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Filme O Solista e Texto A Dialética do Poder

Por:   •  19/10/2019  •  Resenha  •  1.174 Palavras (5 Páginas)  •  341 Visualizações

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Esta resenha foi elaborada a partir de informações contidas no filme O Solista, dirigido por Joe Wrigth e protagonizado por Robert Downey Jr. e Jamie Foxx, Steve Lopez e Nathaniel Ayers, respectivamente. E também no texto A dialética do poder, situado no livro A linha curva: o espaço e o tempo da desinstitucionalização, de Ernesto Venturini.

O filme relata a história do jornalista Steve Lopez, que busca casos para publicar em sua coluna em um grande jornal de Los Angeles. Nesta busca, encontrou, por acaso, um homem que tocava um violino com duas cordas apenas e dizia ser muito fã de Beethoven, Nathaniel Ayers. Lopez então se interessa pela história do músico e começa a procurar mais sobre ela. Ele descobre que Nathaniel é um grande músico, o qual demonstrou seu talento desde criança, mas por ter um sofrimento psíquico não conseguiu desenvolver uma carreira profissional, passando a morar nas ruas com seus pensamentos, sonhos, sons e vozes.

Com a publicação da trajetória do músico, muitos leitores ficaram comovidos, enviando-lhe presentes e se solidarizando com a causa. O jornalista então leva-o para um abrigo, mas o músico resiste, argumentando que a rua, os túneis são o seu lugar, onde ele se encontra, porém acaba cedendo aos desejos de Steve, mesmo não permanecendo no lugar.

Steve Lopez estava fazendo muitas mobilizações com a intenção de ajudar Nathaniel, mas o mesmo não aceitava facilmente o que era proposto a ele e quando estava de acordo, a sua mente esquizofrênica não lhe permitia fazer tais realizações como tocar ou morar em um lugar fechado e confortável. Devido às tentativas, por vezes sem sucesso, do jornalista e após o musico ter o agredido, Steve quase desiste de ajudá-lo, até que sua ex-esposa o aconselha a não tentar mudar aquele homem, apenas ficar ao seu lado e apoiá-lo. Com isso, Nathaniel se arrepende do que fez e ouve de Steve que ele se sente honrado de tê-lo como amigo.

O filme chega ao fim mostrando que, por mais que Nathaniel não tenha sido curado de seu transtorno, o fato de ele agora dormir em uma casa, em sua cama e ainda ter um amigo, já era um grande avanço. E também que a partir do que Steve Lopez havia, não somente escrito, mas vivenciado neste caso, lhe serviu para entender que quando se é fiel e valoriza aquilo que gosta e acredita, isso é o que o levará para casa.

Já o texto de Venturini, está dividido em alguns tópicos e subtópicos. Um deles faz referência ao olhar que o psiquiatra/psiquiatria tem ou que deveria ter para o indivíduo que possui um sofrimento psíquico e que se encontra sob o poder institucional, sendo apresentados vários aspectos deste olhar. O outro tópico trata da questão dos manicômios, mas claramente sobre a luta antimanicomial, sobre a liberdade de pessoas que antes estavam aprisionadas em hospitais psiquiátricos e de todo o percurso que foi traçado até esse momento. E o último tópico fala sobre a desinstitucionalização, o significado e a representação desta palavra, que muitas vezes é utilizada para denominar outros processos, não dando a devida importância ao seu próprio processo que é complexo.

 Este termo tem algumas variações, chegando até ser contraditórias algumas delas. São destacadas, neste tópico, as ideias de desinstitucionalização tidas por vários autores, expressadas por pontos de vista diferentes, principalmente de pensamentos e de práticas. Outro ponto, de fundamental importância, ressalta a questão da ambiguidade existente no termo desinstitucionalização e para amenizar esse conflito e se referir as experiências obtidas após a reforma, Venturini sugere algumas fases desse mesmo processo, sendo duas divisões principais e outras três subdivisões: a desospitalização e a desinstitucionalização, onde nesta segunda obtém-se três níveis, a habilitação psicossocial, a inclusão social e a promoção social. Onde cada uma terá uma responsabilidade para com o sujeito antes institucionalizado e no próprio processo de desinstitucionalização do mesmo.

O texto serve de respaldo para o filme, onde é possível identificar claramente aspectos teóricos em suas cenas. O filme retrata bem como uma pessoa esquizofrênica e que não realiza nenhum tratamento age. E de como afeta as pessoas ao seu redor. Estando sempre oscilando entre momentos de lucidez e de surtos psicóticos.

Quando o jornalista Lopez encontra com Natanael pela primeira vez, nota-se a dificuldade dele em formar frases que sejam conexas, sua fala é totalmente aleatória e confusa. Mas, em outro encontro, ao ganhar um violoncelo novo, apesar de seus devaneios, ele logo diz que não pode pagar pelo mesmo. E quando Lopez diz que ele não poderia ficar com algo tão valioso nas duas, ele lhe responde que dá a vida pelo mesmo. Isso mostra que aquele indivíduo não está restrito apenas a doença, mas existem outros elementos que o compõe.

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