar de juiz, diante do comportamento do usuário, ele precisa deixar de lado seus preconceitos, suas crenças e mergulhar na história do usuário, buscar compreender sua história pessoal. Ele deve ainda se portar de maneira simples e objetiva, evitar distanciamento e a imagem de superioridade, pois normalmente o dependente químico se encontra em um estado de desestrutura e de nada vai adiantar a postura de um psicólogo frio e distante. A prática clínica tem demonstrado a necessidade de um “facilitador”, ou seja de um terapeuta participativo, sensível, disposto a interagir com o grupo em suas necessidades, gerando confiança e o apoio firme e consciente. O psicólogo precisa agir como um catalisador para auxiliar na liberação de forças motivacionais que contribuem para a persistência de antigos comportamentos destrutivos, ou, alternadamente, para iniciação e manutenção de comportamentos novos mais adaptativos.

Como todo ser humano o psicólogo também possui dificuldades e anseios diante de uma história de vida, uma vez que nenhum profissional é onipotente, portanto é importante que ele seja um conhecedor sobre dependência química, mas não podemos atribuir a esse profissional a crença de que ele é alguém perfeito, sem falhas ou problemas. É imprescindível a busca constante do equilíbrio psicológico pelo profissional, o que permite maturidade e condições para a nobre função de ajudar o outro em seu equilíbrio.

Dessa forma, o profissional ter sua psicoterapia é um pré requisito de extrema importância. Outra questão que não deve ser negligenciada é a supervisão por outro profissional, que possibilita o desenvolvimento contínuo e o aprimoramento de suas percepções e intervenções.

O acompanhamento terapêutico, de acordo com as diretrizes da política do MS para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, propõe a extensão do conceito de Redução de Danos para as práticas de assistência. Essa redução de danos é uma estratégia de saúde pública que no campo da prevenção que inclui medidas para reduzir os danos causados pelo uso das drogas. Teve início com os usuários de drogas injetáveis e propunha a distribuição de seringas objetivando a não transmissão de doenças pelo seu compartilhado. Outro exemplo que podemos citar é a aplicação de vacinas contra hepatite para usuários de drogas injetáveis.

O trabalho do psicólogo, assim como de outros profissionais deve inserir a promoção, a prevenção o tratamento e a educação. De acordo com a orientação da OMS pode-se entender que aos profissionais cabe ainda promover cuidados comunitários; educação à população em geral; executar pesquisa.

É fato incontestável para nós, e também defendido por profissionais da área de saúde, que o progresso de qualquer tratamento médico/psicoterápico depende muito de um bom estabelecimento do vínculo entre o paciente e o profissional que o atende. Para que o tratamento alcance sua eficácia, deve haver uma cumplicidade e parceria entre ambos, de forma que conversem livremente e sem barreiras. É fundamental que o psicólogo deixe suas crenças de lado para que possa respeitar e compreender melhor o seu paciente.

Com relação a esse parecer, Bucher (1992) ressalta que dentro da equipe multidisciplinar, que abarca o tratamento do drogadito, seja possibilitado ao paciente o estabelecimento de uma relação afetiva (vínculo) com o terapeuta com o qual se sintonize melhor, a fim de que esse profissional possa superar barreiras oriundas de desconfiança e, assim, o paciente possa estabelecer uma transferência com o profissional.

Constata-se que trabalhar com pacientes com dependência química é uma tarefa delicada, que requer muito cuidado por parte dos profissionais envolvidos. O usuário, que é visto pela sociedade de maneira estereotipada (bandido, criminoso, vagabundo, etc.) e que é, muitas vezes, rejeitado no próprio ambiente familiar, necessita encontrar no profissional de saúde mental alguém que o veja como uma pessoa necessitada de ajuda, que o apóie em seu sofrimento e que reconheça suas dificuldades e acima de tudo que não o julgue.

Os Psicólogos apontam algumas situações que podem provocar dificuldades no estabelecimento de relacionamento e vínculo com os dependentes químicos. durante o tratamento, e para os quais precisamos ficar atentos: a importância da troca de informações entre a equipe (a fim de que se evite a manipulação do paciente quando de seu desejo de negar a doença); a necessidade de uma equipe integrada e afastamento de sensibilidades pessoais entre os profissionais envolvidos; disponibilidade de escuta e qualidade do atendimento; a existência atual de uma equipe insuficiente para abarcar os diferentes contextos; e, por fim, um baixo grau de envolvimento do próprio paciente com o reconhecimento de seu problema e com a relação de cura esperada, além de sua busca por uma solução menos trabalhosa, e menos sofrida, muitos querem resultados rápidos, desejam resolver imediatamente um problema que os acompanham

Em contrapartida, facilidades são, também, por eles apontadas: o despojamento dos aspectos pessoais dentro da equipe (que permite a aceitação da vinculação do paciente com um ou outro elemento da equipe), um posicionamento livre de estereótipos, uma maior habilidade em lidar com as diferenças e conseguir a percepção do paciente quanto à reestruturação do seu estilo de vida e da própria vida, são fatores que o auxiliam na manutenção e no fortalecimento do vínculo terapêutico.

Uma vez estabelecida a procura por assistência, constata-se que a resistência ao tratamento assume várias formas e constitui um elemento importante a ser considerado no âmbito do tratamento multidisciplinar, isso porque, dada a sua variedade, envolve diferentes tipos de abordagens, seja no aspecto biológico (medicamentoso), seja no aspecto psíquico (terapias e análise situacionais) ou social (familiares e rede de suporte).

Dessa forma, foram citados pelos especialistas alguns tipos de resistência ao tratamento, que tanto podem surgir

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