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O papel da mulher na sociedade atual

Por:   •  4/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.601 Palavras (15 Páginas)  •  913 Visualizações

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Resumo do projeto:

O presente projeto de pesquisa reflete o intuito de realizar um trabalho que colabora para a desmistificação e quebra de paradigmas ainda existentes quanto a dinâmica do papel da mulher perante a sociedade atual, comum enfoque a partir do âmbito do trabalho. Existe uma preocupação dos pesquisadores principais deste trabalho referente ao tema, desde quando é percebido que mesmo diante de muitas construções bem estruturadas feitas por autores renomados como: Claudia Maia, Michael Foucault, Guacira Louro, dentre outros, é possível notarmos que a forma com que a mulher é vista pela sociedade é carregada por características fortemente marcadas por falas e comportamentos patriarcais e preconceituosos. Surge então, a necessidade de existirem mais discussões embasadas em alguns autores que poderiam tender a reafirmação ou a construção de conceitos que valorizam o papel da mulher e seus significados.

Palavras chave:

Construção de gênero; visão social da mulher; a mulher no trabalho.

1INTRODUÇÃO

Este estudo tem como principal escopo fazer reflexão entre a concepção de como o papel de gênero da mulher é visto pela sociedade atual. Discute-se ainda, sobre a formação de um autoconceito vindo das próprias mulheres, com referência ao entendimento do papel da mulher em meio à sociedade a qual ela faz parte.

A este respeito, Maia (2001, p.37) traz uma discussão sobre a importância do que entendido por Michael Foucault como “sujeito constituído” e aponta ser um marco importantíssimo dentro dos estudos feministas, explicitando o conceito que levaria o fato do sujeito ser algo em construção. Deste modo, cita:

“Foucault propôs pensar o sujeito como “algo” que é efeito das relações entre saber e poder [...] Este sujeito agora não mais constituinte, mas constituído, surge como efeito de um fluxo de relações que se organizam em torno de recortes de saber ou divisão das disciplinas e aplicabilidade de dispositivos específicos.” (MAIA, 2001, p. 37).

Segundo Swain (2000, p.53),podemos compreender o assujeitamento como a “resposta individual à interpelação do social que cria as identidades e a identificação a um grupo, definindo sua inserção no espaço societal.” Portanto, é importante por em evidência o fato deste sujeito se posicionar sempre como responsável pela mudança da sociedade a qual faz parte, bem como, é transformado por ela.

Tendo como foco o sujeito de gênero feminino, podemos notar que com o passar do tempo, surge uma necessidade encontrada pelas mulheres de buscar seu espaço em todos os âmbitos a qual fazem parte e de comprovação das suas capacidades para realização de tarefas que eram primordialmente feitas por indivíduos do gênero masculino. Isso as tornaria mais autônomas, consolidando-as como agentes contribuintes e atuantes na sua realidade social.

Para utilizar com maior domínio o termo “Gênero feminino, é necessário compreender a construção histórica por trás dele, tendo como referências, as lutas e movimentos sociais ocorridos, até então, em uma sociedade desprovida da formação de conceitos bem elaborados sobre o tema. “Gênero” aparecer a apenas como definição voltada morfologicamente à sexualidade de um indivíduo.

Sobre o uso do termo mencionado acima, Louro (1997, p 14) esclarece que “gênero não aparece no Aurélio”. Sendo que as palavras têm muitos significados, são frígidas, com muitos apelos e ressalta ainda em sua obra, sobre a importância de ser reconhecida e posta em evidência para discussão, a complexidade envolvida na maior compreensão do termo erigido. Uma vez que derivam dele, aspectos voltados a uma realidade vinda de um movimento implicado, também, linguística e politicamente por um movimento feminista contemporâneo.        

Retratando os movimentos feministas contemporâneos, Correa (2001), diz que sua maior expansão ocorreu na década de 70 e foi acompanhado de outros movimentos sociais, que iam desde movimentos populares, até movimentos políticos que visavam: melhor qualidade de vida em busca de condições básicas de sobrevivência (água, luz, transporte) e cumprimento de leis já criadas e não cumpridas, bem como, movimentos que englobavam luta por direito dos indígenas, dos homossexuais, dentre outros.

Como lembrado por Grossi (p. 3), foi na década de 80 que aconteceu um grande desenvolvimento de pesquisas sobre as mulheres brasileiras. Porém, o reconhecimento através da morfologia do sexo feminino (vagina, seios, útero), ainda existia como referência unânime para reconhecimento do gênero, independente de sua condição social ou outros aspectos relacionados à mulher.

Miriam Pillar Grossi(1995) diz ainda, que os estudos de gênero tendem a problematizar o determinismo biológico da “condição feminina”, onde poderia se questionar a visão de as mulheres brasileiras serem reconhecidas apenas como “as morenas com belos corpos”. Mesmo não sendo todas desta forma.

Foi feita uma pesquisa por Mariza Correa (2001) professora aposentada pelo Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, onde coordena um projeto temático sobre gênero e corporeidade. Nesta pesquisa, ela elucida que poderia ser difícil traçar um perfil para as mulheres envolvidas nestes movimentos, pelo fato de elas já aparecerem com várias faces em meio à sociedade quando voltado a suas profissões.

Ainda sobre a pesquisa de Correa (2001), foi notado que durante sua passagem por locais como São Paulo e Rio de Janeiro, a profissão ou a busca dela, se apresentaria como algo que fosse comum a todas as participantes que ali se encontravam.  As mulheres estariam então, se deparando com um importante fator que ajudaria a estruturá-las, funcionalmente e emocionalmente, perante demandas advindas delas para com elas mesmas e da sociedade a que pertenciam.

Os pesquisadores principais deste trabalho entendem e pontuam fatores demarcados aqui como focos para discussão que ilustrariam de forma importante o início de um reposicionamento da mulher em meio à sociedade. A Mudança no papel parental da mulher e o maior reconhecimento no trabalho organizacional seriam alguns destes fatores.

Louro(1997), diz ser possível perceber uma mudança do papel parental da mulher principalmente após o surgimento do capitalismo, onde ela busca uma “liberdade” através do modelo consumista que colabora na mudança da dinâmica de funcionamento da família De forma que a mulher passa a sair com mais constância do âmbito familiar em busca de maior valorização do seu papel e maior visibilidade social. Louro (1997, p.158), relata ainda que:

“Entendo que as formulações contemporâneas mais críticas dos Estudos Feministas são, portanto, aquelas que estão atentas e abertas às formulações desses "novos" campos — o que, mais uma vez, reafirma o caráter de contínuo questionamento e constante construção teórico-metodológica” (LOURO, 1997, p.158).

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