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O Jardin Botânico

Por:   •  30/5/2019  •  Artigo  •  2.288 Palavras (10 Páginas)  •  133 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS[pic 1]

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS DA COMUNICAÇÃO DA CIÊNCIA – 2018/2

[pic 2]

AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO SONORA GERADA PELO TRÁFEGO DE VEÍCULOS NO JARDIM BOTÂNICO BOSQUE RODRIGUES ALVES EM BELÉM – PA

 Thays Cristina Costa Mesquita

E-mail: thays@ipeamazonia.com.br

Alexandre Luiz Amarante Mesquita

Universidade Federal do Pará - E-mail: alexmesq@ufpa.br

Gustavo da Silva Vieira Melo

Universidade Federal do Pará - E-mail: gmelo@ufpa.br

 

1. INTRODUÇÃO

A poluição sonora vem se tornando um problema cada vez maior nas grandes cidades e nos centros industriais, exigindo ações e formas de controle para minimizar os efeitos nocivos sobre o meio ambiente em geral. Isso porque, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é o estado completo do bem-estar mental e não apenas a ausência de doenças e/ou enfermidades. O ruído é considerado pela OMS como o terceiro agente causador de poluição, sendo superado, apenas, pela poluição do ar e da água (BELOJEVIC et al., 1997; FYHRI; AASVANG, 2010).

O ruído é um fato comum nos grandes centros urbanos, gerado principalmente pelos meios de transporte. Estudos mostram que o ruído de tráfego de 66 dB(A) é considerado como o limiar do dano à saúde e, consequentemente, a medicina preventiva estabelece 65 dB(A) como o nível máximo a que um cidadão pode se expor no meio urbano, sem riscos (BELOJEVIC et al., 1997). Portanto, é preocupante que os níveis dos ruídos emitidos em vias com tráfego intenso atinjam normalmente 75 dB(A) (ZANNIN et al., 2002).

Em muitas cidades, os níveis sonoros urbanos já alcançaram valores inaceitáveis e mesmo em áreas de refúgio, tais como praças e parques, já não se consegue usufruir de um ambiente sossegado. Neste contexto, decidiu-se realizar uma avaliação do nível de ruído no interior do Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves (JBBRA), o qual se constitui num espaço de grande relevância não só para a cidade de Belém, mas também para a Região Norte do Brasil.

Atualmente, o JBBRA está situado numa área de grande desenvolvimento urbano e cercado por corredores de tráfego de intensa movimentação de veículos, revelando a necessidade de adotar estratégias de gestão voltadas à melhoria da qualidade de vida em ambientes urbanos. Assim, tais circunstâncias levantam duas hipóteses: violação da Lei Municipal no. 7.990 de 2000, que fixa o limite de 70 dB(A) como nível sonoro máximo admissível para áreas verdes no período diurno (das 6 às 18 horas), e o incômodo causado aos frequentadores pelos níveis sonoros circunvizinhos ao JBBRA.

A fim de examinar as duas hipóteses, foram realizadas medições dos níveis sonoros em diferentes pontos do JBBRA, além de entrevistas com os frequentadores. Os níveis sonoros obtidos foram comparados ao nível de 65 dB(A) e com a lei ambiental de Belém. As entrevistas serviram para avaliar como os frequentadores percebem a problemática em questão.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho baseia-se numa abordagem descritiva, a fim de apontar as características da influência do ruído urbano no JBBRA, que é uma área verde utilizada não apenas como área de lazer e contemplação, mas como laboratório vivo de pesquisa. Esta área está caracterizada como um fragmento de floresta de terra firme amazônico, ecossistema que representa cerca de 90% da floresta amazônica. Sua área é de 150.000 m2, dos quais a grande maioria corresponde a espécies florestais nativas, atualmente resistindo à especulação imobiliária e à infraestrutura urbana (ver Figura 1). Esta área foi dividida, para fins de pesquisa, em quatro quadrantes, constituídos de 112 canteiros, onde dois canteiros, identificados de vermelho na Figura 1, são áreas de acesso restrito, destinadas à regeneração de plantas e fauna silvestre livre.

Para a realização do trabalho de campo - baseado nas metodologias de Zannin et al (2002) e Da Paz et al. (2005) - foram necessárias duas fases:

Fase 1: medições dos níveis sonoros em diferentes pontos do JBBRA, para compará-los com o nível de 65 dB(A) e com a Lei Municipal no 7.990, que estabelece o nível de 70 dB(A) como limite máximo para emissões sonoras em Áreas Verdes;  

Fase 2: utilização de um questionário aplicado por meio da técnica de entrevistas, com o objetivo de conhecer a reação dos frequentadores do JBBRA ao ruído ambiental.

Na Fase 1, foram realizadas medições de nível de pressão sonora equivalente, Leq (BISTAFA, 2006), ponderado na escala A baseadas nos procedimentos da NBR 10.151, regulamentada pela Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT). Tais medições foram realizadas em dias úteis, em horários de tráfego veicular mais intenso, ou seja, das 7 às 9 horas e, em alguns pontos, das 12 às 14 horas, sempre na ausência de fontes sonoras atípicas, tais como chuva e vento forte.

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Para as medições dos níveis sonoros foi utilizado o medidor Bruel & Kjaer 2238, de acordo com as seguintes etapas: (a) foram escolhidos treze pontos de medição nas áreas próximas aos portões (pontos de 1 a 13 na Figura 2) para uma distribuição de toda a área do JBBRA; e (b) escolhidos mais sete pontos onde os frequentadores do local circulam com maior frequência (pontos A a G na Figura 2). Os tempos de medição, em cada ponto, foram de 3 e 5 minutos, sendo que para alguns também se utilizou um tempo de 10 minutos.

Na pesquisa da Fase 2, a amostra de frequentadores, num total de 240, foi selecionada aleatoriamente, sendo 58% formada por homens e 42% de mulheres. As faixas etárias foram descritas da seguinte forma: até 18 anos (11%); de 19 a 29 anos (30%); de 30 a 40 anos (25%); de 41 a 51 anos (13%); e acima de 52 anos (21%). Os entrevistados foram abordados na realização de passeios, caminhadas e durante o trabalho. As entrevistas foram realizadas por dois entrevistadores, de terça-feira a domingo, totalizando 40 entrevistas por dia, no período das 9 às 10 horas, horário de maior utilização do JBBRA.

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