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O INDIVIDUALISMO COMO SINTOMA SOCIAL NA PSICOPATOLOGIA

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Por:   •  24/9/2014  •  799 Palavras (4 Páginas)  •  842 Visualizações

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O INDIVIDUALISMO COMO SINTOMA SOCIAL NA PSICOPATOLOGIA

Estudos epidemiológicos sobre saúde mental sugerem que as pessoas que vivem um estilo moderno nas sociedades contemporâneas avançadas pagam um preço psicológico, vivendo sintomas como ansiedade vaga, impulsos para machucar a si mesmo e ao outro, perda de fé, a sensação de que nada vale a pena, o desejo de se drogar, hábitos maníacos de trabalho, solidão, depressão, etc. Esses sintomas são muitas vezes explicados como existenciais e podem ter raízes sociais no mundo capitalista contemporâneo, onde impera o nervosismo pela permanente crise de identidade.

O individualismo se mantem como eixo de culturas ocidentais contemporâneas, com um perfil narcisista, fazendo surgir um novo estágio do individualismo. As consequências psicopatológicas do individualismo estão claramente relacionadas a níveis de suporte social, podendo afirmar altos níveis de suporte social reduzem a vulnerabilidade às desordens mentais, de maneira que uma participação ativa na rede social funciona como profilaxia da saúde mental. Por outro lado, o estilo de vida consumista traz como consequência uma deterioração das relações interpessoais, com graves consequências para o desenvolvimento dos quadros patológicos ligados a esta sociedade individualista.

Pensar a criação da psicologia no bojo do individualismo é uma questão complexa, que gera inúmeros questionamentos no tratamento dos distúrbios psicopatológicos. Essa cultura cria condições propiciadoras ao desenvolvimento de tantas doenças mentais, como a forma de tratar essas doenças, dos crescentes modelos de psicoterapia como o arsenal de psicofármacos utilizados pela psiquiatria, à disposição no mercado ocidental. As técnicas utilizadas visariam estabelecer a autoestima, autonomia e a saúde mental individual, configurando um círculo vicioso, um desafio para os profissionais que se propõem a tratar pessoas que sofrem das mais diversas patologias psíquicas, cujo sofrimento os leva a buscar ajuda dos profissionais.

As atribuições causais das desordens alimentares no mundo ocidental estão refletidas no campo da crença cultural de que todo mundo poderia e deveria alcançar um peso saudável e que se eles não o fazem ou não conseguem, só tem que culpar a si mesmos. Isto reflete a tendência no Ocidente em fazer atribuições causais internas, afetando a vulnerabilidade às desordens alimentares.

Problemas básicos como autoestima estariam vinculados ao enorme aumento das manifestações de obesidade, anorexia e bulimia nervosa. O cerne dos problemas de autoestima é de ordem puramente afetiva. Em uma analise da autoestima, no contexto de uma sociedade individualista capitalista, não se pode esquecer que o consumismo é um novo ethos cultural, em que as necessidades impostas por uma ordem econômica se convertem em impulsos ou desejos.

Na atual era da globalização, as mudanças sociais são rápidas, a mobilidade geográfica é intensa e o novo é o que importa. A crescente incidência das psicopatologias da personalidade na contemporaneidade teria relação, mais uma vez, com a estrutura individualista do mundo ocidental atual, que requer uma enorme autonomia individual incentivando a independência individual em contraste com a valorização da interdependência coletiva, encontradas nas sociedades orientais.

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