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O que sabemos da psicoterapia — objetiva e subjetivamente

Por:   •  5/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.076 Palavras (9 Páginas)  •  915 Visualizações

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Capítulo 4

O que sabemos da psicoterapia — objetiva e subjetivamente

        A identidade de Carl Rogers está expressa na ênfase à busca da autenticidade como objetivo final da vida plena e dá importância atribuída ao co-experiência e ao verdadeiro sentido de relação na comunicação Eu-Tu. A teoria da personalidade de Rogers pode-se notar também a incorporação do ponto de vista fenomenológico.

        Nessa autoria torna-se pessoa é denominada de aconselhamento existencial. A comunicação do aconselhador tornou-se mais ativa e abrangeu uma margem mais ampla de respostas. Foi dada ênfase a autencidade.

O conceito fenomenológico de “experenciar”, no sentido de experiência como um processo, refere-se aos fenômenos da vida subjetiva do sujeito e que lhe atribuem um significado interno, representando a fonte de significados pelo acolhedor e pelo o cliente.

No processo da natureza humana – a concepção da natureza humana é positiva e otimista. Em toda a obra é possível encontrar referências a natureza animal do homem como positiva, social, progressiva e racional. Dessa maneira, o homem possui a capacidade em potencial de auto compreensão e de resolução de seus próprios problemas, e uma tendência para usar esta capacidade.

Para que essa capacidade se realize, é necessário que haja condições favoráveis do ambiente, de forma a não permitir o aparecimento de ameaças psicológicas e de implementos que barrem a autencidade ou distorçam o autoconceito. Para Rogers, o ser humano tem uma tendência para se realizar ou para atualizar suas potencialidades. Essas características, para ele, está presente em todos os organismos vivo, independentemente de sua escala evolutiva. A tendência para a atualização e para auto realização seria a motivação primaria do homem em termos do organismo total.

Os comportamentos destrutivos, antissociais e desajustados seriam mecanismos de defesa para proteger o sujeito de um ambiente percebido como ameaçador. Não fazem parte, portanto, da natureza humana, mas representam uma distorção das características do homem. Na visão rogeriana, o homem se utiliza da racionalidade para atingir objetivos satisfatórios ao seu organismo, como necessidades de atualização e de integração de experiências e vivências. Por outro lado, a tendência atualizante envolve maior abertura para experiências e vivências afetivas. O sujeito atualizado ou auto realizado seria mais aberto aos sentimentos de medo e de dor, mas também aos de coragem e ternura. Há, portanto, liberdade para viver subjetivamente os sentimentos e para tomar consciência desses sentimentos.

Comunicação Consigo Mesmo – A boa comunicação consigo mesmo é um processo onde as experiências organísmicas são representadas corretamente na consciência. Representar na consciência é o mesmo que simbolizar. Rogers utiliza os termos “representação”, “simbolização” e “consciência” como sinônimos.

Por meio da boa comunicação consigo mesmo surge um acordo entre as experiências e a autoimagem, ao que se dá o nome de congruência. A falta de comunicação consigo mesmo acontece quando as experiências estão impedidas de serem representadas corretamente na consciência. A simbolização é negada ou distorcida. Ao desacordo entre a experiência e a simbolização dá-se o nome de incongruência. Neste caso, temos o desajuste psicológico.

Autenticidade – Rogers usa o termo “autenticidade” como sinônimo de “congruência”. Para que o indivíduo seja autêntico, é necessário que ele simbolize as suas experiências adequadamente. A imagem que ele tem de si, o que ele pensa que é, deve coincidir com aquilo que ele realmente é. Caso a experiência seja simbolizada corretamente na consciência, ou seja, caso essa representação, ou simbolização, dessa experiência não seja distorcida ou reprimida, a autoimagem vai se reorganizado de modo que acaba coincidindo com o que ele realmente é.

Ex. um indivíduo cuja autoimagem é de uma pessoa bondosa, experiência uma situação em que nega ajuda a uma outra pessoa, ajuda essa que poderia oferecer sem se esforçar. Como a experiência não está de acordo com a autoimagem, o indivíduo a distorcerá e pensará - não ofereci ajuda porque me foi impossível. Assim preservará a autoimagem. Contudo, dentro da concepção rogeriana, ela não foi autêntica, não foi congruente.

Liberdade Experiencial – Quando o indivíduo se sente ameaçado ao expressar a sua própria experiência, dá-se um processo de “obstrução” dessa experiência. A proibição de expressar, então, transforma-se em uma auto proibição de representar na consciência. Uma criança, por exemplo, cuja mãe rejeita sistematicamente o toque físico, introjeta esse comportamento e, aos poucos, “sente” que também não gosta do toque físico.

A liberdade experiencial refere-se à liberdade que o indivíduo precisa para verificar de maneira correta as suas próprias experiências e representá-las adequadamente na consciência. A avaliação do gostar ou não gostar deve ser dela mesma e não com referência a pessoas significativas.

Este conceito é muito importante para a psicoterapia, uma vez que, havendo liberdade experiencial, o sujeito vai explorando melhor a sua personalidade e identificando incoerências. À medida em que simboliza as experiências corretamente, reorganiza a autoimagem a fim de incorporar os elementos novos que foram corretamente simbolizados. A liberdade de expressão é a condição para que haja liberdade experiencial.

Imagem de Si – Juntamente com a tendência ao desenvolvimento, a imagem de si é um dos principais elementos da teoria da personalidade de Rogers. Parte integrante do campo perceptual, a imagem de si é a parte referente ao significado que o indivíduo dá a si mesmo a partir das experiências com os outros e com o meio.

A imagem de si mesmo é o self. Podemos distinguir entre self real, que é a imagem de si mesmo que o indivíduo percebe como sendo atual, e o self ideal, que é o que o indivíduo desejaria ser. À medida que o indivíduo vai se percebendo, essas percepções vão sendo organizadas no sentido de formar um todo coerente. Como o indivíduo tem uma tendência a manter a imagem que tem de si mesmo, pois disso depende a consistência da sua identidade, as novas percepções que cada um tem de si só são aceitas quando podem se integrar na configuração existente. É por isso que algumas percepções são simplesmente rejeitadas, uma vez que não se ajustam à imagem de si, e outras são distorcidas para que possam se integrar a essa imagem. Negar e distorcer é simbolizar incorretamente.

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