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Fragmento 1 – Relato de Passe

Por:   •  7/11/2018  •  Abstract  •  401 Palavras (2 Páginas)  •  127 Visualizações

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Fragmento 1 – Relato de passe

Esse relato de caso aponta um sujeito que sofria uma inibição sexual, intelectual e social, com um predominante sintoma ectópico - sensação de estar fora de um posicionamento correto; e, também, exibia a angústia produzida pela marcante presença pelo lado mulher da mãe. Tomando como base os escritos de Joel Dor, principalmente em A problemática obsessiva, e as discussões feitas durante a disciplina, minha hipótese – acerca da estruturação clínica e do tipo clínico – é de uma estruturação neurótica obsessiva.

O obsessivo se manifesta como alguém investido como objeto privilegiado do desejo da mãe, ou seja, privilegiado em seu investimento fálico. As enunciações marcantes maternas como “você é o homem da casa”, “você é o meu muro de arrimo” e “você é o esteio da família”, exemplificam a manifestação do investimento psíquico precoce na criança, que consiste em se constituir como objeto a fim de fornecer a mãe o que ela não encontra junto ao pai. A criança ficaria presa nessa crença psíquica de se imaginar como dispositivo de suplência à satisfação do desejo materno. Porém, não se trata de uma suplência ao objeto da mãe, mas sim de uma suplência à satisfação do desejo da mãe, ou seja, não é uma substituição do objeto em si, mas a satisfação do próprio desejo.

Tendo em vista a forte relação do obsessivo com a mãe, o relato da cena I descreve uma fantasia de enfrentar o pai e salvar a mãe, o que caracteriza um traço da estrutura obsessiva. “A criança é confrontada com a lei do pai, mas mantém-se também subjugada pela mensagem de insatisfação materna” (Joel Dor. p. 99). Com isso, há o surgimento de uma relação ambígua entre amar e odiar o pai por conta da disputa do desejo da mãe.

A cena II descreve um conflito, onde o sujeito se coloca em oposição ao pai, demonstrando o desejo de ficar ao lado da mãe. O sujeito não consegue sustentar a posição de enfrentamento e se coloca em posição de objeto. Nesse sentido, o obsessivo busca sempre responder as demandas alheias, se colocando como dejeto e constituindo um convite a se fazer sadizar pelo outro. Assim, a passividade masoquista resulta, em grande parte, da impossibilidade em que o obsessivo se acha de poder demandar. O resultado desse conflito é um menino traumatizado. Em Freud, o trauma é uma ressignificação de algum acontecimento.

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