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Limites Sem Trauma - Tania Zagury

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Por:   •  14/12/2013  •  2.771 Palavras (12 Páginas)  •  528 Visualizações

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Tânia Zagury é filósofa e mestra, pioneira na discussão do papel dos limites na educação, especialmente na família, foi a primeira a alertar os pais para as consequências sociais da liberdade excessiva e a falta de autoridade dos mesmos. Publicou 13 livros, entre eles, “Limites sem trauma”, publicado em vários países, figurando na lista dos mais vendidos do Brasil.

A obra parte da necessidade e da importância de se discutir uma educação com limites e responsabilidades, que permite à criança uma boa adequada formação e que ela se entenda como parte da sociedade, portadora de direitos e deveres em relação a si e aos outros.

Antigamente não se discutia o assunto. A criança era vista como uma “tábua rasa”, não sabia nada e precisava aprender; ela não tinha emoções e vontades, tudo era imposto pelos adultos. Com o passar do tempo, as pessoas foram aprendendo a respeitar as crianças, entendendo que elas têm querer, gostos, aptidões próprias e até mesmo indisposições, exatamente como nós adultos.

Com essa mudança de relacionamento entre pais e filhos muitas dificuldades sérias de educação começaram a aparecer. Como saber a hora de dizer “sim” e de dizer “não”? Negar alguma coisa aos filhos é um ato autoritário, antigo, ultrapassado de educar? Aquele ideal cheio de amor e carinho, só com conversas racionais sobre o que fazer e não fazer, porque parece que não dá resultado?

Como já dizia Aristóteles, “a justiça está no meio termo”. Nem o autoritarismo exacerbado nem mesmo a liberdade sem limites.

Para possibilitar o surgimento de um ser humano maravilhosos, é necessário que os pais tenham certeza de uma coisa: dar limites é importante. É fundamental acreditar que dar limites aos filhos é iniciar um processo de compreensão e de apreensão do outro. Ninguém pode respeitar seu semelhante se não aprender quais são os seus limites. Isso inclui compreender que nem sempre se pode fazer tudo o que se deseja na vida. É necessário que a criança interiorize que ela pode fazer muitas coisas que deseja, mas nem tudo e nem sempre, pois ao satisfazer seu desejo pode prejudicar outra pessoa.

Dessa forma a criança aprenderá que somos felizes, respeitando e tendo regras básicas de convivência, que nos auxiliarão a amar o outro e não só a nós mesmos. Ninguém vem ao mundo sabendo o que é certo e o que é

errado. O ser humano não nasce com uma ética definida. São os pais, os adultos, que tem a tarefa de passar às novas gerações os conceitos básicos que conferem ao homem sua humanidade.

Dar limites não provoca traumas. O que provoca traumas e problemas emocionais é, em primeiro lugar, a falta de amor e carinho, seguido de injustiça e violência, humilhações e desrespeito à criança.

Educar uma criança é um processo complexo e com situações inesperadas. Realmente é difícil saber quando acaba a autoridade e quando começa o autoritarismo.

Veja a definição de Mesquita e Duarte, Dicionário de Psicologia 1996, sobre os termos autoridade e autoritarismo.

Autoridade – Conceito que na psicologia – social e na sociologia define a capacidade individual no interior de uma organização. Aquele que ocupa uma posição hierárquica ou possui uma competência reconhecida, obtém da parte dos seus colaboradores ou subordinados, uma obediência às suas ordens e normas, utilizando o sistema de sanções positivas ou negativas previstas pela organização. O termo autoridade não deve ser confundido com – liderança ou – influência social.

Autoritarismo – Atitude de uma pessoa que exige dos outros obediência e subordinação. Está muitas vezes associado ao servilismo perante os superiores, à rigidez e intolerância. Este conceito foi analisado por T. Adores na obra Personalidade Autoritária (1950).

Ou seja, o pai que tem autoridade ouve e respeita seu filho, mas pode ter que agir de forma mais dura do que gostaria, muitas vezes até impositivamente, sempre tendo em vista o bem-estar de seu filho, a proteção de algum perigo ou a orientação em direção à cidadania.

Se os pais agirem com segurança e firmeza de propósitos, mas com muito afeto e carinho, é possível atingir os objetivos educacionais sem autoritarismo e sem violência.

Dar limites não é ser autoritário, é dar amor, carinho atenção e segurança.

Quando os limites não são ensinados, há uma série de dificuldades que são estabelecidas como “padrão” para essas crianças. Veja algumas a seguir e como preveni-las.

Descontrole emocional, histeria e ataques de raiva: quando nasce, a criança é hedonista e egocêntrica, não tem noção de valores, não sabe o que se pode e o que não se pode fazer em sociedade e que quem não segue as leis pode sofrer sanções. Cabe aos pais levar esses conhecimentos aos filhos,

e essa tarefa não pode ser delegada. Quando os pais trabalham adequadamente nesse sentido, incentivando as atitudes positivas e criticando as negativas, a criança aprenderá as regras básicas de convivência e estará iniciando de forma correta o processo de socialização. Isso tudo deve ser feito através de conversa, para que a criança internalize que a palavra é um meio de comunicação muito eficiente e natural e não desenvolva o hábito de gritar, berrar e espernear.

Dificuldade crescente de aceitação de limites: nenhuma criança gosta de receber um olhar aborrecido ou desaprovador, se pode receber sorrisos e aprovações. É só aprovar, aplaudir o que a criança fez de positivo e reprovar e não estimular as atitudes negativas, destrutivas ou agressivas.

Distúrbios de conduta, desrespeito aos pais colegas e autoridades, incapacidade de concentração, dificuldade para concluir tarefas, excitabilidade, baixo rendimento: quando o egocentrismo natural dos primeiros anos da infância não é controlado, ele só cresce e toma proporções que trazem consequências graves ao desenvolvimento da criança, como desinteresse pelos estudos, falta de concentração, falta de capacidade de suportar quaisquer dificuldades, falta de persistência, desrespeito pelo outro. Com o tempo e a ação segura, a criança aprende a se conduzir na sociedade, internaliza valores, adquire respeito por si e pelos outros, treina a arte do diálogo, experimentando lutar por seus direitos, sem a necessidade de agredir, desrespeitar ou ofender os outros. Ela vivencia a arte de conviver harmonicamente e civilizadamente na sociedade.

A falta de limites torna a criança incapaz de tolerar frustrações e contrariedades, causando-lhe graves traumas emocionais.

Agressões físicas se contrariado, descontrole, problemas

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