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O Adolescente: Internauta ou Astronauta?*

Por:   •  28/11/2022  •  Artigo  •  6.484 Palavras (26 Páginas)  •  56 Visualizações

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Adolescente: internauta ou astronauta?*

 

Autoras:

 

Cristina Kern: Psicóloga, coordenadora do Comitê de Psicanálise da SPRGS, membro do Comitê de Psicanálise Infantil da SPRGS.

Daniela Bratz: Graduanda em psicologia da PUCRS

Flávia  Duarte: Psicóloga, psicoterapeuta em formação pelo CEAPIA

Jaqueline Figueiredo Ferreira: Psicóloga, especialista em psicoterapia psicanalítica pela UNISINOS, psicoterapeuta em formação pelo CEAPIA.

Lisa Cunha Toneto: Psicóloga, psicoterapeuta em formação pelo IEPP.  

Lucianne Murgel : Psicóloga, psicoterapeuta de crianças e adolescentes pelo CEAPIA

Márcia Fischer:  Psicóloga, psicoterapeuta em formação pelo IEPP.

Patrícia Viviani da Silva: Psicóloga, psicanalista, membro titular do Núcleo de  Estudos Sigmund Freud, coordenadora do Comitê de Adolescência da SPRGS.

Sílvia Varela Dian: Psicóloga, psicoterapeuta de crianças e adolescentes pelo CEAPIA, mestranda em Psicologia Clínica – PUCRS.

 

*Trabalho realizado pelo Comitê de Adolescência da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul.

 

Coordenação: Patrícia Viviani da Silva

Av. Carlos Gomes, 1200, conj. 504. Porto Alegre,RS.

Fone : (51) 9979-8914

e-mail: pvivini @bol.com.br

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Adolescente: internauta ou astronauta?

 

Resumo

 

 

Este trabalho trata de um tema bastante atual, que provoca inquietações e questionamentos a todos aqueles, profissionais ou leigos, pais ou educadores, que, de alguma forma, percebem as influências das novas formas de comunicação virtual sobre os jovens. Ao pesquisar na literatura psicanalítica referências teóricas que pudessem embasar esta reflexão, pouco encontramos de específico mas, ao mesmo tempo, deparamo-nos com as mesmas inquietações de alguns autores contemporâneos que dedicaram-se ao tema e ofereceram valiosas contribuições. Assim, examinamos alguns aspectos psicodinâmicos da adolescência na atualidade e suas intersecções com as formas de comunicação virtual.  O comportamento do adolescente frente às vicissitudes da vida pós-moderna e sua relação com a virtualidade são questões que este trabalho se propõe a discutir.

       

Palavras -Chave: adolescência, virtualidade, pós-modernidade.

 

Adolescent: Internauta or Astronaut

Abstract

 This work deals with a sufficiently current subject, that provoke fidgets and questionings to all those, professional or lay, parents or educators, who of some form, perceive the influences of the new forms of virtual communication on the young. When searching in psychoanalytical literature theoretical references that could base this reflection, little we find of specific but, at the same time, we come across with the same fidgets of some authors contemporaries who had dedicated the subject and had offered valuable contributions to it. Thus, we examine some psychodynamic aspects of the adolescence in the present time and its relations with the forms of virtual communication, inherent qualification to the majority of the young of the present. The behavior of the adolescent front to the characteristics of the after-modern life and its relation with the potentiality, are questions that this work if considers to argue.  

 

Key words: adolescence, potentiality, after-modernity

 

 

 

Adolescente: internauta ou astronauta?

   INTRODUÇÃO

Este trabalho emergiu no Comitê de Adolescência da Sociedade de Psicologia diante  dos debates e relatos de experiências clinicas do grupo de psicólogas com pacientes inseridos no processo atual da "virtualidade" que com base em Moreno (1999,2000), refere-se a imagens computacionais como simulacros do real onde os usuários interagem, (tais imagens são criadas através de sínteses numéricas e a captura simbólica do real). Os exemplos clínicos discutidos situam-se no uso da internet, Orkut,  e-mail entre outros, como forma de estabelecer relações.

Como o referido  Comitê detêm-se no estudo  da Adolescência, fomos buscar embasamentos teóricos  em autores psicanalíticos clássicos e contemporâneos para melhor compreender como a virtualidade se insere nesta faixa etária.

Nossa proposta não é criticar, nem tão pouco, defender o uso da Internet pelos adolescentes, mas sim ampliar   questionamentos.

 

 

Um olhar sobre a adolescência

A  adolescência é um marco fundamental na história do desenvolvimento vital. É a busca de si mesmo, na transição da identidade infantil para a identidade adulta, cujo encontro exerce papel fundamental na formação e consolidação da personalidade. Para realizar essa passagem, os adolescentes precisam cumprir uma série de tarefas e desafios. Entre estes, apresenta-se um conjunto de manifestações de conduta, denominada por  Aberastury & Knobel (1977) “síndrome normal da adolescência”, justamente por reunir comportamentos e sintomas que, em  outras circunstâncias, seriam considerados inadequados, mas em se tratando desta fase do desenvolvimento, são esperados e admitidos.

Para Aberastury & Knobel (1977), o adolescente precisa se desfazer de certos aspectos infantis, denominados de lutos, a fim de continuar sua progressão evolutiva em direção à identidade adulta: o luto pelo corpo infantil perdido; pelo papel e identidade infantis; pelos pais da infância e pela bissexualidade infantil. Estes lutos representam para o adolescente verdadeiras perdas de personalidade e são acompanhados por todo o complexo psicodinâmico de manifestações e sintomas característicos desta etapa. Contudo, essas modificações corporais são substituídas por maturação e crescimento puberal que também são desejados e vividos como ganhos. O adolescente deseja o novo, tentando obtê-lo e exercitá-lo, ainda que isto lhe custe abandonar o infantil (Urribarri 2003).

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