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MARCOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

Por:   •  27/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.343 Palavras (10 Páginas)  •  567 Visualizações

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União Educacional do Norte – UNINORTE[pic 1]

Faculdade Barão do Rio Branco – FAB        

Maria Josiane Lima da Silva

MARCOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

Rio Branco – AC

 2016

Maria Josiane Lima da Silva

        

MARCOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL

Trabalho apresentado como parte dos requisitos para a obtenção de nota da disciplina de Psicopatologia, do curso de Psicologia da UNINORTE, sob orientação do Profª Lucyana Melo.

                                         

   

Rio Branco – AC

 2016

INTRODUÇÃO

O presente trabalho destaca, os Marcos da Reforma psiquiátrica no Brasil, a participação do Deputado Paulo Delgado com importantes acontecimento e destaca também os tipos de CAPS e NAPS e quais as sua finalidades.O Pensamento de Franco Basaglia e suas contribuições para a discussão sobre os desafios atuais na área da saúde mental. Para tanto, foi necessário realizar o resgate histórico do movimento de luta antimanicomial italiano e sua influência no processo de Reforma Psiquiátrica do Brasil.

REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL: POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL DO SUS

Na década de 1970, iniciou-se a inversão do ” movimento sanitário”, que preconizava mudanças nas práticas de saúde, como modelo de atenção e gestão, saúde coletiva, participação de trabalhadores e usuários na sua gestão e produção etc. Nesse mesmo, no Brasil, deram-se os primeiros passos da Reforma Psiquiátrica (BRASIL,2010).

Mesmo tendo sido contemporâneo desse movimento, a Reforma Psiquiátrica Brasileira se fundamenta principalmente na sua superação da violência imposta aos pacientes mentais confinados, preocupação também crescente em outros países (BRASIL,2010).

Com grande complexidade política e social, a Reforma Psiquiátrica é um processo que envolve atores, instituições e forças em territórios diversos, por vezes concorrentes-seja geográfica, mercadológica, governamental, educacional ou profissionalmente, de pacientes, familiares e opinião pública, entre outros (BRASIL, 2010).

O processo de Reforma Psiquiátrica se desenvolve e aprimora entre impasses, tensões, conflitos próprios do cotidiano das instituições, serviços e relações interpessoais, tornando-se um rico conjunto de práticas, saberes, valores sociais e culturais (BRASIL, 2010)

MODELO DE ASSISTÊNCIA AO DOENTE MENTAL APÓS A REFORMA PSIQUIÁTRICA

No século XVIII, Phillipe Pinel, considerado o pai da Psiquiatria propõe uma nova forma de tratamento aos loucos, libertando-os das correntes e transferindo-os aos manicômios destinados somente aos doentes mentais, Várias experiências e tratamento são desenvolvidos e difundidos pela Europa.

Aos poucos com o avanço das teorias organicistas, o que era considerado como doença moral passa a ser compreendido também como uma doença orgânica. No entanto, as técnicas de tratamento empregadas pelos organicistas eram as mesmas empregadas pelos adeptos do tratamento moral, o que significa que, mesmo com uma outra compreensão sobre a loucura, decorrente de descobertas experimentais da neurofisiologia e da neuroanatomia, a submissão do louco permanece e adentra o século XX.

A partir da segunda metade do século XX, impulsionada principalmente por Franco Basaglia, psiquiatra italiano, inicia-se uma radical crítica e transformação do saber, do tratamento e das instituições psiquiátricas. Esse movimento inicia-se na Itália, mas, tem repercussões em todo o mundo e muito particularmente no Brasil.

A INFLUÊNCIA DE BASAGLIA

A influência italiana no processo de Reforma Psiquiátrica do nosso país é um tema que provoca certa inquietação por ser sempre lembrado, mas tão pouco aprofundado. A visita de Basaglia Francoao Brasil é sempre referida como um marco na história da reforma brasileira, porém, pouco tem sido explorado, pela literatura, no que diz respeito aos conceitos e saberes que emergiram a partir do trabalho de Basaglia.Além disso, estudar a história do movimento antimanicomial italiano torna-se relevante ao conhecermos melhor as origens que influenciaram nossas práticas em saúde mental para podermos ter um melhor entendimento do nosso processo de Reforma Psiquiátrica.

A experiência italiana de Reforma Psiquiátrica proporcionou importantes contribuições no início da Reforma Brasileira e ainda pode contribuir nos tempos atuais, Franco Basaglia teve a coragem de questionar as verdades científicas do seu tempo e é justamente isso que não se pode perder e nem deixar que fique no passado. Deve-se continuar questionando o que estamos pensando atualmente na saúde mental. A luta antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica brasileira são processos que estão em constante construção. Ainda existem muitos obstáculos a enfrentar e barreiras para transpor, Muitos devem ser os questionamentos e reflexões a respeito do que se pensa a loucura e acerca das práticas e saberes psiquiátricos na temporaneidade.

Basaglia tinha como ideal a devolução da liberdade aos internos do hospital psiquiátrico após tantos anos de clausura. Para que a liberdade fosse possível, esses pacientes deveriam retornar à sociedade, à cidade. Assim Basaglia sugeria que as questões ligadas à loucura deveriam ser tratadas no meio social, ou seja, que essas questões também possuíam um caráter político, pois não eram somente de responsabilidade dos profissionais de saúde e sim de toda a sociedade. Basaglia percebia que através do seu projeto de desinstitucionalização, seu sonho, utopia, como muitos diziam, poderia se realizar. O que interessava a Basaglia era tentar ver que espaços dessa utopia eram possíveis no concreto, a partir da desinstitucionalização e da realidade em que as pessoas envolvidas estavam inseridas naquele momento.

Nesse sentido é que se inicia o movimento da Luta Antimanicomial que nasce profundamente marcada pela idéia de defesa dos direitos humanos e de resgate da cidadania dos que carregam transtornos mentais.

Aliado a essa luta, nasce o movimento da Reforma Psiquiátrica que, mais do que denunciar os manicômios como instituições de violências, propõe a construção de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente solidárias, inclusivas e libertárias.

No Brasil, tal movimento inicia-se no final da década de 70 com a mobilização dos familiares de pacientes com transtornos mentais. Esse movimento se inscreve no contexto de redemocratização do país e na mobilização político-social que ocorre na época.

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