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O Que é Psicologia Social - Silvia Lane

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Por:   •  15/12/2014  •  1.654 Palavras (7 Páginas)  •  1.410 Visualizações

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O QUE É PSICOLOGIA SOCIAL

Silvia T. Maurer Lane

Psicologia é a ciência que estuda o comportamento, principalmente do ser humano. As divergências teóricas se refletem no que consideram "comportamento", porém para nós bastaria dizer que é toda e qual quer ação, seja a reflexa (no limiar entre a psicologia e a fisiologia), sejam os comportamentos considerados conscientes que envolvem experiências, conhecimentos, pensamentos e ações intencionais, e, num plano não observável diretamente, o inconsciente.

Assim, a Psicologia Social deve estudar o comportamento social.

A Psicologia se preocupa fundamentalmente com os comportamentos que individualizam o ser humano, porém, ao mesmo tempo, procura leis gerais que, a partir das características da espécie, dentro de determinadas condições ambientais, prevemos comportamentos decorrentes.

O enfoque da Psicologia Social é estudar o comportamento de indivíduos no que ele é influenciado socialmente. E isto acontece desde o momento em que nascemos, ou mesmo antes do nascimento, enquanto condições históricas que deram origem a uma família, o ambiente em que a gravidez foi formada, a forma de lidar com ela, etc.

Esta influência histórica-social se faz sentir, primordialmente, pela aquisição da linguagem. As palavras determinam uma visão de mundo, um sistema de valores e, consequentemente, ações, sentimentos, emoções.

As leis gerais da Psicologia dizem que se apreende quando reforçado, mas é a história do grupo ao qual o indivíduo pertence que dirá o que é reforçador ou o que é punitivo. O doce ou o dinheiro, o sorriso ou a expressão de desagrado podem ou não contribuir para um processo de aprendizagem, dependendo do que eles significam em uma dada sociedade. Assim também aquilo que "deve ser apreendido" é determinado socialmente.

Da mesma forma, as emoções são algo único e individual, mas são influenciadas socialmente no sentido de “o que me agrada”, “o que me deixa triste”, etc.

Assim podemos perceber que é difícil encontrar um comportamento humano que não tenha influência social, e são esses aspectos que se tornarem o enfoque da Psicologia Social. Em outras palavras, a Psicologia Social estuda a relação essencial entre o indivíduo e a sociedade, esta entendida historicamente, desde como seus membros se organizam para garantir sua sobrevivência até seus costumes, valores e instituições necessários para a continuidade da sociedade.

Como a história não é imutável e permanece em constante mudança, a grande preocupação atual da Psicologia Social é conhecer como o homem se insere neste processo histórico, não apenas em como ele é determinado, mas principalmente, como ele se torna agente da história, ou seja, como ele pode transformar a sociedade em que vive.

COMO NOS TORNAMOS SOCIAIS

Ao nascer, o ser humanos precisa de outras pessoas para sua sobrevivência, no mínimo mais de uma pessoa, o que já faz dele membro de um grupo. Assim, no primeiro momento de vida já estamos num contexto histórico, pois o padrão de como o adulto e o recém-nascido se relacionam é um modelo que a sociedade foi construindo e considera correta.

A sociedade tem normas e/ou leis que institucionalizam aqueles comportamentos que historicamente vêm garantindo a manutenção desse grupo social. Estas normas são o que, basicamente, caracteriza os papéis sociais, e que determina as relações sociais: os papéis de pai e de mãe se caracterizam por normas que dizem como um homem e uma mulher se relacionam quando eles têm um filho, e como ambos se relacionam com o filho e este, no desempenho de seu papel, com os pais. Só existe relação filho-pai e vice-versa porque ambos existem. Sem o filho, eles não seriam pais. Bem como sem os súditos, x pessoa não seria rei.

Dentro disso, a questão é: onde está a individualidade, se somo sempre influenciados a agir de tal maneira? Se nós apenas desempenhamos papéis, e tudo que se faz tem sua determinação social, onde ficam as características que individualizam cada um de nós?

A resposta é: podemos fazer todas as variações que quisermos, desde que as relações sejam mantidas, isto é, aquelas características do papel que são essenciais para que a sociedade se mantenha tal e qual. O viver em grupos permite o confronto entre as pessoas e cada um vai construindo o seu "eu" neste processo de interação.

A IDENTIDADE SOCIAL E CONSCIÊNCIA DE SI

É o que nos caracteriza como pessoa. Conjunto dos papéis que desempenhamos. Estes papéis atendem, basicamente, à manutenção das relações sociais representadas, no nível psicológico, pelas expectativas e normas que os outros envolvidos esperam sejam cumpridas.

É neste sentido que questionamos quanto a "identidade social" e "papéis" exercem uma mediação ideológica, ou seja, criam uma "ilusão" de que os papéis são "naturais e necessários", e que a identidade é consequência de "opções livres" que fazemos no nosso conviver social, quando, de fato, são as condições sociais decorrentes da produção da vida material que determinam os papéis e a nossa identidade social. Diante disso torna-se necessário a noção de consciência de si.

Se pararmos pra pensar, constataremos que nossos papéis e a nossa identidade reproduzem, no nível ideológico (do que é "idealizado", valorizado) e no da ação, as relações de dominação, como maneiras "naturais e universais" de ser social, relações de dominação necessárias para a reprodução das condições materiais de vida e a manutenção da sociedade de classes onde uns poucos dominam e muitos são dominados através da exploração da força de trabalho.

A consciência de si só pode vir através de questionamentos desse tipo, como encontrar razões históricas que explicam por que agimos hoje da forma como fazemos. Deste modo entendemos que a consciência de si poderá alterar a identidade social, na medida em que, dentro dos grupos que nos definem, questionamos os papéis quanto à sua determinação e funções históricas.

COMO APREENDEMOS O MUNDO QUE NOS CERCA

A LINGUAGEM

Ela existe como produto social. O trabalho cooperativo, planejado, que submete a natureza ao homem, só foi possível através do desenvolvimento da linguagem pelos grupos sociais.

Na medida em que as relações vão se tornando mais complexas, em decorrência de uma complexidade maior na divisão de trabalho,

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