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História da Psicologia

Por:   •  13/5/2018  •  Resenha  •  3.134 Palavras (13 Páginas)  •  409 Visualizações

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Introdução

  • Uma ciência recente, extensa. Busca por compreender o comportamento humano. É importante avaliar como outras ciências contribuíram para sua constituição.

  • A psicologia só foi regulamentada como profissão no Brasil no ano de 1962, por meio da Lei 4.119, sancionada pelo então presidente da República João Goulart, em 27 de agosto. A ciência, que já existia, era reconhecida oficialmente.

Idade Antiga, Período Clássico

  • Ao realizarmos o resgate histórico da psicologia, há de se considerar inicialmente as indagações filosóficas sobre o homem e o mundo. Tal como ressalta Keller “muito antes que a psicologia viesse a ser tratada como ciência experimental havia homens interessados nestes assuntos que hoje seriam chamados de psicológicos” (1974, p. 3). Como comentado no início do texto, ainda no século V a.C. importantes pensadores buscaram compreender o comportamento humano e sua relação com a sociedade na qual está inserido.
  • Dentre tais pensadores destacam-se: Sócrates, Platão e Aristóteles. Contrapondo-se à Escola Jônica, (Pensadores procuram compreender o princípio do mundo natural, a origem de tudo na natureza, não faziam, entretanto, distinção entre o ser humano e os demais elementos da natureza), estes pensadores colocavam o homem como centro de suas investigações, distinguindo-o dos demais elementos da natureza.
  • E essa preocupação em entender o homem é que faz com que tais pensadores sejam importantes para o desenvolvimento de uma psicologia ainda na Antiguidade. Nas palavras de Andery, Micheleto e Sério, tais filósofos enxergavam o homem como um ser diferenciado, porque “viam esse homem como capaz de produzir conhecimento por possuir uma alma – absolutamente diferenciada do corpo, mas essencial.” (1988, p. 64). Sócrates (469-399 a.C. aproximadamente) foi o primeiro a propor a distinção entre o conhecimento da natureza e o conhecimento do homem, valorizando a razão. Para o filósofo, o homem era capaz de produzir conhecimento, uma vez que era dotado de uma alma – ou psique (alma em grego). Por meio do pensamento, o homem poderia chegar ao conhecimento de si próprio.
  • Platão (426-348 a.C. aproximadamente), discípulo de Sócrates, manteve a busca, do mestre, pelo conhecimento verdadeiro. Platão, todavia, propagava que, além de um corpo mortal, o homem possuía também uma alma imortal. Defendia que o homem só poderia obter conhecimento por ser possuidor desta alma, na qual estava acumulado o conhecimento. O pensamento platônico defendia a superioridade da alma sobre o corpo. Para Platão no corpo, mortal, se manifesta o conhecimento do mundo sensível, ou seja, o conhecimento mais superficial, conhecimento oriundo da opinião e não o obtido pela ciência ou pela filosofia. Já na alma, imortal, está o conhecimento mais profundo, o conhecimento do mundo das ideias. Andery, Micheletto e Sério (1998) ao descreverem a concepção platônica acerca do conhecimento contido na alma, afirmam que para o filósofo nem todas as almas tinham igual acesso ao mundo das ideias e por isso nem todas teriam o mesmo nível de conhecimento.
  • A palavra psychí, ou ψuχή, no idioma Grego, é traduzido por alma na Língua Portuguesa. E dos primeiros estudos da psychí, ou ψuχή nasceria a psicologia, representada hoje pela vigésima terceira letra do alfabeto grego letra grega ψ (psi).
  • Ao prosseguirmos na história da psicologia, chegamos a Aristóteles (384-322 a.C.), aquele que acabou sendo descrito como o último dos filósofos antigos e o primeiro dos modernos1. Discípulo de Platão, no decorrer de seu desenvolvimento como filósofo, Aristóteles, também divergiu de seu mestre. Ao contrário da teoria platô- nica que postulava a alma como imortal e superior ao corpo; a versão aristotélica concebia a alma como de natureza real, física e orgânica. No pensamento aristotélico, tudo o que vive possui alma ou psyché. Assim ao considerar tudo o que vive, considera-se que tanto os homens, como os animais e as plantas possuem alma. Enquanto Platão entendia o corpo como prisão da alma e que ambos eram elementos distintos; Aristóteles considera-os como elementos que estabeleciam uma relação de funcionalidade entre si, bem como eram indissociáveis.
  • Aristóteles, abre novas possibilidades para o estudo da psyché (alma), postulando-as não como sobrenatural, mas como natural e ligada ao corpo, e, portanto, passível de investigação e de desenvolvimento. Fica claro nessa breve análise acerca do período clássico o início de um pensamento psicológico. Sócrates, Platão e Aristóteles, ainda que evidentemente influenciados por questões de sua época, apresentam em seus pensamentos a preocupação com o homem e com sua psyché, quer estabelecendo a imortalidade da alma quer postulando a sua mortalidade e relação ativa com o corpo.
  • Sócrates, Platão e Aristóteles apresentam em seus pensamentos a preocupação com o homem e com sua psyché, dando início ao que viria a ser a psicologia.

Idade Média e os Filósofos Cristãos

  • Seguindo a evolução histórica da psicologia, damos um salto da Idade Antiga e chegamos à Idade Média. Mantendo o foco na história da construção da psicologia, dois pensadores se destacam: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274).
  • Santo Agostinho foi um importante pensador do Período Patrístico (Padres). Marcado por tratados de padres, teólogos, apologetas, exegetas, os quais procuravam compreender as questões do universo com base em sua doutrina religiosa, a patrística se iniciou com o Cristianismo e seguiu até o século VIII d.C. A contribuição de Santo Agostinho para com a Psicologia segue a filosofia platônica, uma vez que o pensador defende a dissociação corpo e alma. No entanto, a visão agostiniana é completada com a compreensão de que a alma é a manifestação de Deus no homem e que essa se sobrepõe ao corpo. Na visão de Santo Agostinho, a divisão entre corpo e alma contempla ainda a ideia de que a alma é o elemento mortal que liga o homem a Deus e o corpo é a matéria, fonte de todos os males. O homem que submete a alma ao corpo material, afastasse de Deus.
  • O momento histórico vivido pelo segundo pensador representante da Igreja, São Tomás de Aquino, foi bastante diferente do vivido por Santo Agostinho. O momento era marcado pelo fim do Período Patrístico, quando a soberania da Igreja na busca de compreensão da existência humana dá lugar a novas formas de pensamento, a partir do crescente questionamento de seus dogmas, advindos da Reforma Protestante. Enquanto Santo Agostinho viveu o apogeu da Igreja Católica, o período em que São Tomás de Aquino viveu anuncia a ruptura da Igreja Católica pelo aparecimento do protestantismo, o que provoca questionamento acerca do conhecimento proferido pela Igreja. Aquino também endossa que a Igreja é a verdadeira produtora de conhecimento acerca do psiquismo. Ele separa razão e fé, ou ainda Filosofia e Teologia, afirmando que a primeira deve cuidar das coisas da natureza e a segunda, do sobrenatural. E, ao estudar o sobrenatural e a fé divina, São Tomás de Aquino, afirma que alguns conhecimentos só podem ser obtidos pela revelação divina, ou seja, por meio das verdades reveladas por Deus. Assim, o homem, a mais perfeita criação de Deus, distinta dos outros seres, por ser racional, só pode alcançar a perfeição por meio da busca em Deus. São Tomás de Aquino também estabelece a existência das verdades da razão, aquelas que só podem ser alcançadas por meio da filosofia e da ciência. Distingue desta forma o conhecimento da Igreja e o conhecimento da filosofia e da ciência. A partir da segunda metade do século XV e durante todo o século XVI e XVII ocorrem marcantes mudanças religiosas, políticas, econômicas, sociais e culturais, provocando outras formas de concepção da ciência e do homem, dando início a um novo período do pensamento filosófico, o período da chamada ciência moderna.
  • Santo Tomás de Aquino pertenceu ao período em que a Igreja busca fortalecer-se por meio do ensino da fé. Denominado Escolástica, termo derivado da palavra escola, tal período caracterizou-se pela formação não apenas eclesiástica, mas também pela constituição de universidade e colégios que buscavam o relacionando fé e razão.

Idade Moderna e a Ciência

  • Nesse período, a razão, a preocupação com elementos precisos e a experiência, contrapõem a fé. Transferindo as preocupações das relações Deus e homem, para as preocupações da natureza e homem. Pesquisas, experimentações e formulações marcam esse período. Pesquisas, experimentações e formulações marcam esse período. Galileu Galilei (1564-1642), físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano, estuda a queda dos objetos em famosos ensaios na Torre de Pisa. Issac Newton (1642-1727), físico e matemático, também estuda fenômenos da natureza, o movimento dos objetos tanto na Terra como celestiais. René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático, analisa as leis do movimento, tanto da natureza quando dos homens. Considerado por muitos o pai da psicologia moderna, Descartes foi o primeiro a fazer distinção nítida entre corpo e mente. Ainda que a formulação do dualismo de substância tenha “sido pensado por Santo Agostinho sob a influência do pensamento platônico, só apareceu de maneira sistemática com o filósofo René Descartes” (MENON, 2016, p. 24). No trabalho de Descartes, o conceito teológico e abstrato da alma foi substituído pelo conceito científico da mente: a ciência e os cientistas passaram a buscar a compreensão da mente e dos processos mentais. Frente a essa concepção de mente, e não mais de alma, Descartes propõe a distinção mente (imaterial e sem extensão) e corpo (material e constituído por um órgão móvel). Todavia, é considerado um interacionista, pois, ainda que considere tais elementos como distintos, declara que há interação entre eles: a mente pode interferir no corpo. Outro aspecto importante do trabalho de Descartes é que a partir da separação mente e corpo, propicia o estudo do corpo humano morto, uma vez que esse deixa de ser sagrado. Tais pensadores marcam o período de transição: a era mecanicista.
  • A ascensão da burguesia e o surgimento do capitalismo, junto à Revolução Industrial e a criação da máquina resultaram em fortes mudanças na maneira de se conceber as relações humanas e o próprio homem. Para Alvin Toffler (1980), a Revolução Industrial, a qual ele designa a Segunda Onda, resultou em mudanças em todas as esferas, desde a constituição familiar, que passa a ser nuclear, a produção cultural, que se torna produção em massa e na própria educação, que segue o modelo das fábricas. Os estudos acerca do homem também são influenciados por essas mudanças no sistema sócio-econômico-cultural. Eram necessários métodos mais rigorosos, medidas, instrumentos de controle, todos buscando mais precisão no estudo do funcionamento da mente.

Idade Contemporânea e a Psicologia Como Ciência

  • As alterações na forma de compreensão do homem e do funcionamento do Universo abrem espaço para novas indagações e formas de estudo. Os avanços da Anatomia, da Fisiologia e da Neurologia propiciaram a constituição de uma ciência distinta da Filosofia. A Psicologia que nasce estudando a alma, a partir dos estudos de grandes filósofos, passa a ser uma ciência “sem alma” (BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 2005, p. 43), no sentido de que tem seu conhecimento, passa a ser produzido em laboratórios por meio de experimentos de observação e medição.
  • Wilhelm Wundt (1832-1920), fisiólogo alemão da Universidade de Leipzig e pioneiro da Psicologia Experimental, cria o primeiro laboratório para realizar experimentos na área de Psicofisiologia, fato que pode ser considerado o início da psicologia como ciência independente. Wundt era considerado um paralelista psicofísico, ou seja, acreditava que havia fenômenos do mundo físico, constituídos pelo corpo, e fenômenos do mundo mental, constituídos pela mente. Os experimentos de Wundt envolviam as sensações, percepções, sentimentos e emoções e se davam por meio do método de “introspecção”, método e termo criado por ele próprio. O método instituído por Wundt se baseava no sujeito da experiência, previamente treinado para auto-observação, descrever ao experimentador suas sensações, percepções e sentimentos. Um exemplo: o experimentador estimulava o sujeito com uma picada de agulha e esse fazia o relato introspectivo sobre tamanho, intensidade e duração do estímulo, descrevendo o caminho percorrido no seu interior, como que descrevendo o processo mental. Wundt acreditava que cada processo da mente envolvia simultaneamente um processo físico, daí a análise dos estímulos físicos, e um processo mental, sensações mentais correspondentes. A influência de Wundt marcou a constituição da psicologia como ciência, fazendo com que ele fosse considerado pai da Psicologia Moderna ou Científica. Essa psicologia científica teve como primeiras abordagens três escolas: o Estruturalismo, o Funcionalismo, e o Associacionismo.

Primeiras Abordagens da Psicologia: Estruturalismo, Funcionalismo e Associacionismo

  • O Estruturalismo teve como principal instituidor Edward Titchener (1867- 1927). Para o Estruturalismo a psicologia é a ciência que estuda a consciência ou a mente, sendo que a mente é compreendida para esses pensadores como a soma de todos os processos mentais. A função da Psicologia era então compreender esses processos e o modo como a mente é estruturada, como funcionam os sistemas nervosos centrais. Titchener mantém a tradição de Wundt em relação ao método de estudo, mas sua forma introspectiva era mais ampla. Titchener questionava a possibilidade de uma descrição isenta de viés. Para ele a descrição introspectiva tendia a ser mais uma análise do que uma descrição, em função disso, defende o uso da experimentação e da descoberta sobre “o que”, “como” e “por que” dos processos mentais. Um dos principais pensadores do Funcionalismo foi William James (1842-1910). Os Funcionalistas assim como os Estruturalistas elegem a consciência como foco para análise, mas os Funcionalistas estavam interessados na função da mente e não em sua estrutura. Assim, ao contrário dos Estruturalistas, a Psicologia Funcional define a psicologia como uma ciência biológica, uma ciência interessada em analisar os processos mentais, interessava-se pelo funcionamento, pela função da mente e não por sua estrutura, por suas propriedades. Consideravam que a mente é um acúmulo de funções e processos que conduzem a experiências práticas. A mente passa a ser analisada em função das interações com o ambiente e o estudo da vida psíquica é considerado a partir de sua adaptação ao meio. O termo Associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se origina a partir da associação de ideias, partindo das mais simples às mais complexas. Os Associacionistas não aceitavam o método introspectivo e lançaram as bases da psicologia comportamentalista, utilizando para tanto pesquisas com animais.

Escolas Modernas da Psicologia: Psicanálise, Análise do Comportamento e Gestalt

  • A Psicanálise nasce com Sigmund Freud (1856-1939), o qual a partir de sua prática médica postula o inconsciente como objeto de estudo da ciência. Freud e a Psicanálise, ao contrário do Behaviorismo, se detém a investigar processos obscuros do psiquismo, analisando sonhos, fantasias e esquecimentos. Freud influenciado por suas observações em atendimentos médicos, bem como por outros médicos da época, cria teorias e métodos de pesquisa, sendo o mais conhecido: o método catártico. Com a descoberta do inconsciente, Freud postula sua Primeira Tópica, composta por três instâncias do aparelho psíquico: Inconsciente, Consciente e Pré- -consciente. A primeira tópica é reformulada e substituída posteriormente pela Segunda Tópica Freudiana, formada a partir da noção de ID, Ego e Superego.
  • A Análise do Comportamento, que tem forte influência das ideias de Thorndike e da visão funcionalista, nasce com John Watson (1878-1958). Watson, a partir dos estudos de Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936) acerca de estímulo-reflexo, estabelece o objeto de estudo da Psicologia, como ciência, o comportamento (behavior em inglês), um objeto de estudo mais concreto, mensurável. Watson traz como grande contribuição a análise do Comportamento Respondente. O principal teórico da Análise do Comportamento Burrhus Frederic Skinner (1904- 1990) formulou a compreensão do Comportamento Operante, das noções de reforçamento e do controle dos estímulos. A Gestalt, Psicologia da Forma, como é chamada por alguns ou simplesmente Gestalt, como é mais conhecida, é a escola mais ligada à filosofia, uma vez, que tem como objeto de estudo os processos perceptivos, envolvendo sensação e percepção. Tem como principais teóricos Mas Wetheimer (1880- 1943), Wolfgang Köhker (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940).
  • Para os gestaltistas, o comportamento humano deve ser estudado considerando os aspectos globais que cercam o homem, pois suas ações, mediante aos estímulos do ambiente, são influenciadas pela forma como o comportamento percebe esses estímulos. E, essa percepção é por sua vez influenciada por aspectos socioculturais.

EXERCICIO

  1. O primeiro período da Idade Média ficou conhecido como o Período Patrístico. Dentre as características do início de período estão:

    I – Iniciou com a era Cristã e seguiu até século VIII d.C.;
    II – Um dos principais representantes da Igreja neste período foi Santo Tomás de Aquino;
    III – O período foi marcado por tratado de padres e teólogos.
    IV – Momento em que ocorreu a reforma protestante.

I – VERDADEIRA – A era cristã iniciou com o Cristianismo e seguiu até o século VIII d.C.

II – FALSA - O principal representante da igreja neste período foi Santo Agostinho onde defende a psicologia platônica com a compreensão de que a alma é a manifestação de Deus no homem e que essa se sobrepõe ao corpo. Já o período que em que São Tomás de Aquino viveu anuncia a ruptura da Igreja Católica pelo aparecimento do protestantismo, o que provoca questionamento acerca do conhecimento proferido pela Igreja. Ambos importantes pensadores do Período Patristico, mas o principal representante desta era desde o inicio foi Sto Agostinho.

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