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O Desenvolvimento Da Teoria Do Orgasmo

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Por:   •  6/12/2013  •  1.411 Palavras (6 Páginas)  •  725 Visualizações

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Reich levou certo tempo para começar a prestar atenção e a entender sobre o “sentimento de vazio nos órgãos genitais” de seus pacientes, correspondente a uma retração da energia biológica.

Percebia que havia algo incompleto em suas análises e saia insatisfeito de reuniões, começando também a questionar algumas questões dos psicoterapeutas, inclusive de Freud.

Freud chamava de “neuroses atuais” as enfermidades causadas pelas perturbações presentes da vida sexual, ou seja, eram as manifestações de uma sexualidade reprimida. Para ele, o corpo tinha substâncias químicas de natureza sexual que, se não era adequadamente “metabolizadas”, produziam palpitações nervosas, irregularidade cardíaca, angústia, suor e outros sintomas do mecanismo da vida vegetativa. A neurose de angústia era resultado da abstinência sexual. Acreditava que toda psiconeurose se desenvolvia em torno de um “cerne neurótico atual”. É aí que Reich toma ponto de partida para seus próprios estudos da angústia estásica.

Reich concordava que as psiconeuroses tinham um cerne neurótico atual (estase), e que as neuroses estásicas tinham uma superestrutura psiconeurótica. Com o passar do tempo, e com suas observações em clínica, tornou-se claro que a intensidade de uma ideia psíquica depende da excitação somática momentânea à qual é associada. Pois a emoção tem origem nos instintos, ou seja, no campo somático, enquanto que uma ideia é uma formação não-física, apenas psíquica. Qual a relação entre as duas, então?

Uma ideia psíquica dotada de um mínimo que seja de energia, pode provocar um aumento de excitação, a qual tornará a ideia insistente e vívida. Quando cessa, a ideia também desaparece.

A neurose estásica, portanto, trata de uma perturbação física provocada pela excitação sexual inadequadamente resolvida ou insatisfeita. Sem uma inibição psíquica, a excitação sexual seria adequadamente descarregada. Uma inibição sexual normal, ou uma dificuldade na vida sexual da pessoa, produz uma estase, a qual ativa os desejos incestuosos e as angústias sexuais infantis.

Em relação à potência orgástica, Reich coloca que, apesar de parecer vulgar, é certo que os que estão psiquicamente enfermos precisam de uma só coisa: uma completa e repetida satisfação genital.

A gravidade de todas as formas de enfermidade psíquica está diretamente relacionada com a gravidade da perturbação genital, e a probabilidade de cura depende diretamente da satisfação genital plena.

Reich coloca que o cerne somático, ou seja, a energia sexual reprimida, é a fonte de energia da neurose.

Todos seus pacientes estavam perturbados na sua função genital, e os mais perturbados desses eram aqueles homens que gostavam de exibir sua masculinidade. Ficou claro que, embora fossem eretivamente potentes, não experimentavam nenhum ou muito pouco prazer, ou até mesmo o desgosto e o desprazer.

Reich então passa a conhecer características da impotência orgástica. Seu papel na economia sexual é semelhante ao do Complexo de Édipo para a Psicanálise. Quem não te conhecimento sobre ele, não entende a diferença entre saúde e doença; não pode compreender a ânsia humana de prazer, ou a natureza do conflito entre pais e filhos e a miséria do casamento. A quem não entende sobre isso, faltam os princípios mais importantes. Não entenderá jamais a identidade entre processo sexual e processo de vida ou mesmo perceber a teoria econômico-sexual do câncer.

Reich, então, escreve sobre a teoria do orgasmo, e como este de desenvolveu. Inicialmente, apenas as potências ejaculativa e eretiva eram conhecidas, e eram indispensáveis da potência orgástica – capacidade de abandonar-se, livre de quaisquer inibições, ao fluxo de energia biológica; capacidade de descarregar completamente a excitação sexual reprimida, por meio de involuntárias e agradáveis convulsões do corpo.

Divide, então, o ato sexual em duas fases, cada uma com algumas etapas.

- Fase de controle voluntário da excitação:

1ª: Ocorre a ereção nos homens e o desejo de penetrar, e nas mulheres, o genital torna-se hiperêmico e úmido. Em casos perturbados, a ereção pode ser dolorosa, ou o pênis pode ficar superexcitado, havendo ejaculação prematura, e na mulher a secreção pode faltar.

2ª: O casal mostra-se terno um com o outro, não havendo impulsos contraditórios. E em casos patológicos, pode haver agressividade provinda de impulsos sadísticos, e a inatividade da mulher, bem como a falta de ternura.

3ª: A excitação agradável que permaneceu durante a atividade do anteprazer aumenta subitamente em ambos, com a penetração do pênis na vagina. O homem tem o sentimento de estar sendo absorvido, e a mulher, de absorvê-lo.

4ª: Aumenta o desejo no homem de penetrar mais profundamente, mas sem ser de forma sadística. Ocorre a fricção mútua. O corpo está menos excitado que o genital. O ego participa ativamente, tentando explorar todas as formas de prazer e atingir o mais alto grau de tensão antes do orgasmo. De maneira patológica, há o desejo de fazer fricções violentas, ou a pressa de quem sofre de ejaculação prematura. Reich destaca que o casal também não ri ou conversa durante o ato, por rir ou falar indica sérias perturbações da capacidade de entregar-se.

5ª: Ocorre a interrupção da fricção, o que é agradável e não exige esforço psíquico. A excitação diminui um pouco nessa pausa, prologando-se o ato. Em casos patológicos, ela desaparece inteiramente. Ao voltar a fricção, excita-se novamente, indo além do nível anteriormente atingido, e atingindo também o corpo inteiro, e inicia-se a fase de contração muscular involuntária.

- Fase de contrações musculares involuntárias:

6ª: Aqui, o controle voluntário da excitação não é mais possível. O aumento desta não pode ser mais

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