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O Psicodiagnóstico

Por:   •  8/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.840 Palavras (8 Páginas)  •  186 Visualizações

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  1. PSICODIAGNÓSTICO

Segundo Cunha (2000), o psicodiagnóstico corresponde a uma avaliação psicológica, utiliza-se técnicas e testes psicológicos para entender, identificar e avaliar aspectos específicos, com propósitos clínicos, sem abranger todos os modelos de avaliação de diferenças individuais.  Procura identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com foco na psicopatologia.

Carrasco e Dubugras Sá (2009) afirmam que por meio do psicodiagnóstico é possível fazer o acolhimento e avaliar uma pessoa e verificar os aspectos de sua personalidade, podendo assim trabalhá-los a partir de uma orientação que traz o psicodiagnóstico, com uma melhor clareza da hipótese diagnóstica.

Para avaliar o indivíduo, no psicodiagnóstico utiliza-se de técnicas e testes psicológicos tanto para entender, identificar e avaliar aspectos específicos, quanto para classificar o caso e prever seu curso possível. Esse processo pode ter vários objetivos, a depender dos motivos ou encaminhamentos da consulta, relaciona-se com as questões propostas e a necessidades do solicitante (Cunha, 2000).

  1. DESCRIÇÃO DO CASO

José Amarildo, 42 anos, casado, morou com pai, atualmente está abrigado no CAPS-AD, trabalha como auxiliar de produção frigorífico, reside na cidade de Castro-PR. A queixa inicial do paciente é a dependência de substancias químicas, como o álcool e o crack, já passou por algumas internações psiquiátricas, apresenta um quadro de confusão mental, condutas agressivas, insônia, fala desconexa, pensamentos/impulsos homicidas, batimentos cardíacos acelerados, dificuldade de confiar e de testar as pessoas e frequentemente tem muitos pesadelos relacionados a rituais satânicos e já ajudou a matar um estuprador no sistema penitenciário onde ficou preso por roubo.

Em relação ao uso de substâncias, é frequente entre os esquizofrênicos, porém essa combinação pode levar o doente à autodestruição, causando muitas alterações comportamentais. Ele é considerado um fator agravante, além da genética e as influências ambientais que têm papel importante na esquizofrenia, o abuso de drogas é considerado um dos possíveis fatores precipitantes deste distúrbio. Ressalta-se também que muitos estudos falam da importância desse transtorno como uma causa para a procura pelas drogas. O abuso das drogas pode antecipar o início da esquizofrenia, acentuar os sintomas psicóticos, reduzir a adesão do sujeito ao tratamento e aumentar os déficits cognitivos, a presença de recaídas, o risco de suicídio além de intensificar o comportamento violento (SILVEIRA, 2014).

  1. PROCEDIMENTO

Foi realizada a entrevista inicial, no qual foi feito anamnese da história do sujeito. Nas entrevistas subsequentes através dos instrumentos psicométricos escolhidos de acordo com a proposta da avaliação psicológica procedeu-se à investigação dos campos de Ajustamento Emocional e Neuroticismo (Teste EFN); Psicopatia através da ESCALA HARE PSL-R, além de entrevistas psicológicas para verificação de esquizofrenia de acordo com CID-10 e um desenho feito pelo paciente sobre o fato de ele afirmar “vir para salvar o mundo”.

EFN é um instrumento para avaliação de uma dimensão da personalidade humana, o Neuroticismo, faz um levantamento da personalidade através do levantamento de traços da personalidade, com base na hipótese de Goldberg (1981). Também considerado como o fator N, que se refere ao nível crônico de ajustamento e instabilidade emocional. O alto nível está relacionado a indivíduos suscetíveis a vivenciar mais intensamente o sofrimento emocional e também inclui ideias dissociadas da realidade, ansiedade excessiva, dificuldade para tolerar a frustração causada pela saciação do desejo e respostas mal adaptadas. Escores muito altos ou muito baixos podem indicar problemas. A interpretação dos resultados deve ser feita pelas sub escalas: escala de vulnerabilidade, desajustamento psicossocial, ansiedade e depressão.

J. apresenta resultado acima da média normal proposta na escala EFN (seu resultado foi 132,5).

O teste Escala Hare PCL-R foi criado com o objetivo de avaliar de forma mais segura e objetiva o grau de periculosidade e de readaptação à vida comunitária de condenados. Este teste é muito utilizado para avaliar a psicopatia, que constitui uma escala classificatória para uso clínico, contendo um total de 20 itens. Cada um dos itens no PCL-R é pontuado dentro da escala (0, 1 ou 2) segundo dois fatores. O fator 1 está relacionado à extroversão e a afetos positivos. Já o Fator 2 do PCL-R está associado a traços de personalidade como a raiva, ansiedade, risco superior de suicídio, criminalidade e violência impulsiva. Um psicopata irá ter elevada pontuação em ambos os fatores, uma etapa de grande relevância para o diagnóstico clínico é a história do indivíduo e uma entrevista semiestruturada. O teste só pode ser considerado válido quando administrado por um clínico experiente e qualificado, sob condições muito controladas.

Pôde-se observar através da aplicação do PCL-R que J. apresentou pontuação elevada em ambos os fatores, e também por meio da entrevista e análise dos relatórios de outras instituições.

Durante as entrevistas subsequentes foi utilizada a técnica de desenho, que é considerado uma forma de comunicação que já é presente na infância e, transcorre as diferentes fases do desenvolvimento humano, por meio desse recurso expressivo. O domínio técnico não é importante nesta forma de expressão, mas sim o simbolismo presente. O que importa é o conteúdo expresso, além de quando está desenhando ele se colocará, também, através dos gestos e posturas. A intensidade da linha, o movimento, as texturas, a dimensão das formas utilizadas, em relação ao tamanho do papel, são dados importantíssimos para analisar o processo do sujeito, pois tais dados trazem conteúdos da personalidade e da psicodinâmica (FIORINDO, 2014).

O desenho é um recurso terapêutico poderoso, que traz um universo de símbolos a serem interpretados, pois transfere-se a energia psíquica do inconsciente para o ato criativo, por meio dos símbolos, que são assimilados pela consciência (FIORINDO, 2014).

Conforme o desenho realizado pelo indivíduo, foi possível perceber que ele possui alterações de pensamento, da percepção sensorial e do senso de realidade, pode-se perceber também delírios baseados em um julgamento incorreto sobre a realidade exterior, que pode fazer com que ele acredite que está sendo perseguido ou que possui poderes especiais. Segundo o desenho e também o relato, fica evidente que o indivíduo possui episódios alucinatórios, que podem ser auditivos, visuais, táteis, entre outros, como também a combinação de todos eles. Com isso, é possível afirmar que a hipótese diagnóstica levantada com o resultado dos testes confirma-se com a análise dos desenhos.

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